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Estado de Minas

Serpentina metalizada � vendida livremente na folia mineira

Venda de serpentinas e confetes metalizados � proibida em Minas, mas produtos s�o encontrados sem dificuldade em lojas. Contato com rede el�trica pode causar trag�dia como a que matou 16 pessoas h� dois anos


postado em 08/02/2013 06:00 / atualizado em 08/02/2013 07:03

(foto: JULIANA FLISTER/EM/D.A PRESS %u2013 15/2/12)
(foto: JULIANA FLISTER/EM/D.A PRESS %u2013 15/2/12)
A falta de fiscaliza��o para coibir a produ��o, a comercializa��o e o uso da serpentina metalizada e produtos similares em Minas Gerais aumenta os riscos de trag�dias, como a que matou 16 pessoas e feriu 55 no pr�-carnaval de 27 de fevereiro de 2011, em Bandeira do Sul, no Sul de Minas. Mesmo depois da entrada em vigor da Lei Estadual 20.374, de 10 de agosto do ano passado, que baniu o uso do material, � poss�vel encontrar produtos metalizados no com�rcio de Belo Horizonte, Contagem e Betim.


Ontem � tarde, o Estado de Minas conseguiu comprar serpentina metalizada numa distribuidora na Rua Guaicurus e confetes do mesmo material em uma loja de chocolates na Rua S�o Paulo, ambas no Centro de Belo Horizonte. A lei tamb�m pro�be a venda de produto similar que represente riscos em contato com a rede el�trica.

Nesta semana, reportagem da TV Alterosa mostrou tamb�m uma casa de festas da capital comercializando serpentina metalizada. Nas imagens, a funcion�ria do caixa admite que o produto � proibido e que ela n�o deveria estar vendendo. Ela lembrou a trag�dia de Bandeira do Sul e mostra uma prateleira repleta de material.

“� bom voc� n�o soltar perto da rede el�trica”, orientou a vendedora. No r�tulo da serpentina est� escrito que o produto � ideal para ambientes fechados, o que contraria a legisla��o. Ainda segundo informa��es da embalagem, o produto n�o apresenta nenhum risco.

A fiscaliza��o nas lojas compete aos �rg�os de defesa do consumidor, mas nos �ltimos dois anos o Procon Estadual admite que fez apenas duas opera��es na capital, uma logo depois da trag�dia em Bandeira do Sul e outra �s v�speras do carnaval do ano passado. A coordenadora do Procon Municipal, Maria Laura Santos, informou que n�o h� uma fiscaliza��o espec�fica para combater a venda de serpentina metalizada.

“H� uma fiscaliza��o integrada. O fiscal confere se o estabelecimento tem alvar�, se o C�digo de Defesa do Consumidor est� dispon�vel e tamb�m se h� com�rcio de produtos n�o autorizados”, disse Maria Laura. Desde que a lei entrou em vigor em agosto do ano passado. Segundo ela, o Procon Municipal fez uma ou duas autua��es por venda da serpentina metalizada. “O dono da loja � autuado e paga multa que varia de R$ 400 a R$ 6 milh�es, conforme o faturamento bruto anual de cada empresa”, disse.

O Procon Estadual informou que, antes da Lei 20.374, j� havia uma medida administrativa que proibia a venda da serpentina metalizada que n�o tivesse no r�tulo o alerta de risco de uso perto da rede el�trica, cujas instru��es estivessem em outra l�ngua. Proibia tamb�m o uso do material em cima de trio el�trico. No entanto, depois que o produto foi proibido em qualquer circunst�ncia, n�o houve mais fiscaliza��o.

Bombeiros n�o fiscalizam

O capit�o do Corpo de Bombeiros Thiago Miranda informou que n�o compete � corpora��o fiscalizar a venda de serpentina metalizada. “A pessoa pode denunciar a venda do produto ilegal pelo telefone 181 que a pol�cia encaminha o caso ao �rg�o competente”, disse o capit�o.

A Regional Centro-Sul da prefeitura informou que apenas fiscaliza alvar� e laudo t�cnico de seguran�a. A Delegacia Especializada de Armas e Muni��es, da Pol�cia Civil, n�o faz esse tipo de fiscaliza��o tamb�m. Depois da reportagem da TV Alterosa, na qual o promotor de defesa do consumidor Amauri da Matta afirma que o Procon Estadual estaria olhando a quest�o, uma opera��o de combate � venda do produto foi anunciada para hoje na capital.


Risco com papel tamb�m
O gerente de Seguran�a, Sa�de e Bem-Estar da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig), Jo�o Jos� Magalh�es Soares, chama a aten��o para o risco de confetes metalizados em contato com a rede el�trica. Segundo ele, n�o apenas a serpentina met�lica representa risco. “At� mesmo os confetes e serpentinas de papel comum lan�ados na rede el�trica podem se tornar condutores de energia, se molhados, o que provoca curto-circuito e risco de rompimento de cabos.”

Para Magalh�es Soares, os foli�es devem estar atentos a todo material que possa causar danos na rede de energia e tamb�m em �reas que t�m cabos de eletricidade. “A legisla��o pro�be a serpentina met�lica e similares. O que se enquadra como produtos similares s�o todos aqueles que podem provocar curto-circuito”, alerta.


COMO FICOU? MORTES NO SUL DE MINAS

Parentes de v�timas indenizados
A investiga��o da morte de 16 pessoas no pr�-carnaval de Bandeira do Sul, no Sul de Minas, n�o apontou culpados, e o Minist�rio P�blico pediu o arquivamento do processo criminal. Mas a Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig) foi condenada na �rea c�vel em primeira inst�ncia. O acidente ocorreu em 27 de fevereiro de 2011 e ainda deixou 55 feridos. Cerca de 3 mil foli�es participavam do evento, quando serpentinas metalizadas atingiram a rede el�trica, causando curto-circuito e rompimento de cabos, o que, em contato com o solo molhado, causou a eletrocuss�o coletiva. O inqu�rito da Pol�cia Civil n�o apontou culpados. Em junho de 2011, o promotor Glaucir Antunes, de Po�os de Caldas, pediu o arquivamento do processo criminal, apesar da gravidade dos fatos, com base nas apura��es policiais, o que foi acatado pela Justi�a. O advogado Edilberto Silva, por�m, seguiu com o pedido de indeniza��o e, em setembro do ano passado, a Cemig foi condenada a pagar R$ 255 mil a parentes dos mortos. A empresa e os familiares recorreram no Tribunal de Justi�a. H� ainda mais tr�s a��es em fase de instru��o.


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