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Estado de Minas PROTAGONISTAS DA PR�PRIA HIST�RIA

Teatro auxilia no desenvolvimento humano e transforma��o social na capital

Projetos envolvem crian�as, jovens e adultos no m�gico mundo do teatro para que eles possam esenvolver e (re)construir sua autoestima, autoconhecimento e outras potencialidades


postado em 29/01/2013 06:00 / atualizado em 29/01/2013 10:00

Crianças que integram a oficina Adolescer ou não, do grupo Casa do Beco, em apresentação do espetáculo A menina do coração de ouro (foto: Casa do Beco/Divulgação )
Crian�as que integram a oficina Adolescer ou n�o, do grupo Casa do Beco, em apresenta��o do espet�culo A menina do cora��o de ouro (foto: Casa do Beco/Divulga��o )


Na frente do palco, o tecido pesado e escuro se descortina revelando mais que a plateia. Os aplausos  extrapolam a cena: s�o o reconhecimento a crian�as, jovens e adultos que no teatro resgatam sua autoestima e identidade, tornando-se protagonistas da pr�pria hist�ria. A improvisa��o, o jogo de cena, o drama e a com�dia t�m transformado a vida da gente simples de comunidades como o Morro do Papagaio, no Aglomerado Santa L�cia, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, onde iniciativas como a Casa do Beco valoriza a diversidade cultural e estimula o envolvimento dos moradores em a��es culturais.

O grupo, apoiado pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, quer promover o desenvolvimento humano e a transforma��o social por meio da arte, especialmente o teatro. O espa�o surgiu a partir do trabalho do Grupo do Beco, criado em 1995 para pesquisar o cotidiano dos moradores da favela e retrat�-lo em pe�as, sempre colocando em debate os estere�tipos de viol�ncia e os estigmas da mis�ria. Hoje, em oficinas como a Adolescer ou n�o, alunos do projeto Grupo de Amigos da Crian�a (GAC) e da Escola Estadual Dona Augusta Gon�alves Nogueira se apropriam da realidade da comunidade e fazem dela uma encena��o.

A proposta deu visibilidade ao grupo, que viaja pelo Brasil com suas montagens. Um dos projetos � o Teatro na Lage, em que as pe�as s�o apresentadas em cima de telhados de casas da periferia. O projeto acaba de formalizar parceria com o Instituto Unimed BH, reconhecido pelo Minist�rio da Cultura como o maior grupo de fomento � cultura no pa�s a partir de recursos de pessoas f�sicas.

A verba que a Casa do Beco passa a receber este ano vem da doa��o de mais de 3 mil cooperados, que para 2013 repassaram R$ 6,7 milh�es para os 23 projetos atendidos via Lei Rouanet. Para Orestes Miraglia J�nior, diretor institucional do Instituto Unimed BH, a ideia � dar apoio a longo prazo em vez de fazer uma grande doa��o e se retirar de cena. “Admiramos a continuidade”, diz ele.

Oficinas

Outro contemplado pelo instituto � o Galp�o Cine Horto, que desde o final de 2011 desenvolve o projeto A��es Formativas na Escola Estadual Henrique Diniz, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste da capital mineira.

Voltado para crian�as e adolescentes das comunidades Vila Ponta-Por�, Taquaril, Torres G�meas e Saudade, o projeto levou oficinas teatrais para preparar os professores para usar t�cnicas em diversas atividades escolares. O sucesso foi t�o grande que resultou em uma montagem da pe�a Lisbela e o prisioneiro, coordenada por professores como George Teixeira, de 48 anos. “O teatro melhorou a autoestima e a socializa��o. Nossos alunos passaram a se sentir protagonistas e agora gostam mais de estar na escola. Teve aluno que melhorou at� no comportamento em sala. Outros ficaram mais desinibidos”, comemora o professor de hist�ria.

A rec�m-formada Dienifher Davila Barros, de 18, foi uma das alunas envolvidas no projeto e acredita que a iniciativa mudou n�o s� o ambiente escolar mas tamb�m aspectos pessoais de cada aluno. “Fiquei mais centrada. Foi uma divers�o fazer teatro. Ele tirou aquela seriedade e press�o da escola. Na primeira vez que entrei em cena fiquei muito nervosa, mas foi muito bom ver como o p�blico gosta da gente.”

Mudan�a de realidade no interior

As a��es de responsabilidade social das empresas a partir da cultura est�o tamb�m em outras regi�es do estado. No Vale do A�o, o programa A��o Educativa, do Instituto Cultural Usiminas, desenvolve, desde 2003, programas de forma��o para artistas, professores e estudantes das institui��es de ensino em 26 munic�pios da regi�o. O objetivo � aprofundar as rela��es entre a educa��o formal e n�o formal e criar um relacionamento de troca permanente entre o instituto, os artistas e escolas da regi�o. Um dos destaques � o projeto Espet�culos Did�ticos, que em 2012 levou mais de 11 mil alunos ao teatro.

Segundo Mariana Martins Alves, diretora do Instituto Usiminas, o projeto ajuda na sensibiliza��o e acesso aos bens culturais por um p�blico muito carente dessa quest�o. “Isso favorece a reflex�o, provoca um pouco os adolescente a perceberem sua capacidade de imagina��o. � importante na forma��o e desenvolvimentos das pessoas. Usamos a cultura como ferramenta desse crescimento humano de cada um.” A grande vit�ria � ver o efeito multiplicador da iniciativa tamb�m de forma��o de p�blico. “Esses meninos chegam em casa e provocam os pais e m�es a voltarem. Ocorre uma reflex�o dentro de casa”, acrescenta.

J� nos vales do Jequitinhonha, do Rio Doce e do Rio S�o Francisco quem est� promovendo a cultura e o exerc�cio da cidadania � a Funda��o ArcelorMittal Brasil. S�o 11 localidades beneficiadas pelo programa Desenvolvimento Comunit�rio, Educa��o e Cultura, que h� cinco anos capacita gestores culturais e artistas, al�m de estimular a forma��o de grupos de teatro locais. Segundo o gerente de Arte e Cultura da funda��o, Marcelo Santos, por meio do teatro as comunidades d�o import�ncia a seus valores locais.

“Estimulamos a diversidade cultural e a promo��o da identidade a partir da pr�pria comunidade. O grupo Babil�nia, de Marli�ria, no Vale do Rio Doce, a 194 quil�metros de Belo Horizonte, � um dos que receberam a oficina de 200 horas de capacita��o. Senhoras de 80 anos se juntam a jovens de 16 para contar hist�rias da cidade. “Esse grupo j� conseguiu um espa�o para seus ensaios, elegeu uma de suas participantes vereadora e est� produzindo cultura a partir da identidade local. � um exerc�cio de diversidade. S�o jovens e idosos juntos, se apresentando nas igrejas e espa�os p�blicos, lidando com empresas e plateia, tudo isso no mesmo arranjo.”


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