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Estado de Minas ALTERNATIVA PARA A DENGUE

M�dicos querem levantar debate sobre tratar a dengue com medicamentos homeop�ticos

Segundo eles, rem�dios amenizam dor e per�odo de manifesta��o dos sintomas


postado em 02/06/2013 00:12 / atualizado em 02/06/2013 08:31

Enquanto a dengue continua registrando n�meros alarmantes em todo o pa�s, os esfor�os de governos, popula��o e profissionais de sa�de assumem v�rias frentes de combate, profilaxia e tratamento. Na tentativa de encontrar solu��es, alternativas s�o oferecidas ao tratamento tradicional. Uma delas, usada em munic�pios como S�o Jos� do Rio Preto (SP), Maca� (RJ) e Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, busca na homeopatia um tratamento que d� mais conforto ao paciente.

Desenvolvido em Betim pelo m�dico Italo M�rcio Astoni, dentro do projeto Farm�cia Viva – programa fitoter�pico incorporado ao sistema de sa�de p�blica, visando a promo��o do uso racional das plantas medicinais na aten��o prim�ria � sa�de, resgatando o conhecimento popular, embasado nos conhecimentos cient�ficos –, o medicamento homeop�tico Eupatolio perfoliata foi adotado na unidade do Centro de Especialidades M�dicas Divino Braga, onde foi montada, em conjunto com a Secretaria de Estado da Sa�de de Minas Gerais, uma unidade espec�fica para pacientes com sintomas de dengue.

Foram dois meses de experi�ncia e mesmo sem resultados estat�sticos finalizados, pois est�o sendo levantados, os efeitos foram considerados muito bons na redu��o do prazo de dura��o do sintomas da dengue bem como em sua evolu��o. “O rem�dio proporcionou maior conforto aos pacientes amenizando os sintomas, com a dor intensa pelo corpo”, comenta o secret�rio de Sa�de de Betim, Mauro Reis, que acrescenta: “No pr�ximo ver�o, quando h� maior incid�ncia da doen�a, queremos que o medicamento esteja dispon�vel em todas as unidades de sa�de do munic�pio.”

Na opini�o da pediatra e homeopata Simonete Souza Aguiar, o tratamento convencional para amenizar os sintomas da dengue – como dor de cabe�a, nos olhos e nas articula��es – � limitado e em alguns casos h� restri��es no uso de analg�sicos e outros medicamentos alop�ticos que podem provocar intoxica��o hep�tica ou aumentar o sangramento, no caso de dengue hemorr�gica, a forma mais grave da enfermidade: “A recomenda��o � soroterapia venosa para diminuir a gravidade da doen�a, mas h� v�rias possibilidades no tratamento”, garante Simonete, acrescentando que “� preciso vencer o preconceito de usar outros tratamentos.”

A m�dica explica que a homeopatia sempre trabalhou com epidemias e � uma ci�ncia que tem maneira pr�pria de estudar o g�nio epid�mico, encontrando o rem�dio correspondente para cada sintoma, sendo que os resultados, segundo ela, suavizam a doen�a, diminuem seu tempo dura��o e de gravidade, al�m do custo ser muito baixo.

Pesquisadora convidada do Ambulat�rio de Toxicologia Cl�nica Ambiental e Ocupacional do Hospital Universit�rio Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a m�dica Miria Amorim explica que h� tratamentos da medicina complementar alternativa (MAC) que contribuem significativamente para melhora de quadros epid�micos e end�micos. Mestre em sa�de coletiva pelo Instituto de Estudos em Sa�de Coletiva da URFJ e especialista em homeopatia, ela diz que no caso da dengue ocorre uma r�pida resposta no estado geral do paciente, com recupera��o das plaquetas, diminui��o da febre e dos riscos de complica��o.

“Entretanto, quando medicamos, trabalhamos sempre na l�gica do sujeito e n�o da doen�a especificamente”, frisa. � que, segundo Miria, no entendimento da homeopatia, se o indiv�duo adoece � porque ele est� em desequil�brio e isso precisa ser corrigido (a filosofia serve para dengue, mas tamb�m para artritismo – esp�cie de reumatismo caracterizado pela inflama��o de v�rias articula��es do corpo –, mal�ria, amigdalite e, inclusive, para os quadros de desequil�brio emocional e mental).
 
Limpar criadouros � fundamental

Para o diretor da Associa��o M�dica Homeop�tica Brasileira e homeopata no sistema de sa�de de Belo Horizonte, Jo�o M�rcio Berto, o tratamento de dengue via homeopatia n�o exclui outras medidas como limpeza de quintais e todos os criadouros para o mosquito Aedes aegypti (pneus velhos, pratos com �gua, lixo acumulado etc.), consumo de l�quidos e alimenta��o adequada. “Apesar de n�o termos vacina contra a dengue, em Belo Horizonte a prefeitura ainda n�o admitiu o tratamento com homeopatia para a dengue”, lamenta. Berto contesta a Nota T�cnica do Minist�rio da Sa�de sobre o assunto. “Nossa inten��o � formar equipes m�dicas da Associa��o Homeop�tica Brasileira para que, por meio de projetos-piloto, a gente consiga mostrar a efetividade do tratamento e, dessa forma, sensibilizemos os gestores a adotarem os medicamentos homeop�ticos, ci�ncia que existe h� 200 anos e j� mostrou respostas efetivas durante epidemias que atingiram a Europa no s�culo 18, como o tifo, a gastroenterite, a coqueluche e o sarampo”, acrescenta. O m�dico frisa ainda que, no caso da dengue, � necess�rio estudar os primeiros casos a cada ano, identificar os sintomas e extrair o medicamento, chamado g�nio epid�mico.

A Prefeitura de Belo Horizonte, de acordo com o secret�rio-adjunto de Sa�de, Fabiano Pimenta, oferece por meio do SUS diversidade de possibilidades terap�uticas incluindo os profissionais homeopatas que atuam em 10 centros de sa�de da capital mineira. Entretanto, no tratamento e preven��o � dengue, o munic�pio segue os protocolos do Minist�rio da Sa�de, que n�o recomendam oficialmente essa alternativa ficando a crit�rio dos usu�rios do sistema escolher a medica��o homeop�tica. “O que ocorre � uma abordagem individual, uma decis�o tomada entre o paciente e o profissional especializado em homeopatia que est� fazendo seu atendimento”, esclarece Pimenta.

O Minist�rio da Sa�de considera que ainda n�o h� comprova��o cient�fica da efic�cia no tratamento e preven��o da dengue com a homeopatia e que � a doen�a pode ter alta taxa de letalidade se n�o for tratada de forma adequada: “Os cuidados com os sintomas como a febre e a dor s�o feitos com medicamentos antit�rmicos e analg�sicos. No entanto, a reposi��o vol�mica (unidades criadas para atender a popula��o que n�o precisa de interna��o) pela hidrata��o oral e/ou venosa, e, nos casos mais graves, a administra��o venosa de outras solu��es, � o principal tratamento para o extravasamento de plasma provocado pela doen�a, sendo a principal medida para evitar complica��es e �bitos.”

O impacto ambiental no organismo
 
A altera��o de ecossistemas, a redu��o da biodiversidade e grande ac�mulo no ambiente de subst�ncias t�xicas, al�m das condi��es socioecon�micas, de vulnerabilidade, efetivamente produzem impactos sobre a sa�de humana, considerando a din�mica das doen�as vetoriais que geram altera��es conforme a sazonalidade de cada regi�o, temos, por exemplo, o aumento da dengue no ver�o e de mal�ria na estiagem, ou ainda, com as grandes chuvas e enchentes, a leptospirose, hepatites e diarreias.

De acordo com a m�dica Miria Amorim, na �rea de vigil�ncia em sa�de podem ser encontrados nos munic�pios em todo o Brasil os programas de aten��o b�sica e promo��o de sa�de: “� fundamental que o controle dessas doen�as seja mantido pelo poder p�blico, que gera an�lise das situa��es de sa�de e seus determinantes e que, por sua vez, deve buscar a redu��o das vulnerabilidades socioambientais”.
Segundo a pesquisadora, os instrumentos de difus�o de informa��es sobre as doen�as, formas de tratamento e prote��o, bem como a diminui��o de riscos s�o mecanismos insubstitu�veis, capazes de contribuir para uma nova cultura de sa�de ambiental e para que esse n�vel de controle e prote��o ocorra � necess�rio que a popula��o procure os centros de sa�de de sua localidade, que t�m capacidade t�cnica de identificar qual o n�vel da complexidade e promover a��es e encaminhamento necess�rios.


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