
Para onde se olhasse, havia algu�m bebendo vinho ou comendo pizza, queijo provolone, presunto de Parma e outras del�cias. Cerca de 80 mil pessoas, segundo estimativas dos organizadores, foram � 7ª edi��o da anual Festa Tradicional Italiana de Belo Horizonte, que ocupou ontem dois quarteir�es fechados da Avenida Get�lio Vargas, na Savassi, Regi�o Centro-Sul da capital. Al�m das 65 barracas de bebidas e comidas t�picas montadas nas cal�adas, grupos de m�sica, teatro e dan�as folcl�ricas se apresentaram em dois palcos, para divulgar e celebrar a cultura de uma das na��es com mais imigrantes em Minas.
Descendentes de italianos aproveitaram a festa para ostentar suas origens. Alguns carregavam a tricolor bandeira do pa�s, outros vestiam camisas da sele��o nacional de futebol ou de clubes locais, como a Juventus. Grupos homenageavam sua linhagem com camisas inscritas com o nome e o bras�o da fam�lia. Um deles, com cerca de 30 integrantes, pertencia � famiglia (estava escrito assim, na grafia original) Della Croce. Na comprida mesa da turma, havia pizzas, queijos, vinhos e cerveja. “Gostamos de fartura, n�o ficamos s� no tira-gosto”, disse, sorrindo, a costureira aposentada Maria Madalena Della Croce, de 78 anos. A abund�ncia das refei��es n�o � o �nico costume trazido da Europa. “Falamos alto, com muitos gestos. Parece at� que estamos brigando. A fam�lia tem um v�nculo muito forte, isso � bem italiano. Tudo � motivo para festa”, ressaltou a dona de casa Eletra Della Croce, de 66.
Muitas pessoas tiraram fotos dos carros antigos fabricados pelas empresas italianas Fiat e Ferrari que estavam em exposi��o. No palco principal, uma das atra��es foi o grupo de dan�a Tarantolato, que veio de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e participou da festa pela quarta vez. “Apresentamos um estilo de tarantela natural da regi�o da Cal�bria, no Sul da It�lia”, explicou um dos dan�arinos, o estudante de ci�ncias da computa��o Marcos Vin�cius da Silva, de 22 anos. Outra integrante, a engenheira eletricista Wanessa Moura, de 29, n�o tem ascend�ncia italiana, mas depois que se juntou ao grupo descobriu semelhan�as entre europeus e brasileiros. “� uma dan�a alegre, com muita energia. O italiano � animado, festeiro, muito parecido com a gente”, constatou.
HOMENAGEM A VERDI
Para ter acesso ao evento, era preciso doar um quilo de alimento n�o perec�vel ou um pacote de fralda descart�veil, material a ser entregue a institui��es de caridade do estado. A festa, cuja primeira edi��o ocorreu em 2007, come�ou por volta das 12h30, terminou � noite e teve como tema o compositor Guiseppe Verdi em 2013. “Queremos estimular a exist�ncia de uma cultura integrada entre It�lia e Brasil, em que cada pa�s d� sua contribui��o”, afirmou, com forte sotaque, o italiano residente em BH Rafaelle Peano, presidente da Associa��o de Cultura �talo-Brasileira de Minas (Acibra-MG), respons�vel pela organiza��o da festa. A uni�o entre as duas culturas deve ser cada vez mais forte, especialmente em Minas, avalia Peano. “O car�ter do italiano e o do mineiro s�o muito parecidos. Somos hospitaleiros, gostamos de conversar, de comer bem, de ficar na rua, nos espa�os de conviv�ncia. Por isso, as pessoas daqui gostam tanto da cultura italiana”.