Pedro Ferreira

No assassinato de Matheus, duas testemunhas do pr�dio em frente viram o rapaz ser abordado pelos ladr�es e contam que ele n�o reagiu. “Foi um ato de covardia. Dois homens jovens, bem vestidos e armados, j� chegaram gritando ‘sai do carro, sai do carro’ e dispararam dois tiros na v�tima. Ela saiu do carro, levou o terceiro tiro, saiu cambaleando e caiu na cal�ada. Os ladr�es entraram no carro dele e fugiram em alta velocidade”, contou a testemunha, que coincidentemente � amigo do irm�o da v�tima.
O tio de Matheus, o empres�rio Benedito Rezende, de 58, mora em um pr�dio pr�ximo e conta que chegava em casa e ficou curioso com a movimenta��o de pessoas na esquina. “Perguntei ao porteiro o que estava acontecendo e ele me disse que um rapaz havia sido baleado por assaltante. Entrei no apartamento e o telefone estava tocando. Era o pai dele dando a not�cia”, contou Benedito.
MEDO Matheus foi morto depois de visitar um amigo que se recupera de uma cirurgia. “Ele parou o carro na esquina e quando voltou para apanh�-lo foi abordado pelos marginais. A fam�lia, amigos, colegas de escola, todos est�o transtornados. A gente espera que esse crime seja apurado, que a justi�a seja feita e que outros pais n�o passem pelo mesmo sofrimento que estamos passando”, lamentou o tio. “Sabemos que Matheus jamais reagiria a um assalto. Ele j� tinha sido assaltado outras vezes e nunca reagiu”, acrescentou. “� preciso que se fa�a alguma coisa para acabar com essa viol�ncia. Era um menino tranquilo, cheio de vida, alto-astral, alegre, brincalh�o. Tinha muitos sonhos”, concluiu. Matheus era o mais velho de dois filhos e morava com os pais, segundo Benedito.
Uma amiga conta que o estudante era t�o traumatizado com assalto que a namorada dele voltava para casa de t�xi para ele n�o precisar tirar o carro da garagem. “At� para ir a p� para a academia, que fica a um quarteir�o da casa dele, Matheus pedia � m�e para acompanh�-lo”, disse a amiga.
Segundo moradores, os assaltos s�o frequentes no bairro. “J� fui assaltada v�rias vezes e presenciei muita gente sendo roubada. Motoqueiros passam e levam a bolsa das pessoas”, conta a estudante Laura S� Fortes, de 22. “Roubam muito carro por aqui. A pol�cia aparece, mas depois desaparece e os bandidos voltam para atacar”, disse o porteiro de um pr�dio. “Chego em casa e olho para todos os lados antes de abrir a garagem. J� fui assaltado duas vezes e j� fizeram arrast�o no meu pr�dio”, disse outro morador. O corpo de Matheus ser� sepultado hoje, �s 10h, no Cemit�rio Parque da Colina.