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Estado de Minas

Por causa da polui��o, qualidade da �gua da Pampulha nunca foi t�o ruim

Indicadores de polui��o medidos pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas s�o os mais negativos da hist�ria e p�em em xeque limpeza do cart�o-postal de BH at� a Copa'2014


postado em 02/04/2013 06:00 / atualizado em 02/04/2013 07:08

Tapete de detritos nas margens da represa, uma das referências da capital: além da poluição visível, material tóxico dissolvido na água prejudica fauna e desafia poder público(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Tapete de detritos nas margens da represa, uma das refer�ncias da capital: al�m da polui��o vis�vel, material t�xico dissolvido na �gua prejudica fauna e desafia poder p�blico (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Pneu, garrafa PET e embalagem de detergente; cabo de vassoura, p� de chinelo e sacola pl�stica; peda�o de isopor, animal morto e restos de poda. Poderia ser a descri��o de um lix�o, mas � o que se pode avistar no que ainda � conhecido como espelho d’�gua da Lagoa da Pampulha. E o que se v� boiando pode n�o ser o pior: apresentando contamina��o por esgoto dom�stico em todos os 26 trechos monitorados da bacia, a �gua de um dos principais s�mbolos de Belo Horizonte jamais esteve em condi��es t�o ruins em rela��o aos �ndices de poluentes, segundo o mais recente laudo do Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam), referente ao terceiro trimestre de 2012. A soma dos conceitos ruim e muito ruim do �ndice de Qualidade de �gua (IQA) chega a 84,6% das amostras analisadas. A medi��o supera em 9,7 pontos percentuais a m�dia dos n�veis ruim e muito ruim dos seis anos de medi��o (74,9%), e em 1,3 ponto a pior marca da hist�ria, de 83,3%, atingida em 2011. A degrada��o que se alastra � ingrediente a mais na corrida contra o tempo para despoluir a represa at� a Copa de 2014. A Copasa concluiu apenas 40% da canaliza��o de esgotos que caem diretamente na bacia. A Prefeitura de Belo Horizonte promete editais para combater o assoreamento e a polui��o para os pr�ximos dias.


Enquanto as interven��es n�o fazem efeito, o laudo do Igam apresenta tamb�m o pior n�vel de contamina��o por t�xicos como am�nia, ars�nio, b�rio e c�dmio, compostos que fazem mal � sa�de humana e envenenam organismos aqu�ticos. O n�vel mais cr�tico de contamina��o, que leva em conta viola��es acima de 100% do tolerado pela legisla��o do Conselho Nacional de Meio Ambiente, abrange 69,2% da bacia. “� um dado muito preocupante, porque significa que as pessoas continuar�o expostas a esse tipo de polui��o mesmo depois das a��es previstas para melhorar a qualidade da lagoa, pois metais pesados e outros t�xicos se depositam nos sedimentos profundos”, explica o coordenador do Laborat�rio de Gest�o de Reservat�rios (LGAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ricardo Motta Pinto Coelho.

Pela primeira vez o estudo comprovou a exist�ncia de cinco esp�cies de cianobact�rias potencialmente t�xicas na lagoa, principalmente no Ribeir�o Pampulha, que recebe a �gua que escoa do reservat�rio e a lan�a no Ribeir�o do On�a. De acordo com o bi�logo Rafael Resck, mestre em ecologia aqu�tica e consultor em recupera��o de ecossistemas, o contato direto da pele com as cianobact�rias pode provocar irrita��o, erup��es, incha�o dos l�bios, irrita��o dos olhos e ouvidos, dor de garganta, inflama��es no rosto e at� asma. “Beber �gua contaminada pode causar n�useas, v�mitos, dores abdominais, complica��es no f�gado e fraqueza muscular, podendo levar inclusive � morte, se houver concentra��o elevada de cianotoxinas.” O Igam informou por meio de nota que ainda avalia a toxicidade das cianobact�rias encontradas.

A apenas 435 dias da abertura da Copa do Mundo de 2014, especialistas desconfiam da possibilidade de que as obras de despolui��o fiquem prontas a tempo. O coordenador do LGAR, Ricardo Coelho, considera modesto o �ndice de 40% das obras de intercepta��o de esgotos nos c�rregos de BH e Contagem, para evitar o despejo clandestino de dejetos na bacia. “O prazo � muito apertado. E, enquanto isso, a qualidade das �guas vai s� piorando.”

De acordo com a Copasa, as intercepta��es ser�o conclu�das at� dezembro, levando 95% do esgoto da Lagoa da Pampulha para tratamento. Al�m dos recursos do estado, o governo federal, via PAC II, destinou R$ 102 milh�es para a implanta��o de redes interceptoras e esta��es elevat�rias. A PBH informou que negocia com o Banco do Brasil financiamento de R$ 120 milh�es para a��es de limpeza. O processo licitat�rio para o desassoreamento ter� propostas abertas na quinta-feira. A previs�o � de que a interven��o propriamente dita se inicie em julho e termine em maio de 2014. O tratamento da �gua da lagoa ter� edital lan�ado em maio e in�cio dos trabalhos em agosto.


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