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Estado de Minas ALERTA A DIAB�TICOS

Falha em equipamento amea�a a vida de diab�ticos em Minas

Aparelhos da marca Cepa GC distribu�dos pela secretaria de sa�de de Minas apresentam falha na medi��o de glicemia que leva os pacientes a aplicar mais insulina, com risco de morte


postado em 15/06/2013 06:00 / atualizado em 15/06/2013 06:58

"O Cepa n�o tem manual de instru��o e os postos de sa�de n�o foram instru�dos sobre como usar o aparelho. Os resultados s�o discrepantes", Carol Freitas, rela��es-p�blicas (foto: BETO MAGALH�ES/EM/D.A PRESS)


Uma falha no aparelho que mede a glicemia da marca Cepa GC est� pondo em risco a vida dos diab�ticos em Minas. A leitura do glicos�metro n�o � homog�nea como nos equipamentos de outras marcas e os resultados s�o bem mais elevados, o que leva o paciente a injetar mais insulina no sangue e h� risco de coma hipoglic�mico. “Pode haver queda da glicemia abruptamente, porque � injetada uma quantidade excessiva de insulina”, alerta o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diab�ticos, o m�dico Levimar Rocha Ara�jo.

A entidade recebeu 15 reclama��es esta semana no estado e houve outras na Faculdade de Ci�ncias M�dicas, em BH, onde Ara�jo � professor, e nas redes sociais. “Tivemos reclama��es de m�dicos de Juiz de Fora, de pacientes de Campo Belo e de outras regi�es. M�dicos da capital detectaram tamb�m o problema no aparelho”, afirmou. “Pais de crian�as diab�ticas mandam e-mails e cartas e estou encaminhando tudo para a Secretaria de Estado de Sa�de e outros �rg�os competentes, mas n�o tivemos resposta”, reclama. Em Minas, a estimativa � de que haja 1,3 milh�o de diab�ticos com mais de 20 anos, cerca de 10% da popula��o adulta, segundo o governo.

Tr�s associa��es de diab�ticos receberam den�ncias tamb�m contra o Cepa: a Associa��o dos Diab�ticos de BH, a de Diab�ticos Infantis, tamb�m na capital, e a Associa��o dos Diab�ticos de Campo Belo. “Uma m�e mediu a glicose do filho de 2 anos com o Cepa GC e deu quase 300. Ela tinha um aparelho antigo, foi conferir e deu 40. Se ela tivesse aplicado insulina, o menino poderia ter entrado em coma”, alertou a presidente e fundadora da Associa��o de Diab�ticos Infantis, Cidinha Campos.

A Secretaria de Sa�de de Campo Belo informou ter recebido v�rias reclama��es do Cepa GC e que tem controlado o problema. O farmac�utico respons�vel testa os equipamentos levados pelas pessoas e os substitui quando necess�rio.

Os aparelhos Cepa GC foram importados pela Secretaria de Estado de Sa�de e distribu�dos gratuitamente � popula��o desde outubro do ano passado. Por m�s, as pessoas recebem 100 fitas usadas na medi��o. Segundo Levimar Ara�jo, a licita��o para compra dos equipamentos � anual e o modelo anterior,  Accu-Chek Performa, foi substitu�do. “O estado compra os aparelhos e as fitinhas com valores mais baixos. O Cepa � de origem chinesa e ningu�m o conhecia”, disse. O Accu-Chek Performa � mais eficiente, segundo ele, mas custa mais.

Precau��o ap�s erro

A rela��es-p�blicas Carol Freitas, de 34, que � diab�tica, deixou de usar o Cepa depois de medir a glicose que chegou a 500. “No aparelho antigo deu 130”, disse Carol, que passou a comprar por conta pr�pria um pacote com 50 fitas do aparelho antigo por R$ 100. “S� que a gente gasta 150 fitas por m�s”, protesta Carol, que j� recebeu 250 reclama��es do Cepa em seu blog, Doces contos de uma vida doce. “Enquanto no aparelho antigo a minha glicose dava 130, nesse d� 400, 500”, reclama.

A presidente da Associa��o dos Diab�ticos de BH, Irma Pires de Oliveira, disse ter informa��es de que a f�brica do Cepa GC foi fechada e a fita n�o � encontrada para comprar no Brasil: “Foi uma firma que importou exclusivamente para o estado”. O presidente da Associa��o dos Diab�ticos de Campo Belo, Rodrigo Dias, toma insulina todos os dias. “Quase entrei em coma por causa do resultado alterado do Cepa. O aparelho fez uma leitura para mais e tomei a insulina regular para diminuir a glicose, mas s� que diminuiu duas vezes mais. Eu estava passando mal e minha mulher me socorreu aplicando uma glicose de a��o r�pida”, informou Rodrigo, explicando que a insulina baixa a glicose e que a aplica��o aumenta a taxa de a��car no sangue.

Farmac�utico

A Secretaria de Estado de Sa�de (SES) admitu que o aparelho pode apresentar problemas de configura��o e informou que cabe ao farmac�utico constatar se  ele est� com defeito. “Quando ocorre problema com o aparelho, h� um fluxo definido com as unidades para substitui��o. Mediante as informa��es apresentadas, pode-se verificar que � necess�rio encaminhar os pacientes que tenham d�vidas sobre a utiliza��o dos aparelhos aos farmac�uticos municipais, para as devidas orienta��es e medidas cab�veis”, informou.

A SES disse ainda que adquire e distribui os glicos�metros e tiras reagentes de glicemia atendendo aos crit�rios de licita��es p�blicas. “A distribui��o da marca Cepa come�ou em outubro de 2012, ap�s processo licitat�rio. Como o objetivo de orientar os profissionais de sa�de no momento da entrega dos novos aparelhos aos pacientes, esta superintend�ncia elaborou informe a todos os munic�pios. O objetivo � divulgar e uniformizar orienta��es sobre o uso correto dos novos aparelhos, uma vez que se identificou que o uso inadequado e a falta de configura��o foram as principais causas das diferen�as de medida”, diz a nota.

Tamb�m por meio de nota, a Secretaria de Sa�de de BH (SMSA) informou que distribui glicos�metros da marcha Roch�. J� o Cepa GC � entregue desde a segunda quinzena de fevereiro e que j� registrou 50 reclama��es de pacientes sobre diverg�ncias na medi��o. “Nesta semana, a SMSA recebeu da SES a solu��o padr�o que permite a testagem do glicoss�metro. Todas as pessoas que encaminharam reclama��es ser�o chamadas para testagem de seus glicos�metros. Caso sejam identificados problemas ser� solicitada a troca pela SMSA”, diz a nota.


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