
Vidas perdidas no asfalto, desespero das fam�lias diante de ve�culos destru�dos e desesperan�a quanto � redu��o dos n�meros dram�ticos das estat�sticas. Levantamento divulgado ontem pela Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) mostra que mais pessoas morreram no ano passado em acidentes nas rodovias que cortam Minas. Em 2013, foram 1.254, um crescimento de 5% em rela��o ao ano anterior (1.196). J� a quantidade de feridos e de acidentes diminuiu 2% e 2,8%, respectivamente. Os desastres ca�ram de 26.772 para 26.268. O n�mero de feridos passou de 16.257 para 15.805. Para especialistas, tantas trag�dias s�o resultado das m�s condi��es das estradas, da imprud�ncia dos motoristas, da falta de “sensa��o de perigo” dos condutores, certos de que os itens de seguran�a, como airbag e freios ABS, garantem uma boa viagem, mesmo com excesso de velocidade. Enquanto isso, a duplica��o de rodovias se arrasta e alguns casos, nem saiu do papel, como a Rodovia da Morte, que liga BH a Governador Valadares.
O presidente da Associa��o Mineira de Medicina do Tr�fego (Ammetra), F�bio Nascimento, diz que o aumento das estat�sticas em plena vig�ncia da D�cada de Preven��o de Acidentes Vi�rios, iniciada em 2010 sob coordena��o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). “J� estamos com perda de tr�s anos. O objetivo � reduzir em 50% a viol�ncia nas estradas. Houve pouca diminui��o nas estat�sticas de acidentes e feridos, mas o de �bitos cresceu”, lamentou o dirigente da associa��o, destacando que o Brasil estava em quinto lugar (2010) em mortes e caiu para terceiro.
O fundamental, segundo o m�dico, � mudar a mentalidade para proporcionar a mudan�a de comportamento dos motoristas. “A imprud�ncia est� sempre em alta da mesma forma que os perigos. A sensa��o de seguran�a gerada pelos modernos equipamentos faz com que muitos exagerem no acelerador”, afirma. Al�m de aumento da viol�ncia nas rodovias contrariar as metas, os dados chegam tamb�m no momento em que o sinal est� verde para a duplica��o da BR-381 e a privatiza��o de outras federais, como 040, 262, 050 e 153.
Perigo na pista
Trechos perigosos n�o faltam no estado. Em reportagem publicada em novembro, o Estado de Minas mostrou, a partir de dados da PRF, pontos cr�ticos das rodovias. Eles est�o na BR-040 em Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora; na BR-251, que apresentou os �ndices mais alarmantes – a via chegou a ser 45% mais mortal entre janeiro e setembro de 2013 em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado (48 �bitos contra 33 em 2012), sendo a parte mais perigosa em Francisco S�, no Norte de Minas; e na BR-116, entre Muria� e Fervedouro, na Zona da Mata, considerado pela PRF o quinto trecho mais arriscado.
Os n�meros altos preocupam o diretor regional da Associa��o Nacional de Transportes P�blicos, o engenheiro Ricardo Mendanha. Destacando tamb�m a necessidade do cumprimento de metas da D�cada de Preven��o de Acidentes Vi�rios, do qual o Brasil � signat�rio, ele considera a situa��o “grav�ssima”.Para ele, iniciativas como uso de simulador de dire��o nos cursos para obten��o da carteira s�o avan�o para melhorar a performance dos motoristas, mas s�o necess�rios melhorias nas estradas e muita responsabilidade de quem est� ao volante.