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Estado de Minas

Rod�zio no abastecimento faz moradores de Par� de Minas estocarem �gua

Popula��o enfrenta transtornos por causa do racionamento e fica sem �gua at� para o banho


postado em 11/02/2014 06:00 / atualizado em 11/02/2014 07:40

Terezinha de Jesus é obrigada a comprar galões para garantir o abastecimento(foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Terezinha de Jesus � obrigada a comprar gal�es para garantir o abastecimento (foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A falta de �gua � t�o comum em alguns bairros de Par� de Minas, no Centro-Oeste do estado, que os moradores sempre buscam se precaver. Eles enchem barris e outros recipientes e garantem estoque para quando as torneiras secarem. A dona de casa Mar�lia Gl�ucia Rocha, de 35 anos, mora com cinco filhos em um dos bairros mais problem�ticos, o Santa Edwiges. Procura deixar sempre cheios quatro baldes, mas, no �ltimo fim de semana, at� esse estoque acabou. O motivo foi a interrup��o do abastecimento entre sexta-feira e as 16h de domingo. “Moro aqui h� 13 anos e nunca tinha ficado tanto tempo sem �gua”, contou.

A fam�lia de Mar�lia ficou o s�bado passado inteiro sem tomar banho. No dia seguinte, ela pediu �gua a vizinhos. “As plantas est�o morrendo”, disse, apontando os vasos no ch�o do quintal. Uma das filhas, a pequena Maria Luiza Paz, de 5 anos, mostra os pontos que tomou na m�o direita, cortada h� tr�s dias. “A gente n�o tinha nem como lavar para ver o ferimento”, queixou-se a m�e. A �gua voltou no domingo, mas faltou de novo a partir das 8h de ontem. No in�cio da noite, a situa��o ainda n�o havia se resolvido.

Na mesma rua de Mar�lia, a dona de casa Terezinha de Jesus, de 60 anos, chega a perder o sono por causa do problema. “Quando falta, a �gua geralmente volta de madrugada. Uma noite, na semana passada, fiquei acordada, esperando. Ela chegou �s 3h da manh�. Corri para encher a caixa e os filtros”, contou. A caixa a que se refere � um recipiente de cimento no quintal, cuja �gua � usada para lavar roupa e o banho. Como a tampa n�o � grande o suficiente para tapar o reservat�rio, o l�quido est� sujo, com insetos boiando na superf�cie. “O vento traz sujeira”, reconhece.

Segundo Terezinha, a falta de �gua � mais frequente desde o fim do ano passado. “Antes deixava de chegar umas duas vezes por semana. Agora, � quase todo dia”, reclama. Ela mora com duas filhas, tr�s netos e o genro, que costuma trazer gal�es que fica cheio com a cisterna da casa da m�e: “Ontem ficamos sem tomar banho at� oito e meia da noite, quando a �gua chegou e corri para encher a caixa. Os filtros haviam secado e tivemos de comprar �gua”.

Outro bairro problem�tico � o Recanto da Lagoa. A dona de casa Maria C�lia da Silva Santos mora na regi�o h� cerca de 30 anos. “Sempre sofri com a falta de �gua, mas h� dois meses ficou pior. No fim do ano passado faltou durante quatro dias”, recorda. Ela disse que as torneiras secaram por volta das 9h de s�bado. C�lia comemorou quando o abastecimento foi restabelecido domingo � tarde, mas, a alegria durou pouco: foi novamente suspenso na manh� de ontem.

Maria C�lia mora com o marido e um inquilino. Apesar de ter duas caixas de 500 litros cada uma, tamb�m adota a estrat�gia da maioria dos moradores: faz reserva com um tambor de 200 litros. “�s vezes, os vizinhos v�m pedir �gua. Eu dou. Fico com d�”, diz.

Tamb�m moradora do Recanto da Lagoa, a dona de casa Maria Mendes, de 62, fica ansiosa para ouvir o barulho da �gua caindo na caixa. “Quando ou�o, j� levanto para encher as vasilhas. Quando acordo, a primeira coisa que fa�o � abrir a torneiras”, afirma. As vasilhas s�o os recipientes que servem de estoque, como um garraf�o de 20 litros, baldes e at� uma das duas m�quinas de lavar roupa. “Al�m de tudo, tem que ficar vigiando para n�o criar dengue”, disse.

Maria mora com um filho, uma filha, o genro e um neto. “Fico mais tempo sem �gua do que com. Toda semana falta. Hoje (ontem) ela chegou �s 4h30 ou �s 5h e acabou �s 9h30. Aproveitei para encher as vasilhas vazias, para o caso de amanh� n�o ter”, contou ela, que reaproveita a �gua suja para aguar plantas, passar pano na caso e lavar o quintal. “Economizo o m�ximo que posso”.


REVEZAMENTO A Copasa informou, por meio de nota, que “manobras de abastecimento tornaram-se necess�rias” em Par� de Minas “para que todos os im�veis, inclusive em regi�es mais altas, recebam �gua”. Funcion�rios que trabalham na cidade informaram que � feito revezamento entre os bairros. Todos os dias o abastecimento de alguns bairros � interrompido. Entre as 8h de anteontem e as 8h de ontem, a medida foi tomada em 10 bairros, incluindo o Recanto da Lagoa e o Santa Edwiges.

Segundo a empresa, o munic�pio est� em regi�o de “pobreza h�drica, entre duas bacias hidrogr�ficas, o que agrava os reflexos da estiagem”. Para tanto, mant�m quatro pontos de capta��o na cidades, mas os mananciais est�o abaixo dos n�veis normais. Para tentar minimizar a falta de �gua, a empresa perfurou 17 po�os artesianos nos �ltimos dois anos, mas “apenas sete se mostraram vi�veis”. O �rg�o planeja interligar o sistema de abastecimento local ao da regi�o metropolitana.

Economize �gua
Feche a torneira ao escovar os dentes ou fazer a barba
Varra a sua cal�ada, em vez de lav�-la
Tente tomar banhos rapidamente
Deixe talheres e pratos de molho antes de lavar
Elimine vazamentos em casa
Acompanhe o consumo mensal na conta de �gua, estabelecendo metas de redu��o
Use mangueira com esguicho do tipo rev�lver


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