
Dois t�neis capazes de sugar 305m³/s de �guas de chuvas acima da capacidade das galerias de drenagem subterr�neas da Avenida Vilarinho e da Rua �lvaro Camargos s�o a aposta da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para dar fim aos preju�zos e mortes que a Regi�o de Venda Nova sofre historicamente com as chuvas. O volume de l�quido a ser captado representa tr�s vezes a vaz�o atual da Usina Hidrel�trica de Tr�s Marias, atualmente em 99 m³/s. Toda essa �gua ser� desviada para o C�rrego da Floresta, que passar� por amplia��o em 437 metros de seu curso pelo Bairro Juliana, at� desaguar novamente no C�rrego Isidoro, destino final do C�rrego Vilarinho. Estruturas tamb�m ser�o abertas em pra�as, rotat�rias e canteiros sobre as galerias para ajudar a captar a �gua da chuva na superf�cie. A solu��o foi desenvolvida e apresentada � PBH pela Engesolo Engenharia, que trabalha com a administra��o municipal em obras nas regi�es da Pampulha e da Cachoeirinha. A estimativa � de que o custo seja de cerca de R$ 300 milh�es, com a licita��o ocorrendo entre mar�o e abril e as obras durando um ano e meio, com t�rmino previsto por volta de outubro de 2020.
Com essas interven��es subterr�neas, a expectativa � poupar a �rea mais cr�tica para alagamentos, que � o trecho da Avenida Vilarinho e da Rua �lvaro Camargos nos 1.500 metros entre a Rua Bernardo Ferreira da Cruz e a Avenida Cristiano Machado, um segmento com 16 acessos vi�rios que passa sob o viaduto da Avenida Dom Pedro I e ao largo do Shopping Esta��o BH. Foi justamente nesse local onde morreram afogadas uma adolescente, uma mulher e sua filha, o estopim para que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) anunciasse uma for�a-tarefa para a resolu��o do problema. “Com essas interven��es, poderemos resistir a uma chuva muito forte de recorr�ncia de 100 anos. Se a Vilarinho voltar a alagar, n�o ser� nem not�cia, porque vai apenas molhar a sola dos sapatos”, afirma Kalil. O prefeito destacou, ainda, que outra vantagem do projeto ser� n�o precisar de desapropria��es e contar com obras subterr�neas, com baixo impacto no tr�nsito da regi�o.
DESVIOS O primeiro duto para desviar o fluxo da galeria da Vilarinho, chamado “T�nel 1”, ter� 806 metros e vai passar seguindo o tra�ado da Rua Geraldo Alexandre Ferreira, sob a Avenida Cristiano Machado, em frente ao Hospital Risoleta Neves, debaixo de um conjunto habitacional do Bairro Juliana e desembocando no C�rrego da Floresta. Esse desvio ter� 5 metros de altura, por 5 metros de largura, sendo capaz de transportar 160m³/s. O outro duto, denominado “T�nel 2”, tem 98,20 metros de comprimento, desviando parte do C�rrego Vilarinho na altura da Rua Ma�on Ribeiro e seguindo sob essa via, a Avenida Dom Pedro I e a Rua das Gabirobas, entre a Faculdade Faminas, o Hospital Risoleta Neves e a Catedral Cristo Rei, tamb�m desembocando no C�rrego da Floresta, com as mesmas dimens�es, mas transportando apenas 145m³/s. Esse manancial de recebimento precisar� de tratamento nas margens para ter uma largura de 32 metros, feita com gaiolas de redes met�licas preenchidas com pedras, chamadas de gabi�es, ao longo de 437 metros.

Um duto menor, chamado de “Minit�nel”, levar� parte da �gua excedente da conflu�ncia subterr�nea dos c�rregos Vilarinho e Isidoro, por 220 metros de comprimento, numa galeria menor, de 2,20 por 2,60 metros. Para ajudar a dispersar as �guas que se acumulam na superf�cie durante as chuvas, ser� necess�rio abrir 2.430 metros quadrados de estruturas de capta��o de �guas em pra�as, rotat�rias e canteiros centrais. Tamb�m ser�o feitas aberturas nas drenagens subterr�neas, chamadas estruturas de engolimento de �gua. O projeto indica pelo menos cinco aberturas na galeria do Ribeir�o Isidoro (1.080m²) e outras duas na galeria do C�rrego Vilarinho (609m²). “A microdrenagem – estruturas que recebem as �guas das chuvas e que as deveriam transferir para as galerias, como bocas de lobo, grelhas e bueiros – estavam saturadas, sem conseguir dar vaz�o � �gua e por isso a necessidade de aberturas”, disse o engenheiro coordenador de projetos da Engesol, M�rio Castro.
Para se ter uma ideia do gargalo que as drenagens com mais de 30 anos representam, a galeria da Avenida Vilarinho tem capacidade para 55m³/s, mas chegava a receber 210m³/s. A que corre sob a Rua �lvaro Camargos foi projetada para comportar 50m³/s. Contudo, registrou at� 330m³/s. Uma forma de controlar o d�ficit desse sistema, que poder� chegar a 50 m³/s, ser� o amortecimento de �guas em reservat�rios de deten��o de cheias nos afluentes. Um deles, o C�rrego Lareira, ter� bacia com capacidade de 36 milh�es de litros. O C�rrego do Marimbondo, afluente do Nado, receber� tratamento de fundo.
De acordo com o prefeito Alexandre Kalil, o projeto final e as obras emergenciais ser�o realizados em Regime Diferenciado de Contrata��es P�blicas (RDC), modalidade em que a proposta mais barata se torna a vencedora. “A expectativa � de que se leve um ano e meio, mas a obra precisa de tr�s coisas: recurso, projeto e cadastramento subterr�neo correto. Pode ser que encontremos estruturas enterradas em locais inesperados, como cabeamentos da Cemig ou de telef�nicas. Mas j� com o in�cio das obras a situa��o da Vilarinho vai ser amenizada”, disse o prefeito. O secret�rio municipal da Fazenda, Fuad Noman Filho, disse que os recursos estar�o garantidos para a obra. “A prefeitura tem parte dos recursos necess�rios para dar in�cio �s obras. Na primeira quinzena de janeiro, vamos nos reunir com duas institui��es financeiras internacionais para conseguir financiamentos. Mas esse processo precisar� contar tamb�m com os vereadores e com o governo federal”, disse o secret�rio.
Conv�nio de R$ 10 mi
Para dar continuidade �s a��es de preven��o a enchentes na capital, a Prefeitura de Horizonte firmou contrato de financiamento no valor de R$ 10 milh�es com Caixa Econ�mica Federal, por meio do Programa Saneamento Para Todos/Avan�ar, do Minist�rio das Cidades. O contrato prev� libera��o de R$ 9,5 milh�es de recursos federais e R$ 500 mil de contrapartida do munic�pio. Os recursos ser�o utilizados para elabora��o de estudos e projetos de saneamento ambiental integrados para redu��o de riscos de inunda��o nas seguintes �reas: C�rrego Cercadinho (Oeste), C�rrego Barreiro (Barreiro), C�rrego Leit�o (bairros Santo Ant�nio, Cidade Jardim e Lourdes, na regi�o Centro-Sul), C�rrego dos Pintos (Avenida Francisco S�, na regi�o Oeste), Conjunto Lagoa (Bairro Santa Terezinha, na Regi�o da Pampulha) e Rua Ant�nio Henrique Alves (no Bairro Cai�ara, na Regi�o Noroeste). Os estudos ser�o iniciados em 2019.
Para dar continuidade �s a��es de preven��o a enchentes na capital, a Prefeitura de Horizonte firmou contrato de financiamento no valor de R$ 10 milh�es com Caixa Econ�mica Federal, por meio do Programa Saneamento Para Todos/Avan�ar, do Minist�rio das Cidades. O contrato prev� libera��o de R$ 9,5 milh�es de recursos federais e R$ 500 mil de contrapartida do munic�pio. Os recursos ser�o utilizados para elabora��o de estudos e projetos de saneamento ambiental integrados para redu��o de riscos de inunda��o nas seguintes �reas: C�rrego Cercadinho (Oeste), C�rrego Barreiro (Barreiro), C�rrego Leit�o (bairros Santo Ant�nio, Cidade Jardim e Lourdes, na regi�o Centro-Sul), C�rrego dos Pintos (Avenida Francisco S�, na regi�o Oeste), Conjunto Lagoa (Bairro Santa Terezinha, na Regi�o da Pampulha) e Rua Ant�nio Henrique Alves (no Bairro Cai�ara, na Regi�o Noroeste). Os estudos ser�o iniciados em 2019.
ENTENDA O CASO
Devasta��o na Avenida Vilarinho e rea��o da PBH
1973
» Canaliza��es dos c�rregos da regi�o de Venda Nova s�o iniciadas, entre elas, a do Vilarinho
15 de novembro de 2018
» Uma forte chuva de mais de 97 mil�metros em 30 minutos, o equivalente a 40% do previsto para o m�s, alaga diversos trechos da Avenida Vilarinho, disparando 32 chamadas de aux�lio para a Defesa Civil. Tr�s pessoas morreram afogadas nas �reas de inunda��o do C�rrego Vilarinho, que corre embaixo da avenida de mesmo nome. Perto do viaduto da Avenida Dom Pedro I, morreram abra�adas dentro do carro Cristina Pereira Matos, de 40 anos, e a filha dela, Sofia Pereira, de 6. A estudante Anna Lu�sa Fernandes de Paiva, de 16, morreu perto dali, ao cair em um bueiro que teve a tampa arrancada pela for�a da �gua, na Rua Doutor �lvaro Camargos. Ela afundou ao deixar o carro em que estava com o namorado. Seu corpo foi encontrado a cerca de sete quil�metros de dist�ncia
16 de novembro de 2018
» Prefeito Alexandre Kalil (PHS) assume a responsabilidade pela falta de interven��es em dois anos de governo, anuncia a forma��o de um for�a-tarefa e obras emergenciais com verbas j� destinadas
19 de novembro de 2019
» Defesa Civil informou que n�o teria condi��es de isolar o tr�fego na Avenida Vilarinho e que estuda colocar sirenes e placas para avisar a motoristas sobre enchentes
20 de novembro de 2018
» Emitido decreto de situa��o de emerg�ncia e que instituiu um grupo de trabalho da PBH sobre o tema. � estipulado prazo de 30 dias para que solu��es sejam apresentadas para a situa��o da Avenida Vilarinho
enquanto isso...
...suspense sobre passagens
O prefeito Alexandre Kalil voltou a falar ontem sobre a auditoria das contas das empresas de �nibus da capital, que deve ser anunciada ainda nesta semana. A abertura da “caixa-preta” da BHTrans foi uma das promessas de campanha do prefeito. Durante entrevista coletiva ap�s a apresenta��o das obras para conten��o de enchentes na Avenida Vilarinho, Kalil foi questionado sobre a aus�ncia de cobradores em grande parte das linhas da capital. “O que a gente pode fazer – a BHTrans – � multar (as empresas), n�o podemos botar um cobrador dentro dos �nibus. Agora, quando a caixa-preta sair, e ser� algo surpreendente e em uma audi�ncia p�blica, a� as coisas v�o ser diferentes”, afirmou. As 8.726 multas aplicadas neste ano pelos �nibus circulando sem cobrador fora do hor�rio permitido s�o aproximadamente 41 vezes mais do que as 210 computadas nos 12 meses de 2017 pelo mesmo motivo.