Alfredo Dur�es e Gabriella Pacheco

Os motoristas de caminh�o s�o os alvos mais comuns de assaltos nas rodovias, mas as empresas de �nibus intermunicipais tamb�m se queixam do aumento desse tipo de crime e estudam alternativas para reverter a tend�ncia. “J� est�o sendo discutidas medidas que co�bam acontecimentos como esse do �nibus vindo de Po�os de Caldas. Uma das alternativas seria utilizar instrumentos para detectar metais e armamentos com passageiros, e isso j� vem sendo discutido pela Confedera��o Nacional do Transporte (CNT)”, comenta o presidente da Federa��o das Empresas de Transporte de Passageiros de Minas Gerais, Waldemar Ara�jo.
A medida serviria para resguardar funcion�rios, passageiros e empresas. “Acho que a implanta��o de pontos fixos de detectores nos terminais rodovi�rios funcionaria bem, mas tem que passar pelo crivo de prefeituras, estado e Dnit. Ent�o, � algo complexo”, afirma. Ainda segundo ele, o que muitas empresas j� fazem � a instala��o de c�meras de seguran�a nos �nibus. “Mas isso n�o previne, s� registra. O que queremos � evitar esse tipo de a��o.”
VEL�RIO
Jo�o Gabriel Camargos foi enterrado ontem, �s 16h, no Cemit�rio Parque da Colina, no Bairro Nova Gameleira. O jovem morreu baleado no pesco�o, durante um assalto a um �nibus da Via��o Gard�nia. Segundo testemunhas, o engenheiro foi baleado sem sequer reagir ao assalto e morreu no colo da namorada, Athena Chaves, que completou 24 anos no dia do crime. No vel�rio dele, centenas de pessoas, a maioria jovens com menos de 30 anos, lamentaram sua morte prematura. O choro incontido era ouvido por todas as partes.

A m�dica Elisabeth Fran�a, tia do rapaz, disse estar escandalizada e triste. “Nossa sociedade parece que perdeu a capacidade de se indignar. Assalto com morte virou coisa normal. Temos que tomar uma atitude e penso que uma reforma do Judici�rio � mais que urgente”, declarou. O engenheiro Manolo Orellana, de 24, estudou com Jo�o Gabriel desde 2007, quando iniciaram o curso de engenharia qu�mica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “As centenas de pessoas que est�o aqui s�o uma demonstra��o de como ele era um rapaz exemplar, de bom cora��o, uma grande pessoa, sem maldade alguma na mente. A Athena n�o consegue aceitar o fato, eles formavam um casal muito unido, que fazia tudo junto”, disse, enquanto outros jovens como ele se abra�avam e choravam, numa lam�ria que parecia n�o ter fim.
Prima de Jo�o Gabriel, a delegada de Pol�cia Civil Iara Fran�a Camargos, de 29, disse que as investiga��es est�o a cargo da Regional de Lavras e que as imagens feitas no Restaurante Graal, onde o �nibus parou antes do assalto, e que podem conter cenas do assassino, apresentaram problemas, mas um t�cnico est� tentando digitaliz�-las. Ela disse que, diferentemente do que a Pol�cia Militar divulgou no s�bado, o assassino � negro, alto, com cerca de 1,90 metro, vestia cal�a jeans escura e tinha sotaque paulista. Uma retrato falado dele pode ser divulgado hoje.
Fim de semana pesado
A viol�ncia na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte resultou em pelo menos 19 assassinatos entre o s�bado e o come�o da noite de ontem. Somente na capital foram sete homic�dios. Contagem, com cinco mortes, se destacou entre os munic�pios mais violentos da Grande BH. Em apenas um dos casos registrados pela PM o autor foi preso. Trata-se de um homem que matou a mulher por enforcamento e ainda estuprou a enteada de 13 anos, no Bairro Novo Aar�o Reis, Norte de BH. Na maioria dos casos, as v�timas s�o homens entre 20 e 30 anos, que foram baleados, alguns deles na cabe�a, sugerindo execu��o. Apenas um dos assassinatos teria sido motivado pela inten��o de roubar a v�tima.