Homem � preso por tortura, estupro e c�rcere contra mulher e amante em Patos de Minas

 

Estupro, tortura e c�rcere privado. Estes s�o os principais crimes atribu�dos a Vagner Xavier da Silva, de 44 anos, preso nesta quinta-feira em Patos de Minas. O homem humilde � protagonista de uma hist�ria que chocou a popula��o da cidade. Casado h� mais de 20 anos, pai de uma jovem de 19, h� dez meses ele levou a amante, de 24 anos, para dentro da casa da fam�lia. Pouco depois, a mulher foi trancada no im�vel, impedida de sair sob qualquer pretexto. A leg�tima esposa, de 41, passou a sofrer amea�as di�rias e teve sua liberdade restringida pelo marido. Ambas passaram a ser obrigadas a satisfazer a lasc�via do homem, tendo de praticar atos sexuais entre si e, at� mesmo, com um cachorro.

O caso foi descoberto pelo que o chefe do 10º Departamento de Pol�cia Civil, delegado Ant�nio Carlos de Alvarenga Freitas, chamou de “acaso”. Segundo ele, movimenta��es at�picas no im�vel de dois pavimentos, sem reboco na fachada, levantaram suspeitas de que algo criminoso ocorria l�. “A princ�pio, pensamos que pudesse ser tr�fico de drogas. Vizinhos relatavam ouvir gritos vindos da resid�ncia”, conta. Em certa medida, a suspeita tinha fundamento, j� que descobriu-se que Vagner � usu�rio de drogas. Mas o que a esposa dele veio a revelar � autoridade policial causou espanto, tamanha a viol�ncia f�sica e psicol�gica empregada pelo homem contra as duas mulheres.

O desabafo da mulher foi registrado na Delegacia de Mulheres na semana passada. Diante da gravidade dos crimes, os policiais requereram na Justi�a a pris�o tempor�ria, que foi devidamente autorizada e cumprida nesta quinta-feira. “Vamos agora pedir a convers�o em pris�o preventiva. Precisamos impedir que esse homem concretize as amea�as de que mataria mulher e amante caso elas contassem o que sofriam”, afirma o investigador.

Crime hediondo

Segundo o delegado Ant�nio Carlos, os relatos de ambas as v�timas s�o aterrorizantes. “Elas contaram que eram obrigadas a pr�ticas sexuais com objetos de todos os tipos. Ele as obrigava a manter rela��o sexual entre si e tamb�m com o cachorro. A esposa s� podia sair de casa para receber a pens�o, que lhe era tomada por ele, atualmente desocupado. J� a amante era mantida presa no segundo pavimento da casa, enquanto a fam�lia vivia no primeiro andar. Mais que os abusos sexuais, elas sofriam todo tipo de maus tratos e tortura”, relata o policial.

A filha do casal disse em depoimento suspeitar que algo estava errado na conduta do pai, mas afirmou desconhecer o c�rcere e os abusos sexuais. “Certamente ela n�o quis falar nada por medo”, avalia o delegado. Segundo ele, a esposa contou que Vagner a amea�ava de morte constantemente e a mantinha sob vigil�ncia severa.

No im�vel os policiais apreenderam diversos objetos “t�picos de sex shop”, conforme classificou o delegado. Entre eles havia consolo, vibrador, massageador e �leos. O cachorro da fam�lia foi encaminhado ao centro de Zoonoses da cidade. “Foi curioso observar que, ao ver as mulheres, o c�o se entremeou nas pernas delas”, destacou o delegado Ant�nio Carlos. Vagner j� est� detido no Pres�dio Sebasti�o Satiro. “Fizemos uma recomenda��o para que ele fique em cela isolada”, destacou o policial.

As duas v�timas foram encaminhadas para exame de corpo de delito e dever�o ser direcionadas a um servi�o de apoio psicol�gico. “Elas viveram momentos de grande ofensa � dignidade humana. Foi uma experi�ncia, sem d�vida muito traumatizante. Acabaram as duas se tornando solid�rias neste momento, diante das agruras que viveram juntas praticadas pelo homem com quem mantinham suas vidas coligadas”, disse o delegado.

Sobre o perfil de Vagner, que n�o possui qualquer antecedente criminal, o delegado disse que ele tem “olhar de psicopata” e se mostra extremamente frio. No ato da pris�o, n�o esbo�ou qualquer rea��o e negou os crimes. “Ele se diz inocente, mas n�o apresenta uma explica��o plaus�vel sobre os fatos. Disse que as duas mulheres 'tem as prefer�ncias delas', sugerindo que os atos libidinosos eram praticados entre elas por livre desejo”, acrescentou. A pol�cia tem agora 30 dias para concluir o inqu�rito e repass�-lo � Justi�a.