
O delegado ouviu cerca de 12 pessoas, entre vizinhos, testemunhas e parentes do casal, para montar a hist�ria do crime e entender o que aconteceu naquela tarde tr�gica. Welington prestou depoimento nesta ter�a-feira e disse se lembrar muito pouco do momento da morte de Cristiani. Ele chegou na delegacia por volta de 9h e em apenas 30 minutos deu a vers�o dos fatos.
No dia do crime, a fam�lia esteve em um churrasco dos amigos da faculdade de Welington. A festa aconteceu em Betim e segundo o delegado, o estudante bebeu durante a comemora��o. Ao deixar a festa, a fam�lia passou na casa de um amigo da crian�a, onde o universit�rio consumiu mais �lcool com os pais desse colega de escola do menino. Logo depois, Welington, Cristiani, o filho e o colega seguiram para o apartamento no Riacho.
As crian�as fariam um trabalho de escola e seriam auxiliados pelo casal. No entanto, o universit�rio e a m�dica come�aram a brigar assim que chegaram no im�vel. Segundo Welington, a briga foi motivada por um desentendimento por causa do jogo entre Atl�tico e Fluminense. Ele queria sair para assistir ao segundo tempo da partida em um bar, junto com um cunhado. No entanto, Cristiani n�o gostou da ideia e teria dito que ele “perde a linha” por isso n�o deveria sair para o bar.
O casal trocou agress�es na cozinha e segundo a pol�cia, Welington pegou facas e um cabo de vassoura para atacar a m�dica. O universit�rio alega que n�o se lembra do crime e teve um apag�o desde o momento em que pegou a arma at� a hora em que acordou no hospital.
Crian�as testemunham terror
Enquanto o casal brigava na cozinha, os meninos foram para o quarto buscar o material escolar para iniciar o trabalho. O filho de Cristiani n�o se lembra de ouvir a discuss�o, mas quando foi at� a cozinha viu o padrasto agarrando a m�e pelo pesco�o. Ela teve a rea��o de mandar o menino ligar para a pol�cia e pedir socorro.
Em um ato de defesa, o menino foi at� o quarto e pegou um skate. Ele tentou bater no padrasto para salvar a m�e, mas acabou atingido por dois golpes de faca, no bra�o e na cabe�a. O garoto correu para o quarto e pediu que o amigo segurasse a porta, com medo das agress�es de Welington. A crian�a tentou ligar para um tio, mas sem sucesso, e ainda telefonou para o 190 da PM, por�m estava muito nervoso e n�o conseguia informar aos policiais o que estava acontecendo.
Minutos depois, o garoto saiu do quarto perguntando “voc�s pararam de brigar” e encontrou a m�e cambaleando na cozinha. Ela caiu, bateu a cabe�a na parede e foi amparada pelo filho que tirou a camisa para estancar o sangue no pesco�o dela. O garoto ainda presenciou o padrasto andando desnorteado pela casa com uma faca cravada no peito e com ferimentos nos pulsos.
O menino ordenou que o amigo sa�sse do apartamento para pedir ajudar. O colega conseguiu chamar uma vizinha e o s�ndico do pr�dio, que acionaram Servi�o M�vel de Atendimento de Urg�ncia (Samu) e a pol�cia. Cristiani morreu antes de dar entrada no Hospital Municipal de Contagem. Welington ficou hospitalizado e saiu da unidade de sa�de direto para cadeia.

Um relacionamento de cinco anos, cheio de projetos e aparentemente tranquilo. Os familiares do estudante de direito e da m�dica ainda buscam respostas para o crime. Cristiani trabalhava h� cinco anos no Programa de Sa�de da Fam�lia (PSF), atendendo pacientes no Centro de Sa�de Maria Madalena Teodoro, e no Hospital JK, ambos na Regi�o do Barreiro, em BH.
A m�dica tinha um acordo com o marido: ele cuidaria da casa enquanto cursava direito e ela continuaria trabalhando para sustentar a fam�lia. O casal n�o tinha hist�ricos de viol�ncia. Os parentes deles eram amigos e atestaram a boa conviv�ncia. Com a morte de Cristiani, o filho de 12 anos deve ser criado por uma tia em Juiz de Fora, na Zona de Minas, onde mora a fam�lia da m�dica. O pai biol�gico do garoto morreu h� cerca de dois anos.
