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Estado de Minas

Executiva suspeita de tr�fico de crian�as orientou m�e por mensagem em celular

Ela foi presa em flagrante na ter�a-feira por suspeita de envolvimento em esquema de tr�fico de menores, quando aguardava a alta de um rec�m-nascido no hospital


postado em 12/09/2013 06:00 / atualizado em 12/09/2013 16:19

Delegado Barichello encontrou mensagens que comprometem Eliane Azzi(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Delegado Barichello encontrou mensagens que comprometem Eliane Azzi (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A Pol�cia Civil tem ind�cios de que a executiva de vendas Eliane Cristina Gon�alves Figueiredo Azzi, de 37 anos, intermediou a ado��o ilegal de outras, crian�as al�m da localizada no Hospital Regional de Betim. Ela foi presa em flagrante na ter�a-feira por suspeita de envolvimento em esquema de tr�fico de menores, quando aguardava a alta de um rec�m-nascido no hospital. A m�e do beb�, Jana�na Resende Carvalho, de 24, deu entrada com documentos falsos, n�o quis amamentar o menino, que nasceu no domingo, e despertou a desconfian�a de assistentes sociais. No smartphone de Eliane, a pol�cia encontrou mensagens em que ela orienta Jana�na a informar dados falsos e inventar uma hist�ria sobre a crian�a, que seria entregue a um casal de Porto Velho (RO).

Eliane se apresentou no hospital como amiga de Jana�na e pressionou a institui��o para liberar o beb�, cobrando respostas de m�dicos e enfermeiros. Disse que Jana�na trabalhava em sua casa como bab� e que o outro filho da jovem, de 2 anos, estaria sentindo muito a aus�ncia da m�e. A mo�a deu entrada no hospital como Selena Castiel Gualberto Lima e acabou se contradizendo. A dire��o da unidade chamou a pol�cia. Para ganhar tempo, a pediatria n�o deu alta ao menino, alegando que faria exames.

No sagu�o do hospital, em troca de mensagens com pelo menos seis pessoas, Eliane parecia apreensiva, mas tentava tranquilizar os “futuros pais” da crian�a, advogados cadastrados na OAB de Rond�nia. O delegado Tito Barichello, da 3ª Delegacia de Betim, pediu a quebra de sigilo do telefone. Alguns torpedos chamaram a aten��o. “Hospital � assim mesmo. Eles enrolam”. � normal que pe�am exames complementares. De outras crian�as tamb�m pediram. Que n�o tinham o pr�-natal completo,” escreveu Eliane para o casal.

Eliane, executiva de vendas de uma empresa de turismo, diz que o beb� teria icter�cia e que por isso passava por exames. A outra pessoa, disse se precisava responder perguntas dos assistentes sociais. E recebeu apoio, numa outra mensagem: “Assistente social e psic�logo n�o � pol�cia (sic)”.

Na segunda-feira, Eliane recebeu a seguinte mensagem: “Manda essa demente decorar o nome dos pais dela”. Para Jana�na, em uma das 201 mensagens, Eliane escreveu: “Cria um texto pronto. Pelo amor de Deus, pense para n�o cair em contradi��o. N�o inventa muito. Quanto mais hist�ria inventar, vai ser pior.”

Executiva presa suspeita de tráfico de crianças(foto: Reprodução/ Facebook)
Executiva presa suspeita de tr�fico de crian�as (foto: Reprodu��o/ Facebook)


Segundo o diretor do hospital, Guilherme Carvalho, Jana�na se negou a apresentar documentos originais. Para dar entrada, entregou um cart�o de pr�-natal em nome de Selena com duas consultas e c�pias autenticadas da carteira de identidade, CPF e t�tulo de eleitor com o nome da advogada de Rond�nia. “Ela entrou em contradi��o. Ora ela n�o sabia o nome completo da m�e, ora dizia que o pai j� havia falecido. Numa conversa com a assistente social, ela contou um epis�dio com a sogra e errou o pr�prio nome. ‘Minha sogra me chamou e disse: Jana�na...’ Pronto. Foi o suficiente para a gente desconfiar que havia algo de errado e chamar a pol�cia”, explicou o diretor do hospital.

Segundo Carvalho, em busca na internet, a equipe constatou que Selena era uma advogada de Porto Velho. “Para resguardar os direitos da crian�a, a m�e teve alta, mas a pediatria n�o liberou o beb�. Assim, ganhamos tempo.” A demora que deixou Eliane incomodada. Ao ser abordada por policiais no sagu�o do hospital, ela se recusou entrar na viatura e disse que queria seguir at� a delegacia no carro importado.

Eliane disse que era amiga de Selena - referindo-se a Jana�na - e que h� tr�s meses a jovem foi morar na casa dela. Depois, j� com advogado, pediu para mudar o depoimento e disse que mentiu porque queria ajudar as pessoas. Eliane, que mora no Bairro Copacabana, na Regi�o da Pampulha, e Jana�na n�o falaram sobre dinheiro. Segundo o delegado, elas se conheceram pela internet e Eliane agenciou o tr�fico do beb�. “N�o � a primeira vez, ela � profissional e at� conhece a legisla��o. H� outras pessoas envolvidas nesse esquema”, disse Barichello, que indiciou Eliane por tr�fico de crian�as e falsifica��o de documentos. Ele n�o prendeu Jana�na em flagrante, mas deve indici�-la.

Selena e Breno n�o foram localizados pela pol�cia em Porto Velho. H� informa��es de que teriam vindo a BH buscar o menino, que foi encaminhado ao Juizado da Inf�ncia e da Adolesc�ncia para ado��o.

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Tr�s perguntas para a m�e do beb� que seria entregue para casal


1 - Como voc� se envolveu nesse esquema?
Digitei na internet como deveria fazer para doar um filho e achei um blog. Recebi mais de cem mensagens e ca� na melhor hist�ria, de uma fam�lia de advogados bem estruturada que n�o podia ter filhos. Eu n�o queria fazer aborto e causar algum mal para esse menino. Achei melhor dar a vida dele a algu�m que pudesse cuidar com amor. Em nenhum momento aquele ali era meu filho. Na minha cabe�a, era o filho da Selena.

2 - Por que voc� quis doar seu filho?
Voc� o vendeu?
Essa crian�a n�o podia fazer parte da minha vida. Meus pais e o pai do meu filho n�o sabem dessa gravidez, fruto de uma noitada com outro homem que eu s� vi duas vezes. J� tenho um filho muito amado e n�o queria perder minha fam�lia. Precisava sair de casa e me afastar at� ter esse beb�. Disse que vinha trabalhar com turismo na capital. Quis ajudar algu�m tamb�m, mas n�o teve dinheiro envolvido.

3 - Como seria a entrega da crian�a e
por que voc� usou documentos falsos?
Selena disse que tinha uma prima que poderia me acolher. Ela me passou por e-mail o telefone da Eliane, que cedeu a casa da m�e para eu passar esses tr�s meses. Ela me deu os documentos falsos, para a crian�a j� receber o nome da Selena, mas n�o sei como seria o registro. Esse foi meu erro. Eu daria o beb� a Eliane e ela o levaria para Rond�nia. Na hora do desespero, procurei resolver da forma mais f�cil e agora n�o sei com quem me envolvi nem a repercuss�o disso.


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