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Estado de Minas

Regi�o de BH onde as enchentes s�o constantes vai passar por obras; saiba detalhes

Para sanar problemas causados por inunda��es, PBH destinar� cerca de R$ 160 milh�es para obras no C�rrego Cachoeirinha


postado em 06/07/2019 06:00 / atualizado em 06/07/2019 08:30

Proprietária de brechó na Avenida Bernardo de Vasconcelos e moradora da região, Tânia Maria da Penha protege a entrada de sua loja com placa de ferro vedada com borracha até que não haja mais ameaça (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Propriet�ria de brech� na Avenida Bernardo de Vasconcelos e moradora da regi�o, T�nia Maria da Penha protege a entrada de sua loja com placa de ferro vedada com borracha at� que n�o haja mais amea�a (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Uma nova promessa para o saneamento b�sico de Belo Horizonte e a resolu��o de um velho problema para a Regi�o Nordeste da cidade. A Prefeitura de BH assinar�, nos pr�ximos dias, contrato que garante repasse de R$ 159,3 milh�es para interven��es no C�rrego Cachoeirinha. O manancial corre pela Avenida Bernardo de Vasconcelos e atormenta, pelas constantes inunda��es durante o per�odo de chuvas, os estabelecimentos �s margens da via que cruza os bairros Ipiranga, Cachoeirinha, Palmares e Renascen�a. Dentro do Programa Saneamento para Todos, financiado pela Caixa Econ�mica Federal, ser�o R$ 146,8 milh�es para a duplica��o do canal de drenagem do curso d'�gua (que ter� 1,1 quil�metro de extens�o) e R$ 12,5 milh�es para a gest�o de res�duos da constru��o civil em toda a cidade.

As interven��es no C�rrego Cachoeirinha est�o diretamente ligadas a outros dois mananciais da Regi�o Nordeste: os ribeir�es do On�a e Pampulha. As �guas do Cachoeirinha se somam �s do Pampulha que levam um grande volume at� o curso d'�gua principal – o On�a. O encontro ocorre na altura da Esta��o S�o Gabriel do metr� da capital mineira e traz o caos � Avenida Cristiano Machado, uma das principais da cidade.

Para resolver a quest�o por completo, os dois ribeir�es pr�ximos ao Cachoeirinha tamb�m est�o no cronograma da prefeitura. No On�a, licita��o aberta j� permite a oper�rios trabalharem no local. Com investimento de R$ 35,9 milh�es, o Executivo municipal est� construindo outro canal (exatamente a mesma obra do c�rrego da Bernardo de Vasconcelos, conhecida como parede de diafragma) para aumentar a capacidade de vaz�o. O equipamento ter� 286 metros de extens�o, entre a Avenida Risoleta Neves e a Esta��o S�o Gabriel, e ser� instalado em paralelo � calha atual do manancial.

(foto: Arte)
(foto: Arte)


Al�m disso, a prefeitura prev� a amplia��o do canal do Ribeir�o Pampulha, que vai das imedia��es da Esta��o S�o Gabriel at� o cruzamento da Cristiano Machado com a Avenida Sebasti�o de Brito, no Bairro Dona Clara (Regi�o da Pampulha). O trajeto atinge cerca de 1,3 quil�metro.

As solu��es para o saneamento b�sico da Regi�o Nordeste ainda incluem interven��es no C�rrego Suzana, que tamb�m � contribuinte da bacia do On�a, e a constru��o do Parque Linear do On�a. Esta �ltima estrutura vai remover resid�ncias de uma mancha de inunda��o entre a cachoeira no Ribeir�o do On�a e a Esta��o de Tratamento de Esgoto (ETE) da Copasa. O parque poder� ser um dos maiores de BH, com extens�o aproximada de 5,5 quil�metros, passando por diversos bairros da cidade.

Viv�ncias do drama


Enquanto as solu��es n�o chegam, quem garante o ganha-p�o na Avenida Bernardo de Vasconcelos j� se acostumou a contabilizar preju�zos em �poca de tempestade. H� quase 20 anos com um brech� na regi�o, T�nia Maria da Penha, de 54 anos, enfrenta problema em dobro: na loja e em casa, tamb�m na via que liga as avenidas Ant�nio Carlos e Cristiano Machado. “J� houve v�rias enchentes em que a �gua chegou a 80 cent�metros dentro da minha casa. Teve uma em que perdi tudo: colch�o, geladeira e outras coisas. As perdas materiais foram muitas, tanto na loja quanto na minha resid�ncia”, relata.

Os danos diminu�ram depois que a popula��o adotou conten��es improvisadas para se proteger das inunda��es. S�o placas de ferro vedadas de fora a fora com borracha. Quando a chuva aperta, os comerciantes correm para parafusar os equipamentos, que impedem a invas�o das �guas do C�rrego Cachoeirinha. “Nos �ltimos anos, teve as enchentes, mas os preju�zos foram amenizados pela precau��o que a gente tomou”, conta T�nia. Ela tamb�m instalou uma chapa de metal em sua casa para refor�ar o port�o, que n�o aguenta a for�a da inunda��o. Sacos de areia seca despejados nos ralos e nas pias s�o outra alternativa, j� que essas improvisa��es servem como canais do Cachoeirinha quando a precipita��o aumenta.

Vanderlei Pereira, de 52, trabalha e mora em um ferro-velho na Bernardo Vasconcelos. Assim como T�nia, o catador adota medidas emergenciais para diminuir os danos causados pelas �guas. “� um preju�zo violento para mim e para a patroa. A prefeitura n�o faz nada. Quando come�a a chover, j� pego minhas coisas e coloco em locais mais altos. A roupa, por exemplo, n�o adianta lavar ou colocar de molho em sab�o em p�: o barro simplesmente n�o sai”, lamenta.

De acordo com Vanderlei, que mora h� quatro anos no endere�o, o �ltimo per�odo chuvoso arrancou o port�o do ferro-velho e parte do passeio. Vistoria da Defesa Civil esteve no local, mas o preju�zo ficou para a propriet�ria. “Todo ano � a mesma coisa. O tempo fecha, a gente j� fica com medo. A nossa balan�a, que � nosso principal meio de trabalho, sempre estraga. A �gua entra e temos que mandar consertar. O preju�zo fica por volta de R$ 800”, afirma.

Morador da regi�o h� mais de 60 anos, Walter Louren�o de Jesus, de 76, trabalha com carreto de caminh�o. “H� um erro de projeto no encontro do canal da avenida (Bernardo de Vasconcelos) com a Cristiano Machado. Virou um gargalo, porque o volume que desce de �gua dos dois lados afunila e n�o encontra passagem. Ent�o, a �gua vem represando e causa esses transtornos”, comenta. O idoso tamb�m duvida que as interven��es da prefeitura resolver�o o problema: “N�o resolve porque vai coletar ainda mais �gua (com a duplica��o do canal) e o gargalo l� em baixo vai continuar. Se n�o resolver na Cristiano Machado primeiro (Ribeir�o do On�a, que j� tem obras em andamento), n�o adianta”.

Outras obras


A situa��o cr�tica enfrentada pelos moradores ao redor da Avenida Bernardo de Vasconcelos se espalha por Belo Horizonte. Atualmente, a prefeitura trabalha para executar obras nos c�rregos dos Pintos (Avenida Francisco S�), Leit�o (Avenida Prudente de Morais), Nado (Venda Nova) e S�o Francisco/Assis das Chagas (Pampulha). A Regi�o do Barreiro � a que mais re�ne esfor�os, que se voltam aos mananciais do Bairro das Ind�strias, Bonsucesso, T�nel/Camar�es, Olaria e Jatob�.
Em Venda Nova, os estudos para tirar as obras na Avenida Vilarinho do papel continuam. Segundo a prefeitura, os levantamentos hidrol�gicos est�o conclu�dos e, agora, a equipe t�cnica se concentra no desenvolvimento de pesquisas hidr�ulicas. O investimento previsto chega a R$ 300 milh�es e o dinheiro pretende zerar as vidas perdidas nas enchentes – em 15 de novembro do ano passado, quatro pessoas morreram em uma inunda��o da principal avenida da regi�o.



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