O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) avalia se vai denunciar um jovem de 25 anos que postou uma foto pol�mica no Facebook e causou a revolta de internautas. A imagem, onde o homem que se identifica como skinhead na pr�pria rede social aparece enforcando um morador de rua em plena Savassi, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, se espalhou rapidamente pela internet. Nessa segunda-feira, o Centro Nacional de Defesa dos Direitos da Popula��o em Situa��o de Rua (CNDDH) enviou uma mo��o de rep�dio ao ato para a Promotoria de Direitos Humanos.
O CNDDH ficou sabendo do fato pela imprensa e encaminhou o caso ao MP. “Nosso objetivo � combater a viol�ncia contra as pessoas em situa��o de rua e catadores de material recicl�vel. Todas as den�ncias que recebemos com esse teor de possibilidade de crime n�s encaminhamos para a Promotoria de Direitos Humanos para pedir provid�ncias. Com esse fato n�o foi diferente”, explica a advogada do CNDDH, Maria do Ros�rio de Oliveira Carneiro.
De acordo com MPMG, a representa��o chegou ao �rg�o nesta ter�a-feira. O documento ser� entregue a um promotor de Justi�a que vai avaliar se oferece ou n�o den�ncia contra o jovem. Mesmo assim, o Centro Nacional j� come�ou uma investiga��o paralela. “Estamos tentando contato com o morador de rua agredido e com pessoas da regi�o que possam ter visto o fato”, disse a advogada.
A pol�mica se iniciou na �ltima sexta-feira. O jovem, identificado na rede social como Donato di Mauro, colocou a imagem e escreveu na legenda: “Quer fumar kraquinho? (Sic.) Em meio a pra�a p�blica cheio de crian�a? Acho que n�o”, disse. Em seguida, o jovem colocou outro coment�rio onde critica o governo e a sociedade. “J� me acostumei...Falsos democratas, sociedade libertina, policiais corruptos, direitos humanos e por ai vai... O velho p�o e circo para o povo humanista”, afirmou.
A imagem ficou pouco tempo no ar e depois foi retirada pelo pr�prio autor. Por�m, a foto foi colocada em outros perfis. V�rios internautas mostraram indigna��o. “Choro quando vejo esse tipo de coisa n�o de tristeza, mas de revolta por saber que essa n�o ser� a �ltima pessoa a ser agredida por crime de �dio em nossa sociedade. Este tipo de coisa acontece pelo simples fato de o poder p�blico n�o tomar medidas severas com quem faz esse tipo de coisa”, comentou Hemerson Luiz De Morais Dias. J� o internauta Diego Henrique Penafort ficou revoltado com a omiss�o das pessoas que assistiram a cena. “Como disse o nobre amigo acima, todos os presentes quiseram apenas assistir. Interferir tomar atitude, fazer a diferen�a ningu�m fez”.
No perfil do skinhead, que foi retirado do ar poucas horas depois de o fato ter tomado repercuss�o, o jovem ainda deixou um recado para a imprensa. “N�o tenho nada a dizer a voc�s da m�dia, aonde claro, sempre v�o distorcer tudo. N�o me procurem mais, n�o ter�o a entrevista para vender suas mentiras com seus jornaizinhos baratos cheio de sangue”, escreveu.
UFMG
Em mar�o deste ano, um outro ato de preconceito e com cita��es nazistas causou pol�mica em Belo Horizonte. Alunos de direito da UFMG pintaram uma estudante com tinta preta durante um trote. A garota aparece em imagens acorrentada e puxada por um veterano. Ela ostenta uma placa com os dizeres “caloura Chica (Sic) da Silva”, em refer�ncia � famosa escrava que viveu em Diamantina no s�culo 18, liberta ap�s se envolver com um contratador de diamantes. Em outra foto, um calouro est� amarrado a uma pilastra enquanto outros tr�s estudantes fazem uma sauda��o nazista. Um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alem�o Adolf Hitler.
Nessa segunda-feira, o Conselho Nacional de Promo��o da Igualdade Racial (CNPIR) divulgou uma nota repudiando o ato e pedindo explica��es � UFMG. No documento, o CNPIR considerou que a fotos dos estudantes “remete-nos � pr�tica recorrente de menosprezo e deprecia��o da mulher negra”. Al�m disso, destacou que “ a situa��o oportuniza a observa��o de diferentes elementos da a��o racista, discriminat�ria: a deprecia��o da imagem da pessoa negra, que � representada como objeto de esc�rnio e menosprezo; a inferioriza��o e desumaniza��o da estudante negra, pintada de piche e puxada pelo aluno branco por uma corrente atada ao pesco�o da escrava.”
A UFMG informou que j� elabora um documento para informar quais as medidas j� foram tomadas para investigar o ocorrido.