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Estado de Minas

Terreno onde seria constru�da a rodovi�ria de BH vira "piscin�o"

�rea na Regi�o Oeste de BH que abrigaria terminal ter� barragem de 600 milh�es de litros de �gua de chuva para evitar enchentes. Impacto da obra gera preocupa��o


postado em 03/09/2013 06:00 / atualizado em 03/09/2013 07:14

Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, que liga a Tereza Cristina à Silva Lobo, será engolida pela barragem(foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS )
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, que liga a Tereza Cristina � Silva Lobo, ser� engolida pela barragem (foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS )
 

O terreno onde seria constru�da a rodovi�ria, no Bairro Calafate, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, dar� lugar a um piscin�o com capacidade para 600 milh�es de litros, seis vezes o volume da Barragem Santa L�cia, no Centro-Sul. A bacia de deten��o de �gua da chuva, que s� perder� em tamanho na capital para a Lagoa da Pampulha, vai evitar transbordamento do Ribeir�o Arrudas. A prefeitura pretende come�ar as obras no in�cio do ano que vem. Mas, considerando o hist�rico de pol�micas envolvendo a rodovi�ria, que n�o vingou, o projeto n�o dever� navegar em �guas mansas. Ao lado da Via Expressa e da Silva Lobo, importantes avenidas da cidade, a obra de grande impacto urbano j� � vista como paliativa por especialista e levanta d�vidas e resist�ncia de moradores da �rea que ser� desapropriada.


A bacia de deten��o do Calafate faz parte de um pacot�o de R$ 1 bilh�o em obras de preven��o de enchentes com recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), do governo federal, com contrapartida da prefeitura.

Al�m do Calafate, o Arrudas ter� bacia de deten��o no Bairro das Ind�strias, divisa com Contagem. As duas est�o or�adas em R$ 328 milh�es, sendo R$ 23 milh�es da prefeitura. A obra no ribeir�o j� havia sido proposta pela administra��o municipal em 2011 e foi inclu�da no Plano Diretor da Bacia Hidrogr�fica do Ribeir�o Arrudas. A expectativa � de que as duas obras comecem no ano que vem e terminem no fim de 2016. “V�o minimizar bastante o risco de enchentes na regi�o e um dos motivos para prioriz�-la foi a cobertura do Arrudas, com o bulevar”, avalia o gerente de Programas Especiais da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smob), Ricardo Aroeira. Atualmente, BH conta com 12 bacias.

A obra na regi�o dos bairros Calafate e Cora��o Eucar�stico vai engolir a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, que faz a liga��o das avenidas Tereza Cristina e Silva Lobo. Com cinco metros de profundidade, o piscin�o ter� capacidade para 600 milh�es de litros de �gua, alimentados pela �gua da chuva. Em fase de projeto executivo, ainda n�o houve a defini��o se a bacia ficar� seca fora dos per�odo chuvoso ou com espelho d’�gua permanente de poucos cent�metros, para fins paisag�sticos. De toda forma, a �rea receber equipamentos e espa�os de lazer.

Uma galeria subterr�nea ser� constru�da na Tereza Cristina, ao lado do Arrudas, para receber a �gua que extravasaria do leito do ribeir�o. Esse excedente ir� direto para a bacia de deten��o. “Ela ser� devolvida aos poucos para o Arrudas, por gravidade e um sistema de comportas”, informa Aroeira. Os detalhes em rela��o �s mudan�as de tr�nsito ainda est�o sendo definidos. “N�o h� qualquer conflito com a expans�o do metr� e o desvio de tr�fego ser� detalhado no projeto executivo”, ressalta.

J� a bacia de deten��o do Bairro das Ind�strias ter� funcionamento parecido, mas capacidade de 120 milh�es de litros, equivalente � da Barragem Santa L�cia.

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)


CANALIZA��O E OCUPA��O DO SOLO

Um dos coordenadores do Projeto Manuelz�o, da UFMG, Marcus Vin�cius Polignano considera a bacia uma medida paliativa. “Qualquer a��o que tenha um impacto na capta��o e reserva da �gua de chuva tem resultado positivo, mas a d�vida � se isso resolver� o problema, dada a impermealiza��o da regi�o. A prefeitura tem que atacar quest�es sist�micas, como restri��o das canaliza��es, controle do uso e ocupa��o do solo e plano estrat�gico para �reas verdes”, refor�a. O Manuelz�o busca a recupera��o da Bacia do Rio das Velhas, � qual o Arrudas pertence.

Na sexta-feira, representantes da prefeitura se reuniram com os moradores para apresentar detalhes do projeto. A principal preocupa��o da comunidade � a desapropria��o. “Tem gente que prefere dinheiro, outros apartamento. Estamos nos mobilizando para ver como vai ficar e para que esse processo ocorra de forma justa”, afirma o motorista Alexandro de Souza, de 21, l�der comunit�rio da Vila Bambirra, uma das �reas mais atingidas.

O bar de S�lvio Ribeiro, de 59, funciona no primeiro piso e a casa fica no segundo andar do im�vel na Presidente Juscelino Kubitschek, bem no meio da futura barragem. “N�o sei como vou fazer com meu ganha-p�o”, ressalta S�lvio, que rejeita o projeto. “Isso vai virar lix�o a c�u aberto”, diz. Do alto do pr�dio, no Calafate, a dona de casa F�tima de Oliveira, de 52, acha  que a bacia pode ser boa ideia: “� melhor do que a rodovi�ria e aqui precisamos muito de �reas de lazer, mas n�o d� para saber ainda quais ser�o os impactos para o tr�nsito”.


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