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Estado de Minas MEM�RIA

BH e o reduto que j� foi quarteir�o de luxo da capital

Reduto das lojas mais sofisticadas da capital na d�cada de 1970, Rua Esp�rito Santo, entre Goitacazes e Tupis, no Centro, era frequentada por mulheres de fam�lias tradicionais


postado em 01/06/2013 00:12 / atualizado em 01/06/2013 07:12

Estabelecimentos recebiam famílias tradicionais de Minas para comprar joias, roupas e artigos importados(foto: Arquivo EM)
Estabelecimentos recebiam fam�lias tradicionais de Minas para comprar joias, roupas e artigos importados (foto: Arquivo EM)

A Belo Horizonte de hoje n�o � mais aquela projetada pelo engenheiro Aar�o Reis, o chefe da equipe que construiu a cidade que substituiu a hist�rica Ouro Preto como capital de Minas Gerais. O munic�pio, planejado para ocupar o per�metro interno da Avenida do Contorno, avan�ou para o sop� da Serra do Curral e para bem al�m do leito do Ribeir�o Arrudas. As mudan�as foram muitas e, se listadas, dariam material suficiente para muitos livros sobre a hist�ria de BH. Uma delas � a que trata de um quarteir�o da Rua Esp�rito Santo, mais precisamente do trecho entre a Goitacazes e a Tupis, no Centro.

Aquele peda�o da rua batizada com o nome do estado capixaba foi, na d�cada de 1970, o reduto de lojas sofisticadas de Belo Horizonte. Marcas como Manoel Bernardes, especializada em joias finas, al�m de Betina, Dora Modas, T�gide e Garbe, todas do ramo do vestu�rio, s�o alguns exemplos. O quarteir�o virou refer�ncia no com�rcio da cidade.

A t�tulo de curiosidade, as duas vias planejadas por Aar�o Reis para desempenhar tal fun��o foram a Caet�s e a Com�rcio – essa �ltima foi rebatizada de Santos Dumont depois de uma visita do Pai da Avia��o a BH. Mas como o quarteir�o da Esp�rito Santo se transformou na refer�ncia do com�rcio luxuoso na cidade? A resposta se deve ao desenvolvimento da pr�pria capital, que refletiu na migra��o de lojas renomadas da Caet�s e da Santos Dumont para outras vias.

Primeiramente, comerciantes rumaram para a Avenida Afonso Pena, no quarteir�o entre as ruas S�o Paulo e Bahia. Depois, para o quarteir�o da Esp�rito Santo, onde foram erguidos pr�dios que entraram para a hist�ria. Um deles � hoje a Unidade Municipal de Educa��o Infantil (Umei) Delfim Moreira, o primeiro jardim de inf�ncia da cidade, fundado em 1908. A escola homenageia o pol�tico (1868–1920) que foi presidente do Brasil e de Minas Gerais na primeira metade do s�culo passado. Delfim Moreira morou no local. Em frente � institui��o, destaque para o arranha-c�u que abriga o Hotel Dayrell.

A d�cada de 1970, auge das grifes luxuosas no quarteir�o da Esp�rito Santo, ficou marcada pela presen�a frequente de senhoras de fam�lias tradicionais da cidade naquele quarteir�o. “As clientes eram amigas. Ficavam muito tempo na loja. A amizade era muito mais importante que a compra”, rememora M�rcia Regina Schuster, que administra a loja Dora Modas com a m�e, Fani. A loja de roupas para jovens senhoras foi umas das primeiras a se instalar no quarteir�o, segundo M�rcia, e recebia personalidades importantes. “Os Fortini, Bias Fortes e Mendes J�nior compravam conosco. Traz�amos enxoval da Europa, rendas francesas e bordados da Ilha da Madeira”, conta.

A Manoel Bernardes estreou no mercado na mesma rua, em 10 de maio de 1970. Sua primeira loja ficava no pr�dio da esquina de Tupis e Esp�rito Santo. “A decora��o era moderna, todos os tetos das �reas de vendas eram de gesso imitando a forma c�nica dos diamantes. Al�m disso, fomos a primeira joalheria que prop�s o atendimento sentado”, lembra o dono da joalheria que leva o seu nome. Para ele, aquele poderia ser considerado o lugar mais importante da d�cada de 70, mas as mudan�as na regi�o como adensamento, muito tr�fego, poucas vagas para estacionar e a inseguran�a fizeram com que o com�rcio se deslocasse para regi�es como Savassi e Lourdes.

Fundada por Célia (E), a Loja Betina já vai para a terceira geração da família(foto: Beto Magalhães/EM/D.a Press)
Fundada por C�lia (E), a Loja Betina j� vai para a terceira gera��o da fam�lia (foto: Beto Magalh�es/EM/D.a Press)

GERA��ES
Regina C�lia Farah, herdeira da Betina, segue no mesmo ponto da Esp�rito Santo desde 1966, quando a loja foi fundada pelos seus pais, Chafi e Gl�ria Farah. Depois da primeira, abriu mais duas e garante que a descentraliza��o natural do com�rcio e o surgimento de shoppings centers n�o atrapalharam o neg�cio, que sempre acompanhou as evolu��es do mercado para se manter. Hoje, ela se prepara para passar o bast�o para a terceira gera��o da fam�lia, seus filhos Daniela, Eduardo e Andr�a Farah. “Apostamos na tradi��o somada ao profissionalismo para manter o neg�cio cada vez mais vivo e tamb�m atender a nossa terceira gera��o de clientes”, afirma Daniela.

O vice-presidente dos centros comerciais e shopping centers da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL), Davidson Cardoso, lembra que embora haja uma migra��o do consumo para os bairros e malls, o Centro de BH ainda desponta como uma regi�o forte. “O Centro passou pelo processo de retirada dos camel�s em 2002 e houve um aumento no valor das loca��es, al�m das revitaliza��es, que possibilitaram uma melhora no com�rcio da regi�o, que voltou a ser pujante”, afirma. No entanto, ele afirma que o Centro n�o responde mais por uma grande fatia do com�rcio, como era antigamente. “Se antes as lojas centrais eram respons�veis por uma fatia de 80% do consumo, hoje isso diminuiu porque as pessoas est�o, cada vez mais, consumindo num raio pr�ximo de suas casas e do trabalho.”


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