
Dentro das quatro linhas, o cl�ssico entre Atl�tico e Cruzeiro ocorreu com tranquilidade, restando apenas lance ou outro com maior rispidez, pr�prio do clima quente da decis�o. Por�m, as atitudes de alguns torcedores tiraram o brilho do espet�culo. O primeiro jogo entre os rivais com 10% da torcida advers�ria n�o passou totalmente no teste, apesar de a Pol�cia Militar (PM) considerar a opera��o montada para o jogo como "excelente".
Torcedores cruzeirenses, que ficaram nas arquibancadas em cima dos atleticanos que fazem parte do programa 'Galo na Veia', atiraram, mesmo antes de a bola rolar, v�rios objetos na parte inferior. Pilhas, moedas, copos, gr�os de milho e at� bombas foram arremessadas. Por sorte, ningu�m se feriu. De acordo com o coronel Ant�nio de Carvalho Pereira, Comandante do Policiamento Especializado, c�meras de seguran�a do Est�dio Independ�ncia flagraram a a��o dos suspeitos e ser�o envidadas para o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), que poder� puni-los.
No entanto, de acordo com o comandante, os objetos jogados no anel inferior foram fruto de brigas entre as pr�prias torcidas organizadas do Cruzeiro. "Na torcida do Cruzeiro havia v�rias torcidas organizadas, que estavam brigando entre si. Uma tentando agredir a outra. Como l� (local onde estavam no est�dio) � alto e a inclina��o � diferente, qualquer coisa que um joga no outro, cai l� embaixo", alegou Carvalho. Segundo o coronel, quatro torcedores que jogaram objetos foram identificados e presos.
Alguns torcedores atleticanos que estavam no est�dio discordam da opini�o do coronel e afirmam que os objetos foram jogados propositalmente. "V�rias pessoas foram agredidas covardemente pelos cruzeirenses nas arquibancadas. Eles arremessaram pilhas, moedas, copos com xixi, cusparadas e at� uma bomba", relata Henrique Lorenzo, que completa: "gra�as a Deus [a bomba] n�o atingiu a cabe�a de ningu�m, evitando um mal maior".
O dentista Guilherme Ara�jo por pouco n�o foi atingido. "Estou com vergonha de tudo isso. Vale lembrar que fui em quase 30 jogos no Independ�ncia com torcida advers�ria e nunca houve essa quantidade de ocorr�ncias. Um amigo meu, que estava do meu lado, tomou uma pedrada no bra�o. A PM n�o fez nada. Rid�culo", contou � reportagem, ainda no est�dio.
"Os torcedores cuspiam o tempo todo. Arremessaram moedas, pedras, copos cheios, tudo que viam pela frente. Arremessaram tamb�m bombas, sendo que uma caiu atr�s de onde eu estava. Fiquei ouvindo zumbido o resto do jogo e a pessoa que foi atingida ficou reclamando de dores na perna", detalhou a banc�ria Izabella Duarte. "A torcida do Cruzeiro jogou bombinhas e copos com xixi na gente. Uma a��o antidesportiva que os policiais n�o conseguem deter. Acho melhor repensar os cl�ssicos com apenas uma torcida", disse a educadora f�sica Marina C�ndido.
O coronel Ant�nio de Carvalho Pereira explicou que, antes do jogo, o setor destinado � torcida do Cruzeiro estava com pouco efetivo da PM pois a maioria dos militares se encontrava na parte externa, dando prote��o aos grupos que chegavam ao est�dio.
"N�s est�vamos migrando com a torcida (do Cruzeiro) para dentro do est�dio. Uma parte da torcida estava h� seis horas no local e eles j� estavam estressados. Est�vamos no cintur�o externo para proteger as entradas. Quando chegou a informa��o de que os cruzeirenses estavam com comportamento pior que as torcidas visitantes, como a do S�o Paulo, no jogo da Copa Libertadores, tivemos que intervir", explica.
Para o comandante, as situa��es vividas no jogo v�o servir de li��o para eventos futuros no Independ�ncia e no Mineir�o. "Considero que nosso trabalho foi excelente, pois n�o tivemos nenhuma ocorr�ncia considerada grave. A cada jogo � um aprendizado para a gente. Todos os fatos s�o passados para a iniciativa privada, que hoje administra o est�dio, para que sejam tomadas algumas medidas", afirmou.
Cl�ssico terminou com 22 presos
Ao todo, 22 pessoas foram presas no cl�ssico. Dessas, 6 cambistas, 12 flanelinhas e os demais por agress�es e arremesso de objetos. "Pelo incr�vel que pare�a, a maioria das pris�es foram de cruzeirenses, que mesmo em menor n�mero, causaram mais problemas", relatou o comandante.
Uma das agress�es foi flagrada pela TV Alterosa. Um torcedor cruzeirense foi detido por cuspir em um adolescente de 13 anos. Ele foi identificado e encaminhado para a delegacia dentro do est�dio. Antes de entrar na sala, o pai do garoto, que � major da Pol�cia Militar, tentou tirar satisfa��es com o agressor e os dois acabaram brigando na frente de militares.