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Estado de Minas

Autoridades tentam cumprir promessa de limpar a Lagoa da Pampulha at� a Copa

Licita��o ainda est� sem homologa��o. Um dos gargalos para conseguir o reconhecimento como patrim�nio da humanidade est� na despolui��o


postado em 12/12/2013 06:00 / atualizado em 12/12/2013 07:12

Lagoa da Pampulha, com o Mineirão ao fundo: relatórios recentes apontam níveis altos de poluição(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
Lagoa da Pampulha, com o Mineir�o ao fundo: relat�rios recentes apontam n�veis altos de polui��o (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)


S�o 16h de uma quinta-feira de muito calor quando a fot�grafa Renata Vidigal, de 42 anos, moradora do Bairro Bra�nas, na Pampulha, abre o porta-malas do carro e retira v�rias caixas e sacos de papel contendo material reciclado. Com calma e experi�ncia, ela deposita os res�duos na unidade do LEV (Local de Entrega Volunt�ria) na Avenida Otac�lio Negr�o de Lima, na orla da lagoa. Certa de que faz a sua parte para ajudar o meio ambiente, principalmente para evitar mais contamina��o do reservat�rio, Renata conscientiza o filho Samuel, de 5, a agir da mesma forma. “N�o tenho coragem de jogar um copinho de iogurte no lixo comum. Em casa, lavamos todas as embalagens de pl�stico antes de descart�-las. Depois, venho at� aqui”, conta a fot�grafa.

No dia a dia, Renata est� acostumada a ver muita sujeira na lagoa. “Precisamos de mais campanhas para sensibilizar a popula��o. E falta educa��o do povo. Todo mundo deve pensar no destino do lixo produzido em casa”, afirma a fot�grafa. Olhando a lagoa, d� para ver n�o s� os aguap�s que voltaram com toda a for�a como tamb�m as equipes da prefeitura trabalhando para retir�-los, garrafas PET boiando, sem falar nas sujeiras encobertas sob a beleza da paisagem, entre eles coliformes fecais – conforme laudos, 100% das amostras colhidas na lagoa apresentam n�veis acima do tolerado – e metais pesados. Outros problemas mais aparentes e clandestinos s�o os bota-foras, que grassam por todo o munic�pio.

Mesmo imersa em promessas e projetos, a Pampulha, com o espelho d’�gua e conjunto arquitet�nico sa�do da prancheta de Oscar Niemeyer (1907-2012), quando Juscelino Kubitschek (1902-1976) era prefeito de Belo Horizonte (de 1940 a 1945), quer ser patrim�nio da humanidade, t�tulo concedido pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco). Hoje, �s 15h, em solenidade na Casa do Baile, os �rg�os envolvidos – prefeitura, Funda��o Municipal de Cultura e Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) – assinam carta de inten��es para elabora��o de um dossi�, documento com fotos, hist�rico e outros registros, a ser encaminhado � Unesco possivelmente no prazo de um ano.

Um dos gargalos para conseguir o reconhecimento da institui��o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) est� na despolui��o da lagoa. Uma boa not�cia veio na semana passada, quando o Congresso deu sinal verde para a prefeitura fazer um empr�stimo de R$ 170 milh�es no Banco do Brasil para aplica��o na Pampulha. Segundo o gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Weber Coutinho, foi iniciado o desassoreamento da lagoa, com recursos municipais para retirada de 800 mil metros c�bicos de sedimentos. Outro trabalho desenvolvido inclui a coleta e intercepta��o de esgotos, servi�o feito pela Copasa na bacia da Pampulha. O leito dos c�rregos Ressaca e Sarandi, que chegam de Contagem, na Grande BH, � o retrato de toda a carga t�xica levada para a lagoa.

A expectativa � que, at� a Copa do Mundo, sejam executados os servi�os de retirada dos esgotos, desassoreamento e tratamento para melhoria da qualidade de �gua. Sobre esse �ltimo aspecto, est� em andamento uma licita��o, embora ainda sem homologa��o.

�CONE O professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fl�vio Carsalade, destaca a Pampulha como o grande �cone da modernidade na capital. “� o ber�o da arquitetura moderna brasileira”, diz Fl�vio. O arquiteto lembra, no entanto, que, para chegar ao t�tulo de patrim�nio da humanidade, s�o necess�rios “ajustes”, como a despolui��o ambiental. “H� dois tipos de problemas na lagoa: o passivo, que s�o os sedimentos j� depositados, e os ativos, que s�o os que chegam pelos c�rregos Sarandi e Ressaca. Portanto, deve haver um controle. Muitas vezes, a prefeitura n�o faz o dever de casa, que � retirar os sedimentos”, afirma o arquiteto, com a experi�ncia de quem foi administrador regional de 2004 a 2008.

O presidente da Associa��o dos Amigos da Pampulha, engenheiro Fl�vio Marcus Ribeiro de Campos, acredita que os trabalhos desenvolvidos agora representam um recome�o. E ele tem esperan�a. “A lagoa � a alma da Pampulha. Depois de tantos anos de obras e promessas, n�o houve evolu��o, mas um retrocesso. Dezenas de nascentes foram soterradas em toda a bacia, mas estamos encorajados a come�ar de novo. A uni�o de for�as entre as prefeituras de BH e Contagem e a Copasa � algo novo e fundamental”, diz o engenheiro.

Sou de BH

"Precisamos de mais campanhas para sensibilizar a popula��o. E falta educa��o do povo. Todo mundo deve pensar no destino do lixo produzido em casa" - Renata Vidigal, 42 anos, fot�grafa

Desafios

Conter o processo de eros�o na bacia hidrogr�fica da Pampulha, devido a desmatamento e constru��es

Impedir liga��es clandestinas de esgoto, principalmente em vilas e favelas de Contagem. A carga t�xica chega � Pampulha pelos c�rregos Sarandi e Ressaca

Controlar e fiscalizar os bota-foras que ocorrem em todo o munic�pio. Eles est�o na Pampulha e no Anel Rodovi�rio

Conscientizar a popula��o (s�o 500 mil moradores na bacia da Pampulha) sobre a destina��o do lixo e fortalecer a coleta seletiva

Retirar periodicamente os sedimentos depositados no reservat�rio


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