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Estado de Minas A VOLTA DO CORETO

Degradado e sacrificado, coreto da Pra�a da Liberdade entra em fase final de recupera��o

Degradado e sacrificado por atividades incompat�veis com sua estrutura, monumento centen�rio deve ser entregue em abril � popula��o


postado em 24/03/2013 00:12 / atualizado em 24/03/2013 07:50

Se fosse poss�vel eleger uma testemunha do cotidiano de Belo Horizonte, o coreto da Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul, certamente estaria entre as mais cotadas. E, depois de quase um s�culo vendo tantas transforma��es, chegou a vez de ele passar por uma mudan�a radical para reencontrar o passado. H� quase 20 anos sem reforma e interditado desde 2011, um dos s�mbolos da capital entra na fase final da restaura��o, prevista para ser conclu�da no m�s que vem. Ap�s a reabertura, o Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha) promete restringir atividades no monumento com o objetivo de garantir sua preserva��o.


(foto: CLIQUE AQUI PARA AMPLIAR )
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Os limites se referem, principalmente, a atividades que usam caixas de som de alta pot�ncia. “Ele ser� destinado a eventos menores, para n�o afetar a estrutura do forro”, adianta o diretor de conserva��o e restaura��o do Iepha, Renato C�sar Jos� de Souza, reconhecendo o mau uso do espa�o. “Sempre encontr�vamos garrafas espalhadas no piso do coreto, pessoas sentadas nos corrim�os. Depois desse trabalho de restauro, esperamos um olhar diferente da popula��o sobre o monumento”, afirma.

Desde dezembro, equipes se debru�am para tentar reverter um quadro de degrada��o formado por infiltra��es, forro com risco de queda, pinturas descascadas, elementos art�sticos descaracterizados, estrutura met�lica corro�da – resultados da aus�ncia de reforma desde 1997. A tentativa � de aproximar o coreto daquele inaugurado nas proximidades do ano de 1913. Apesar de o Iepha considerar esse o ano de inaugura��o do monumento, especialistas afirmam n�o ser poss�vel cravar a data de abertura.

O pavilh�o foi constru�do depois da entrega oficial da pra�a, em 1897, que na �poca era nada mais que um aterro descampado. Projetado em 1906 pelo italiano Luiz Olivieri, o coreto � remanescente do primeiro projeto paisag�stico da �rea. “Antes, em frente ao coreto havia um jardim ingl�s com uma representa��o do Pico do Itacolomi”, conta a arquiteta J� Vasconcellos, que chefiou o projeto de restaura��o da pra�a em 1991. “O coreto � anterior a 1920, mas n�o se sabe exatamente de quando”, diz. A mudan�a no projeto paisag�stico, que ganhou contornos franceses, ocorreu em 1920, por ocasi�o da visita dos reis belgas a BH, em 1920, mas o coreto se manteve.

Detalhes

Em estilo ecl�tico, a estrutura met�lica do monumento foi trazida da Europa e a base constru�da em alvenaria. Debaixo da escadaria, uma parede preserva a pintura da �poca. Essa � a refer�ncia para a equipe de restauro, chefiada agora por Maria Regina Ramos, refazer o desenho original com pigmento � base de cal que imita a textura e a cor de tijolinhos nas demais paredes, cobertas por tinta acr�lica rosa, marrom e cinza. A pintura dos cunhais e vergas tamb�m devolveu �s estruturas o aspecto de pedra.

Maria Regina conta que, inicialmente, a restaura��o estava restrita ao forro e � cobertura, mas o trabalho ganhou corpo e incluiu uma repaginada total do monumento. Esse resgate contou com t�cnicas como o corte estatigr�fico, procedimento usado para detectar as v�rias camadas de tintas e cores em uma superf�cie. “Os tons de prata das grades e m�os francesas estavam escondidos debaixo de uma tinta grafite, o corrim�o estava completamente apodrecido. O port�o, todo arrebentado. Estamos recuperando tudo”, detalha Maria Regina. O desafio ainda s�o as infiltra��es que brotam do jardim no por�o do coreto.

 Espa�o tradicional de cultura e lazer da cidade, o coreto guarda algumas peculiaridades. A rosa dos ventos que estampa o piso de cimento queimado indica exatamente os pontos cardeais e se assemelham �quela situada no torre�o da Pra�a da Liberdade. Aos domingos, as apresenta��es da banda do 1º Batalh�o da Brigada Policial de Minas Gerais eram de praxe, assim como o footing da juventude do in�cio do s�culo 20 em torno do monumento. Antes da restaura��o de 1991, chegou a ficar meio metro afundado em asfalto, revestimento usado no pavimento da pra�a.

Or�ada em R$ 194 mil, a restaura��o est� sendo viabilizada por meio de termo de coopera��o entre o Iepha, o Instituto Cultural do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG Cultural) e a Associa��o dos Not�rios e Registradores do Estado de Minas Gerais (Anoreg/MG). Em frente aos andaimes, frequentadores da pra�a esperam para a volta do coreto. “� um espa�o de encontro e quanto mais preservado, melhor”, diz F�tima Maria Ferreira, de 58 anos.


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