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Estado de Minas UMA SUCESS�O DE ARMADILHAS

Rodovia da Morte tem estrutura defasada, pistas simples e tra�ado sinuoso

Nova promessa do governo federal � lan�ar editais de duplica��o para o trecho de 110 quil�metros no fim deste m�s


postado em 10/03/2013 00:12 / atualizado em 10/03/2013 07:24

“A Rodovia da Morte levou minha fam�lia: marido, filho e filha”. O desabafo � de dona Rog�lia Perez de Castro Rosa, de 52 anos. Moradora de Caet�, ela clama pela duplica��o da estrada. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, que em 2013 suspendeu todos os editais para a obra, prefere n�o se manifestar sobre o assunto, mas h� expectativa de os certames serem novamente publicados no fim de mar�o. Quem informa � o coordenador da bancada federal de Minas, deputado F�bio Ramalho (PV), o Fabinho Lideran�a: “Tivemos uma reuni�o com representantes do Dnit, na �ltima quinta-feira, e nos garantiram isso”.


Dona Rog�lia torce para que o Dnit cumpra com a palavra: “Espero que ningu�m mais sofra o que eu continuo sofrendo”. O EM percorreu a estrada e mapeou as armadilhas. Ao longo da viagem, uma constata��o comum dos usu�rios: a BR est� ultrapassada. Sua estrutura se op�e � import�ncia dela para o desenvolvimento do pa�s, uma vez que o trecho � caminho para polos produtores, como o Vale do A�o, e para portos, entre eles o de Tubar�o (ES). � tamb�m caminho para destinos tur�sticos, principalmente cidades hist�ricas de Minas – Catas Altas, Santa B�rbara, Bar�o de Cocais – e munic�pios do litoral do Esp�rito Santo e da Bahia.


Os dois maiores problemas s�o o tra�ado sinuoso, que acompanha montanhas, e as pistas simples e sem divis�o f�sica. A combina��o desses ingredientes matou familiares de dona Rog�lia  em dois acidentes. Em 1990, ela perdeu o marido, Artur, de 33 anos, e o filho, xar� do pai, de 4, numa curva pr�xima a Sabar�, onde um caminh�o invadiu a pista contr�ria e acertou em cheio o carro em que os dois viajavam. Em 2009, outra carreta entrou na dire��o oposta e destruiu a van em que estava sua filha, a universit�ria Ranaly, de 21.


Rog�lia acredita que os tr�s poderiam estar hoje ao seu lado se o trecho fosse duplicado. Enquanto a sonhada obra n�o sai do papel, os usu�rios precisam ter aten��o e sorte. Para se ter ideia, h� cerca de 200 curvas entre BH e Monlevade, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF). Logo ao sair da capital, o motorista se depara com uma delas, no km 456. O local exige per�cia do condutor, pois a curva � num declive. � frente, a placa que informa a exist�ncia da ponte sobre a linha f�rrea est� danificada. � uma das primeiras mostras de que a sinaliza��o na rodovia � deficiente.


No km 428, pouco depois do trevo para Caet�, h� uma ponte em curva. Dois quil�metros adiante, uma placa alerta: trecho com alto �ndice de acidentes. O asfalto est� danificado no km 381, onde h� duas faixas amarelas cont�nuas, o que confunde motoristas. J� no km 365 h� “costelas” no pavimento. No km 360, sentido Belo Horizonte, o problema � o in�cio de uma eros�o no asfalto. O local est� sinalizado, mas prejudica a circula��o de ve�culos. O caminhoneiro Jos� Ronaldo Fernandes, de 44, reclama do trecho. “O piso da 381 est� uma porcaria. As curvas t�m precipita��es. Elas ‘empurram’ o caminh�o de banda se o motorista n�o segurar firme na dire��o.”

Manifesta��o �s 10h do pr�ximo dia 25, representantes da bancada federal de Minas v�o fazer uma manifesta��o, pr�ximo � entrada para o Hotel Tau�, em Caet�, pela duplica��o urgente da 381. “Convidamos o ministro dos Transportes, Paulo S�rgio Passos, e o diretor-geral do Dnit Jorge Ernesto Pinto Fraxe. Deputados federais, estaduais, prefeitos da regi�o tamb�m estar�o presentes, mas quero dizer que o evento � um ato apol�tico. Essa rodovia precisa ser duplicada logo”, disse Fabinho Lideran�a, que organiza o evento ao lado de outros colegas, como a deputada J� Moraes (PcdoB), uma dos parlamentares que tiveram a ideia da manifesta��o.


Nos �ltimos anos, uma das medidas adotadas pelo Dnit para reduzir os acidentes foi o alargamento de pontes em parte do trecho. Outra foi a instala��o de radares. Para Jos� Aparecido Ribeiro, especialista em seguran�a no tr�nsito e fundador da ONG SOS Rodovias Federais, as medidas s�o insuficientes para acabar com as trag�dias. “O correto � refazer a rodovia, com um tra�ado menos sinuoso e com menos inclina��es. At� porque n�o h� como realizar uma obra de duplica��o com o volume de ve�culos no local”.


O engenheiro Herzio Mansur, professor de log�stica e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), tamb�m n�o poupa cr�ticas. “Como admitir uma estrada dessa? O governo precisa entender que ele existe para propiciar seguran�a aos cidad�os. � uma rodovia homicida”.

 


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