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Estado de Minas

Evento na capital mostra que � poss�vel andar de bike em todas as ocasi�es

Ciclistas elegantemente vestidos dizem que � poss�vel andar de bike para trabalhar, ir a uma festa, se divertir.


postado em 21/07/2013 06:00 / atualizado em 21/07/2013 07:55

Vestidos com roupas que remetiam o estilo belle époque, ciclistas pedalaram pelas ruas do Bairro Funcionários até a Praça Duque de Caxias, no Santa Tereza: ideia é mostrar que existe cultua além do mountain bike(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Vestidos com roupas que remetiam o estilo belle �poque, ciclistas pedalaram pelas ruas do Bairro Funcion�rios at� a Pra�a Duque de Caxias, no Santa Tereza: ideia � mostrar que existe cultua al�m do mountain bike (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Voc� costuma ir para o trabalho ou se divertir usando terno e gravata ou salto alto e maquiagem? Agora abra m�o do carro particular, do transporte p�blico e siga de bicicleta com esse figurino. Acha dif�cil? A combina��o tem ainda como desafio o relevo de Belo Horizonte, com subidas e descidas acentuadas, que fazem suar a camisa. Exige tamb�m habilidade para equilibrar-se no vai e vem intenso de carros, �nibus e motos. O trajeto pode ser, no m�nimo, arriscado. Considerada estranha por muita gente, a pr�tica de usar a bike para ir ao cinema, restaurante ou a uma festa de anivers�rio foi apresentada ontem � cidade por um grupo de ciclistas. Vestidos elegantemente e munidos de acess�rios como pulseiras, chap�us e colares, eles pedalaram pelas ruas da capital em um trecho de 10 quil�metros.

O evento leva o nome de Tweed Ride, em refer�ncia a um passeio com roupas de l�, t�picas da esta��o de inverno. “A ideia � mostrar que existe outra cultura de bicicleta diferente do mountain bike. As pessoas n�o precisam usar somente roupas de esporte para pedalar. Podem andar arrumadas, elegantes e, ainda assim, sa�rem de bicicleta”, conta a linguista Renata Aiala, uma das organizadoras do passeio. Amante da magrela, Renata pedala cerca de 10 quil�metros diariamente no trajeto de ida e volta entre sua casa, no Bairro Santa Tereza (Leste), e o Bairro de Lourdes (Centro-Sul), onde trabalha. Vai de camiseta em dias de calor e n�o se intimida com a falta de banheiro para se refrescar na hora da chegada. “Lavo as m�os e o rosto. Tamb�m tenho uma t�cnica para n�o chegar muito suada e esbaforida. Quando estou me aproximando do local onde vou parar, diminuo a velocidade”, revela.

Renata Aiala vai da casa para o trabalho: 10 Km pedalando(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Renata Aiala vai da casa para o trabalho: 10 Km pedalando (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O passeio de ontem come�ou com um piquenique na �rea externa do Museu Mineiro, na Avenida Jo�o Pinheiro, no Bairro Funcion�rios. De l�, os pedalantes seguiram por trechos com e sem ciclovias at� a Pra�a Duque de Caxias, no Bairro Santa Tereza. A cidade, que tem meta para chegar a 380 quil�metros de faixas exclusivas para bicicletas at� 2020, conta hoje com 52,8 quil�metros de rotas cicl�veis.

Em uma tarde agrad�vel, com temperatura amena do inverno belo-horizontino e um belo jardim, o piquenique foi regado a uma boa conversa, al�m de um saboroso card�pio que inclu�a sucos, frutas, sandu�ches e salgados. A primeira edi��o do evento foi um sucesso, segundo a coordenadora do Museu Mineiro, Andreia Debernardi. “� uma pr�tica comum em todo o mundo aproveitar os espa�os verdes e o compartilhamos agora com o movimento de pedalar com eleg�ncia.”

SEM FANTASIA
O convite para o evento que reuniu ciclistas de toda a cidade foi inspirado na obra do artista M�rcio Sampaio, que reproduz um piquenique. A eleg�ncia da roupagem, a beleza da bicicleta antiga levou a estudante de design Andrea C�pio a comparecer ao museu. “Ando muito de bicicleta e isso me levou a conhecer os coordenadores desse evento. Acho que essa � uma forma de quebrar o paradigma de que para pedalar � preciso se fantasiar de ‘ciclista’. � um meio de transporte tamb�m para todas as ocasi�es.”

Um piquenique foi realizado nos jardins do Museu Mineiro(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Um piquenique foi realizado nos jardins do Museu Mineiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
As amigas Cleuza Marinho, representante cultural da Procuradoria da Fazenda, e Cristina Coutinho Marinho, bibliotec�ria, garantiram que levaram pouco tempo na produ��o das roupas que remetiam ao estilo belle �poque das d�cadas de 40 e 50, entretanto estavam impec�veis nas roupas vindas h� 40 anos de Paris, assim como a sombrinha. Exibiam charme e eleg�ncia pelos jardins. Renata Aiala, uma das organizadoras, afirmou que o Tweed Ride se repetir� no inverno de cada ano.

Adeptos cobram mais respeito

A falta de faixas exclusivas para ciclistas � um inc�modo para quem pedala, mas n�o um empecilho. Como afirma a linguista Renata Aiala, uma das organizadoras do Tweed Ride, � preciso estar atento e respeitar o lado direito da via para trafegar. � noite, � importante que o ciclista sinalize sua presen�a no tr�nsito por meio de luzes.

Por outro lado, os ciclistas cobram mais respeito de motoristas, motociclistas e pedestres. “N�o estamos invadindo o espa�o dos carros. Temos o direito de andar pela via e precisamos ter esse direito preservado. Quanto maior for o n�mero de bicicletas na rua, melhor ser� o tr�nsito da cidade”, lembra.

Ainda assim � preciso ter cuidado, j� que os ciclistas s�o parte fr�gil no tr�nsito. Quedas e acidentes envolvendo bicicletas est�o entre os cinco atendimentos mais frequentes no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) Jo�o XXIII. Balan�o parcial do HPS mostra que, de janeiro a julho de 2012, �ltimo dado dispon�vel, 736 pacientes foram socorridos em decorr�ncia de acidentes cicl�sticos. Em 2011, foram 1.229 pessoas atendidas por esse motivo, uma m�dia de mais de tr�s pacientes por dia. (VL)

Palavra de
especialista

Silvestre de Andrade Puty Filho, engenheiro civil e mestre na �rea de transportes

Pedalar em BH ainda � desafio

“� poss�vel usar a bicicleta em Belo Horizonte para as atividades di�rias como ir ao trabalho ou para passear, principalmente porque a cidade vem adotando um modelo de tr�nsito com espa�o para ela. Mas h� alguns cuidados que devem ser adotados para n�o se expor a riscos. Na hora de programar o trajeto, escolha caminhos mais tranquilos, que seguem por fundos de vale e com menos subidas fortes. A escolha da bicicleta tamb�m � importante. As de marcha facilitam os deslocamentos em BH, onde as condi��es topogr�ficas n�o s�o t�o favor�veis � pedalada. Tamb�m � importante estar bem equipado e se fazer visto por motoristas, motociclistas e pedestres. Andar de bicicleta na cidade ainda � um desafio, pois existem poucas ciclovias e a bike � um elemento novo no cen�rio urbano. At� h� pouco tempo, a conota��o dada � bicicleta era de uso para o mountain bike ou para o lazer. No m�ximo, para deslocamentos pr�ximos de casa. Mas a capital mineira caminha para uma revitaliza��o dos transportes e o uso da bicicleta est� cada vez mais disseminado. Iniciativas que incentivem a bicicleta s�o muito bem-vindas e podem contribuir para uma mudan�a de cultura.”


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