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Estado de Minas BARBACENA

Maioria dos moradores continua sem �gua e aguarda limpeza do Rio das Mortes

Manancial est� contaminado por diesel furtado da Petrobras por quadrilha carioca


postado em 16/04/2013 06:00 / atualizado em 16/04/2013 06:45

Sebastião Trindade, de 60 anos, já perdeu as contas de quantas vezes por dia, desde sexta-feira, enche garrafas no tanque de uma rua(foto: TÚLIO SANTOS/EM/D. APRESS)
Sebasti�o Trindade, de 60 anos, j� perdeu as contas de quantas vezes por dia, desde sexta-feira, enche garrafas no tanque de uma rua (foto: T�LIO SANTOS/EM/D. APRESS)


Barbacena – Um grupo especializado em roubo de combust�veis, com atua��o principalmente no Rio de Janeiro. Essa � a suspeita da Pol�cia Civil de Barbacena, na Regi�o Central do estado, sobre a autoria do furto de �leo diesel que contaminou o do Rio das Mortes, manancial usado pelo Servi�o de �gua e Saneamento (SAS) municipal para abastecer cerca de 80 mil moradores da cidade. Desde quinta-feira, data do derramamento de �leo, a capta��o est� suspensa para limpeza do rio, e a maioria da popula��o continua desabastecida. Apenas a parte do munic�pio atendida pela Copasa – cerca de 50 mil pessoas – tem �gua nas torneiras.

Funcion�rios da Transpetro, subsidi�ria da Petrobras para o transporte de petr�leo e g�s natural, informaram que os criminosos migraram para Minas, por causa da investiga��o no Rio de Janeiro. A pol�cia mineira cruzar� informa��es sobre outros furtos j� enviadas pela Transpetro e tentar� localizar dois homens suspeitos do crime.

O delegado regional de Barbacena, Carlos Capistrano, busca informa��es sobre o homem apontado como dono da carreta bitrem em que foram encontrados 2 mil litros de diesel. O ve�culo tem capacidade para 44 mil litros, o que significa que at� 42 mil litros podem ter sido descartados.

“Ele � morador do estado do Rio de Janeiro e � sogro do motorista preso, F�bio Mendon�a de Castro, de 38 anos. A partir dele podemos esclarecer muitas coisas”, disse o delegado. Um segundo homem estava dirigindo um New Beatle na regi�o e procurava um trator, segundo a pol�cia, para rebocar um caminh�o engui�ado. O homem preso negou participa��o, mesmo usando uma camisa da Petrobras sem ser funcion�rio. Foram encontrados tamb�m outros dois uniformes da companhia.

Cinco dias depois da interrup��o do abastecimento de �gua para 60% da popula��o, o drama dos moradores � cada vez maior. No Bairro Cai�ara, a situa��o � cr�tica. Para o aposentado Jo�o B�rbara, de 62, s� restou a criatividade para escapar da seca. Na banheira de hidromassagem ele ainda guarda o restante da �gua que acumulou com a chuva de s�bado. Com baldes, correntes e uma calha ele juntou um estoque que permite usar o banheiro e lavar o rosto. “Aqui em casa estamos fazendo comida com �gua mineral. A situa��o � completamente desconfort�vel. N�o sei at� quando vamos conseguir ficar desse jeito”, diz o aposentado.

Os aposentados Vicente Barra, de 72, e Maria da Piedade, de 61, usam �gua de uma bica nos tanques com torneiras p�blicas na Rua Rio Doce. “N�o estou lavando roupas e o banheiro tamb�m n�o � lavado. Imagine como � viver desse jeito”, diz Maria da Piedade. Na bica o movimento � grande. Pessoas de bairros distantes do Cai�ara v�o ao local buscar �gua. Sebasti�o Trindade, de 60, j� perdeu as contas de quantas vezes por dia enche suas garrafas. “Desde sexta-feira estou sem �gua e preciso vir at� aqui v�rias vezes por dia. Essa �gua est� abastecendo dois bairros da cidade”, contou.

O aposentado Jos� Em�dio, de 48, conta que j� viu gente do Bairro S�o Geraldo, a seis quil�metros, buscando �gua. “At� caminh�o com caixa-d’�gua j� parou para encher”, afirma. Muitas pessoas levam as pr�prias vasilhas para lavar nos tanques da bica. Al�m disso, uma cole��o de garrafas, baldes, garraf�es, gal�es e outros recipientes aparece para servir de estoque.


JUSTI�A
O prefeito de Barbacena, Toninho Andrada (PSDB), promete entrar na Justi�a contra a Petrobras por causa dos preju�zos causados � popula��o. Segundo ele, a empresa � respons�vel pela seguran�a nas v�lvulas dos oleodutos e o trabalho dos bandidos foi favorecido pela falta de vigil�ncia. Em nota, a Transpetro diz que agiu prontamente para evitar maiores consequ�ncias � popula��o, com 100 pessoas, al�m de m�quinas, � disposi��o.


Trabalho em ritmo acelerado

Barreiras de contenção do óleo foram postas no Rio das Mortes, mas problemas persistem(foto: TÚLIO SANTOS/EM/D. APRESS)
Barreiras de conten��o do �leo foram postas no Rio das Mortes, mas problemas persistem (foto: T�LIO SANTOS/EM/D. APRESS)


Funcion�rios da Petrobras, Copasa, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) e da prefeitura trabalharam em ritmo acelerado, mas a �gua do Rio das Mortes, na esta��o elevat�ria de capta��o da cidade, segue com manchas de �leo diesel. Eles chegam a trabalhar manualmente com filtros para remover o combust�vel do espelho d’�gua, mas ainda n�o h� previs�o de quando o bombeamento voltar� ao normal. “Ainda n�o obtive o resultado da contraprova, mas posso dizer que houve melhora de 70% na qualidade da �gua entre a sexta-feira e o domingo”, informou Luiz �lvaro Abrantes, diretor-geral do SAS de Barbacena. Ainda segundo ele, a fonte do derramamento j� foi estancada pela Transpetro e agora as a��es est�o todas voltadas para a limpeza do rio. “As barreiras contam com material que absorve o �leo e s�o trocadas frequentemente”, completa o diretor.

Duas frentes foram montadas para limpar o rio. A primeira estancou a infiltra��o de �leo diesel no solo na Comunidade dos Costas, onde a carreta ficou atolada e o combust�vel foi derramado. Na segunda, os t�cnicos removem o �leo do espelho d’�gua de duas formas. Barreiras de conten��o foram montadas na boca da esta��o de capta��o para absorver o material. Al�m disso, os trabalhadores usam filtros manuais para tirar o �leo da superf�cie. Como a densidade da subst�ncia � de 0,82g/cm c�bicos, ela fica boiando na superf�cie da �gua, que tem 1g/cm c�bico.

Diariamente s�o feitas an�lises da �gua, que deve respeitar padr�es da Resolu��o 357 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para ser captada. Quando atingir os padr�es m�nimos, a �gua ser� bombeada e novos testes v�o ser feitos na esta��o de tratamento.

Em caso de ingest�o de �gua contaminada com �leo diesel, m�dicos afirmam que a pessoa pode ter n�usea, v�mitos, enjoo, problemas digestivos, altera��o da frequ�ncia respirat�ria e at� parada cardiopulmonar. Se houver contato com o �leo, os sintomas s�o pele avermelhada, edema, incha�o, bolhas e at� destrui��o do tecido epitelial. O contato com os olhos causa irrita��o imediata, ard�ncia, dor e queima��o e leva a pessoa a lacrimejar.
 


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