
Estreitas, com poucos pontos de ultrapassagem, esquecidas por planos de implanta��o de radares, malconservadas e fora dos processos de duplica��o. A soma de fatores de risco, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) e especialistas, tornou as pouco conhecidas 251, 364 e 365 as rodovias federais que cortam Minas onde houve maior aumento de mortes entre 2012 e 2013. Ao contr�rio das demais, a 251 apresentou tamb�m alta na m�dia mensal de acidentes (+11%) e feridos ( 28%). Os dados s�o da PRF. Duas trag�dias recentes que refor�am o estado cr�tico da 251. Em 25 de novembro, 15 pessoas morreram e 24 ficaram feridas na altura do km 362 da rodovia, em Padre Carvalho, no Norte de Minas, depois que um micro-�nibus e uma carreta se chocaram de frente. Na noite do domingo passado, pai, m�e e duas filhas morreram tr�s quil�metros � frente, quando uma Dobl� bateu de frente em um caminh�o. O acidente ocorreu depois que o motorista do ve�culo tentou se desviar de um buraco no pavimento e atingiu o ve�culo de carga.

Duas das rodovias onde as mortes dispararam, a 251 e a 365, se encontram no Norte de Minas, na cidade p�lo de Montes Claros. Segundo o inspetor Nilmar Silva Ferreira, da PRF da regi�o, o trecho mais cr�tico da 251 � a serra de Francisco S�, entre o km 470 e o km 480, uma sequ�ncia de curvas numa �rea de declive acentuado, onde os acidentes s�o constantes. “Os motoristas enfrentam uma subida em estrada muito estreita e sinuosa. Isso os leva a tentar ultrapassagens em pontos de pouca visibilidade, o que tem aumentado os acidentes”, disse. O policial informou ainda que as chuvas de dezembro e janeiro pioraram as condi��es de rodagem. “O asfalto est� muito deteriorado e precisa ser recuperado com urg�ncia. No acidente de domingo, o motorista da Dobl� tentou justamente se desviar de um buraco enorme e acabou morrendo com a fam�lia ao bater numa carreta”, afirma.
A BR-365 foi revitalizada h� poucos meses, mas ainda tem trechos perigosos onde o fluxo rodovi�rio e o urbano de Montes Claros entram em conflito. “No povoado de S�o Geraldo, a tr�s quil�metros de Montes Claros, � urgente a instala��o de um trevo, pois os motoristas costumam atravessar a rodovia sem olhar direito. L� � onde ocorre a maioria das mortes nessa estrada”, disse o inspetor. Em 7 de novembro, a estrada foi palco de um dos seus piores desastres, que resultou na morte de tr�s pessoas, entre Patos de Minas e Patroc�nio, no Alto Parana�ba. Um carro da Prefeitura de Alto Parana�ba e uma picape Strada bateram de frente em um dos trechos mais perigosos, a chamada Curva da Serrinha.
O n�mero absoluto de mortos nesse per�odo de 2013 � maior na 381 (261) e na 040 (213), vias que apresentaram varia��o menor de mortes por m�s, superando em 3% e 5,4%, respectivamente, a quantidade de pessoas que morreram em batidas e atropelamentos em 2012.Para o consult
or em transporte e tr�nsito, Silvestre de Andrade Puty Filho, o aumento de mortes est� relacionado ao maior tr�fego de ve�culos, impulsionado pelo crescimento da frota e pelo desenvolvimento do pa�s. “Houve incremento de autom�veis e ve�culos pesados de forma geral e isso acabou modificando o uso de v�rias rodovias secund�rias. As taxas de mobilidade, tanto de ve�culos leves quanto pesados, est�o associadas � renda e ao desenvolvimento das regi�es”, comenta.
Apesar dessa mudan�a na realidade, Silvestre critica o fato de a fiscaliza��o e projeto de melhorias passarem longe dos destinos menos conhecidos: “Rodovias secund�rias t�m apresentado grandes problemas tamb�m e muitas est�o em condi��es inadequadas. A rede de rodovias menores tamb�m recebe menor aten��o da fiscaliza��o e os motoristas sentem liberdade para infringir as leis”..
O Dnit informou que existe um projeto de restaura��o para refor�o e alargamento de pontes, viadutos, pista, melhorias em interse��es e trechos de duplica��o previstos para a BR-251, mas que ainda precisa ser aprovado e licitado. O �rg�o n�o informou sobre melhorias nas demais rodovias.

Precariedade e imprud�ncia
Uma batida entre um Siena e uma carreta, no km 359, perto de Salinas, causou a morte de quatro pessoas, esta semana. O acidente foi apenas uma das sucessivas trag�dias na BR-251, que virou um dos "corredores da morte" em Minas. A estrada, que compreende 300 quil�metros entre Montes Claros e a BR-116 (Rio-Bahia), � uma das rodovias mais movimentadas de Minas. Recebe grande fluxo de caminh�es e carretas que transportam cargas do Sul-Sudeste para o Nordeste-Norte.
Com o tr�fego pesado, que gera longas filas de caminh�es e carretas, a pista estreita, a falta de acostamento e a sequ�ncia de curvas em alguns trechos elevam o perigo e transformam a 251 em rodovia de grande risco. Foi nela que aconteceu o pior acidente registrado no territ�rio mineiro em 2013, em 25 de novembro, quando um micro-�nibus que transportava pacientes que iriam fazer tratamento m�dico e acompanhantes, que tinha sa�do de Rubelita para Montes Claros, bateu em uma carreta, em Padre Carvalho, matando 14 e ferindo 13 pessoas.
A m� conserva��o da pista � outro fator de perigo na 251. Depois das chuvas de dezembro, a precariedade piorou, com o surgimento de muitos buracos, sobretudo, no trecho perto de Curral de Varas, em Gr�o Mogol. Neste m�s, o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) iniciou o servi�o de tapa-buracos na rodovia.
O inspetor Pedro Medeiros, da PRF em Montes Claros, informou que o elevado �ndice de acidentes na 251 n�o se deve apenas � m� conserva��o e outros problemas da rodovia. “O tra�ado � perigoso, com muitas curvas e descidas longas em alguns trechos. Mas se todo mundo obedecesse o limite de velocidade, n�o ocorreriam tantos acidentes”.