
Uma rotina destru�da por sete tiros. Funcion�rio da Prefeitura de Belo Horizonte, Iorque Leonardo Barbosa J�nior, de 42 anos – 22 deles no cargo de auditor fiscal de tributos –, foi executado na manh� dessa ter�a-feira, a cerca de 200 metros do pr�dio onde morava, no Bairro Padre Eust�quio, Regi�o Noroeste da capital. Quando ele seguia para o trabalho, na esquina das ruas Curupaiti e Lorena, por volta das 7h, um homem o chamou pelo nome e atirou. Todos os disparos acertaram a cabe�a de Iorque, que morreu no local. O assassino foi visto correndo e entrando em um Renault Sc�nic de cor grafite, ocupado por mais dois homens. O crime ainda � um mist�rio para a fam�lia, mas a Pol�cia Civil n�o descarta a possibilidade de o homic�dio ter sido motivado por vingan�a relacionada ao trabalho da v�tima.
Entre as linhas de investiga��o, a possibilidade de latroc�nio (roubo seguido de morte) foi descartada, segundo o delegado Rodrigo Bossi, da Delegacia de Homic�dios Noroeste. “O autor do crime fugiu sem levar os pertences da v�tima. Al�m disso, a quantidade de disparos caracteriza uma execu��o”, afirma. Segundo o policial, os envolvidos conheciam a rotina da v�tima, o hor�rio em que sa�a de casa diariamente e o percurso que fazia para pegar o �nibus da linha 4111 (Dom Cabral-Anchieta). De acordo com a pol�cia, Iorque tinha carro, mas preferia ir trabalhar usando o transporte p�blico. Colegas de trabalho do auditor ainda ser�o ouvidos, segundo o delegado.
Pr�ximo ao corpo de Iorque foi encontrada uma bolsa com documentos e pertences pessoais dele, como roupas e um par de t�nis. A bolsa foi entregue � mulher do funcion�rio p�blico, A.L.P.L., de 41, uma policial civil do Departamento Estadual de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran-MG). Ela estava em casa quando recebeu a not�cia de que o marido havia sido assassinado.
Investigadores da Divis�o de Crimes contra a Vida (DCcV) estiveram no local e analisaram as imagens das c�meras de monitoramento de im�veis pr�ximos ao local da execu��o. Segundo o delegado, as filmagens mostram a v�tima passando a p� pela Rua Curupaiti, a caminho do ponto de �nibus na Rua Ressaca. Iorque seguiria para a Secretaria Municipal da Fazenda, no Centro, mas ao passar por um homem moreno claro, de bon�, camisa polo preta, bermuda e t�nis, que o aguardava na esquina, foi assassinado. Apesar dos detalhes, as imagens n�o mostram o exato momento do crime. Enquanto o assassino estava de tocaia, os comparsas despistavam, fingindo olhar o motor do Sc�nic, estacionado na Rua Lorena.
Vizinhos relataram � Pol�cia Militar que o matador fugiu em dire��o ao carro logo ap�s atirar, embarcando no banco de tr�s. O mesmo ve�culo havia sido visto desde o in�cio da manh�, circulando nas imedia��es do pr�dio da Rua Cumbi onde o auditor e a mulher moravam havia quatro meses.
A fam�lia de Iorque ainda busca uma explica��o para o crime. De acordo com a sogra dele, a aposentada L.P.L., de 75, o genro n�o havia relatado amea�as ou qualquer desentendimento relacionado ao trabalho. “Estamos todos em choque. N�o podemos imaginar por que ele foi morto, vamos aguardar as investiga��es.” Ela tamb�m descartou que a filha, agente da Pol�cia Civil, estivesse sofrendo algum tipo de press�o. O enterro do auditor est� previsto para hoje, no Cemit�rio S�o Jo�o, no munic�pio de M�rio Campos, Grande BH, onde a fam�lia tem um jazigo.
Moradores do Bairro Padre Eust�quio est�o assustados com a viol�ncia. Uma idosa de 78 anos, que mora a poucos metros do local do crime, disse ter ouvido os tiros e, quando saiu para ver o que tinha ocorrido, populares tentavam socorrer a v�tima, que morreu antes da chegada do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu). “Moro aqui h� 10 anos, minha casa j� foi assaltada e a do vizinho do lado, tamb�m. Um assassinato assim, t�o perto, deixa a gente com mais medo.”
Em nota, a prefeitura lamentou a morte do auditor fiscal e informou que vai aguardar o resultado da investiga��o policial e o esclarecimento sobre circunst�ncias e motiva��o do crime. De acordo com a administra��o municipal, Iorque atualmente trabalhava como gerente de n�vel 1 da Ger�ncia de Tributos Imobili�rios, subordinada � Secretaria Municipal Adjunta de Arrecada��es. Ele substitu�a um colega, fun��o que ocuparia at� hoje.
Assassinato em tr�s atos
Veja como foi a emboscada que matou o servidor da Prefeitura de Belo Horizonte
1 - Por volta das 7h, o auditor fiscal de tributos da PBH Iorque Leonardo Barbosa J�nior, de 42 anos, sai de casa, na Rua Cumbi, no Bairro Padre Eust�quio, para ir ao trabalho, no Centro da cidade. Um Renault Sc�nic com tr�s homens � visto circulando pelas proximidades
2- A duzentos metros do pr�dio onde morava a v�tima, na esquina das ruas Curupaiti e Lorena, um dos ocupantes do Sc�nic a aguarda fora do carro. Um homem moreno claro, de bon�, camisa polo preta, bermuda e t�nis chama o fiscal pelo nome e atira sete vezes. Todos os disparos o atingiram na cabe�a
3- Iorque Barbosa J�nior cai na cal�ada em frente a um bar e morre no local antes de ser socorrido pelo Samu. O assassino corre em dire��o ao carro, estacionado na Rua Lorena, e entra no banco de tr�s, fugindo com os dois comparsas, que aguardavam no ve�culo.