Mesmo ainda sem projeto conclu�do ou verba assegurada, o contorno norte do Rodoanel metropolitano j� tem estimativa de ped�gio de R$ 3 a R$ 7, segundo calculado nas consultas p�blicas feitas pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop). Pelo menos cinco empresas estariam interessadas na parceria p�blico-privada (PPP), numa obra que seria dividida em tr�s etapas e contaria com oito acessos, informou ontem o secret�rio da pasta, Carlos Melles. “Se o usu�rio percorrer um pequeno trecho vai pagar R$ 3. Se precisar de atravessar todo o contorno norte, vai desembolsar mais R$ 7 na sa�da da rodovia”, disse Melles. Ao todo, a al�a tem 67,5 quil�metros e passar� por Sabar�, Santa Luzia, Vespasiano, S�o Jos� da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeir�o das Neves, Contagem e Betim, como alternativa ao Anel Rodovi�rio.
A obra � uma das sete que ser�o pleiteadas por uma comitiva mineira capitaneada pelo vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que tem encontro com a ministra do Planejamento, Mirian Belchior, �s 9h30 de hoje. O grupo est� de olho na verba de R$ 50 bilh�es que a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou depois das manifesta��es que se alastraram pelo pa�s, para investir no setor de mobilidade a partir deste ano. O pacote de reivindica��es mineiras soma R$ 11,153 bilh�es, o equivaleria a quase um quarto da verba anunciada pela presidente.
Interven��es
O Rodoanel Norte � a interven��o mais cara, or�ada em R$ 4,05 bilh�es. Ser�o cobrados tamb�m a revitaliza��o do Anel Rodovi�rio (R$ 1,7 bilh�o), a expans�o do metr� (R$ 2,97 bilh�es), a pavimenta��o das vias de BRT metropolitano (R$ 150 milh�es), a concess�o do ramal ferrovi�rio de Betim a BH para passageiros (R$ 900 milh�es), os contornos vi�rios de Ribeir�o das Neves, Lagoa Santa e Santa Luzia (R$ 1,136 bilh�o) e a constru��o de travessias elevadas e subterr�neas na Avenida Cristiano Machado (R$ 247 milh�es). “O projeto do Rodoanel ser� algo fant�stico para a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Uma das grandes inova��es ser� a cobran�a da tarifa do ped�gio. O que mais demonstra o potencial do projeto � justamente o interesse de cinco empresas no projeto”, destaca Melles.
Tr�s dessas interven��es foram prometidas pelo governo federal e n�o sa�ram do papel. S�o a revitaliza��o do Anel Rodovi�rio, a amplia��o do sistema de metr� de BH e a abertura do trecho norte do Rodoanel. Outras, como a utiliza��o dos ramais ferrovi�rios para transportar passageiros e a amplia��o das linhas de metr� na capital mineira, s�o op��es de mobilidade que t�m sido pedidas desde a d�cada de 1980. “Essas s�o obras que t�m mais de 30 anos de atraso. Veja, assim, como se fazem necess�rias desde aquele tempo e quanto se sofreu pela falta de infraestrutura em Minas Gerais por esse motivo”, destaca o professor de transporte e tr�nsito M�rcio Aguiar, da Universidade Fumec, mestre em engenharia de transportes, .
De fora
Ainda assim n�o est�o inclusas as cobran�as por projetos de igual import�ncia como a duplica��o da BR-381, a Rodovia da Morte; utiliza��o de ramais de trem para transporte de passageiros entre Divin�polis e Sete Lagoas e entre BH e Brumadinho; e a constru��o das al�as sul e leste do Rodoanel.
A reuni�o entre a comitiva mineira e a ministra ocorre depois de representantes de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia terem sido recebidos ontem. Ap�s ouvir os representantes de Minas Gerais, ser� a vez de a ministra se encontrar com autoridades do Cear�, Paran�, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
O Minist�rio do Planejamento informa que as demandas para Minas Gerais n�o foram adiantadas e n�o s�o negociadas em paralelo, por isso ainda n�o h� como especificar ainda se h� viabilidade para que parte da verba de R$ 50 bilh�es seja usada nos sete projetos destacados.
Apesar dos an�ncios e da disposi��o do Minist�rio do Planejamento em receber comitivas dos estados, o professor de transporte e tr�nsito M�rcio Aguiar, da Universidade Fumec, e mestre em engenharia de transportes, diz n�o acreditar que desta vez as verbas sair�o. “No caso do Rodoanel Norte, participei da sua concep��o. Quando fui secret�rio de Transportes em Contagem, em 1999, cheguei a encaminhar a desapropria��o da �rea de dom�nio da via, mas desde ent�o rigorosamente nada caminhou no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)”, afirma. C�lculos iniciais mostram que o contorno Norte poderia remover at� 15% do tr�fego de ve�culos de carga que transitam pelo Anel Rodovi�rio, sem alterar, contudo, o deslocamento desse tipo de transporte no sentido Contagem/Betim/BH, que continuaria a percorrer a via.
O atraso acumulado dos tr�s trechos do Rodoanel metropolitano � de cerca de 20 anos. Pelos �ltimos entendimentos entre o Dnit e a Setop, o trecho norte seria tocado pelo governo de Minas, que o concederia em sistema de PPP. O projeto do trecho sul, que ligar� Betim a Nova Lima num segmento de 35 quil�metros, por R$ 500 milh�es, ficaria a cargo do Dnit. O departamento federal e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se comprometeram com o projeto da al�a leste, de Nova Lima a Sabar�, que tem extens�o de 22 quil�metros e custo estimado em R$ 700 milh�es.
Para o especialista, das interven��es levadas a Bras�lia, a revitaliza��o do Anel Rodovi�rio � a mais urgente das obras, devido ao grande n�mero de acidentes que ocorrem todos os anos na estrada. “Pelo menos a parte mais pesada do tr�fego seria aliviada, mas tem de ter dinheiro para isso”, disse Aguiar.
O in�cio das obras do metr� � outra quest�o urgente, mas n�o por quest�es de seguran�a. “Se n�o come�a, a obra fica sujeita a mais adiamentos. Tinha ent�o de come�ar, at� para haver mais cobran�as do povo e da imprensa. Principalmente a parte subterr�nea, que � mais cara e demorada”, afirma. Uma das solu��es propostas por ele seria a implanta��o de um monotrilho.
A reportagem entrou em contato com o Dnit para saber se h� empenho nas demandas que envolvem o �rg�o, como o Anel, o Rodoanel e a BR-381, mas o os servidores est�o em greve. A situa��o pode levar a mais um atraso na licita��o de duplica��o da Rodovia da Morte, cujas propostas das empresas participantes ainda s�o analisadas financeira e tecnicamente.