Mais de 16% dos 87.136 casos de dengue cl�ssica no Brasil foram registrados em Minas

O n�mero de casos suspeitos de dengue cl�ssica no pa�s caiu 79,6% entre o primeiro bimestre de 2013 e o mesmo per�odo de 2014, segundo balan�o divulgado ontem pelo Minist�rio da Sa�de. Minas foi o terceiro estado com mais notifica��es em janeiro e fevereiro (14.089), mas teve queda de 87% em rela��o aos 108 mil nos mesmos meses do ano passado, quando viveu a pior epidemia de sua hist�ria. Mesmo assim, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Sa�de (SES), o estado tem ao menos 11 munic�pios com alto risco de infesta��o.

No primeiro bimestre de 2014, houve 87.136 casos suspeitos de dengue cl�ssica no Brasil, contra 427.678 no mesmo per�odo de 2013, segundo o minist�rio. Do total deste ano, 16,16 % foram registrados em Minas, que s� teve menos que Goi�s (22.850) e S�o Paulo (16.147). Em n�mero de casos graves, Minas ficou em quarto lugar, com 34 , enquanto o pa�s teve 420. J� em quantidade de mortes causadas pela doen�a, o estado lidera com duas, empatado com Rio de Janeiro e Goi�s. No pa�s ocorreram nove �bitos, contra 192 registrados nos primeiros meses do ano passado.

J� entre os munic�pios, segundo o minist�rio, Belo Horizonte � o sexto com mais notifica��es de dengue cl�ssica (1.647). O ranking � liderado por dois goianos: Goi�nia (6.089) e Luzi�nia (2.888). Segundo a SES, em janeiro e fevereiro deste ano foram confirmados 3.371 casos de dengue, contra 86.378 no mesmo per�odo de 2013. Outros 56 casos foram verificados neste m�s, at� o dia 13. O munic�pio com mais confirma��es at� o mesmo dia � Paracatu, no Noroeste, com 593, seguido por Brasil�ndia de Minas (321), na mesma regi�o, Uberl�ndia (256), no Tri�ngulo, BH (248) e Passos (223), no Sul. Durante o ano passado, a capital teve 95.362 ocorr�ncias da doen�a.

Em Paracatu, onde houve uma das duas mortes registradas em Minas neste ano – a outra ocorreu em Passos –, o n�mero de casos confirmados j� � mais da metade dos 983 de todo o ano passado. “A maior dificuldade � conscientizar a popula��o sobre as medidas de combate � doen�a”, afirma Tamara Gabriela Ferreira Alves, enfermeira do setor de epidemiologia da Secretaria Municipal de Sa�de. Segundo ela, a quantidade de casos em 2014 � ainda maior que 593, porque muitos n�o s�o informados � prefeitura. “Alguns profissionais n�o s�o conscientes da import�ncia de notificar. Al�m disso, h� pacientes que tomam medica��o por conta pr�pria e procuram atendimento s� se o quadro piorar”, explica.

CHUVA

Em BH, onde oito pessoas morreram de dengue no ano passado, uma das causas para a redu��o no n�mero de doentes foi a pouca chuva que caiu na capital em 2014, como admite a Secretaria Municipal de Sa�de. Segundo o Instituto Climatempo, os acumulados neste ano foram de 110 mil�metros em janeiro, 22,9 em fevereiro e 61,3 em mar�o, at� a manh� de ontem, enquanto nos mesmos meses de 2013 os �ndices foram de 434,6, 75,4 e 131,3, respectivamente.

“A condi��o clim�tica facilita, mas o principal fator para essa melhora s�o as a��es que desenvolvemos para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti e controlar a transmiss�o”, analisa a gerente de Vigil�ncia em Sa�de da secretaria, Maria Tereza Oliveira. “Temos um plano de controle da dengue. Fazemos um mapa de risco no munic�pio, que mostra onde est� ocorrendo transmiss�o, com base nos casos suspeitos notificados, e onde tem o vetor, j� que temos armadilhas de captura do mosquito”, ressalta.

Segundo a SES, nos munic�pios mineiros com alto risco de infesta��o foram encontradas larvas do mosquito transmissor da dengue em 4% ou mais dos domic�lios. O munic�pio com maior �ndice � Itabira, na Regi�o Central, com 7%, seguido de Governador Valadares (6,7%), no Vale do Rio Doce, e Ituiutaba (6,6%), no Tri�ngulo. BH tem risco m�dio, com 2,1%.