Al�m de atrasado, o invent�rio das �rvores de Belo Horizonte, que est� catalogando as esp�cies da capital, agora vai ficar duas vezes mais caro. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) vai reajustar o pre�o do servi�o prestado pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) e estuda pagar o dobro do valor por exemplar. O custo deve pular de R$5,11 por �rvore para R$10,20. De acordo com a secretaria, ao longo da execu��o, o trabalho se revelou mais lento do que se imaginava e, por isso, a necessidade de alterar a remunera��o.
At� agora, o invent�rio j� catalogou 184,3 mil �rvores de um total estimado de 465 mil exemplares em Belo Horizonte. “Infelizmente, tivemos problemas de roubo de equipamentos e os t�cnicos tiveram que ser acompanhados pela Guarda Municipal. Com isso, o ritmo diminuiu 50% e gerou um descompasso no projeto”, explica a gerente de gest�o ambiental da SMMA, M�rcia Mour�o. “O invent�rio ainda est� muito devagar”, assume.
O trabalho foi iniciado em 2011 e, inicialmente, a previs�o era conclu�-lo em um ano, mas agora a secretaria j� n�o fala em prazos. Desde ent�o, os t�cnicos passaram pelas regi�es Leste, Oeste e Noroeste e est�o agora na Regi�o Centro-Sul. Eles analisam as condi��es do tronco, copa, altura, esp�cie, entre outros dados importantes. Pelos resultados obtidos, 58,7% das �rvores est�o em passeios, 32% se encontram nos afastamentos frontais de lotes e o restante (9,3%), em pra�as e canteiros centrais. �rvores em quintais n�o entram no levantamento. As esp�cies mais comuns detectadas at� agora s�o murta, sibipiruna, quaresmeira, licuri, ip� rosado, leucena, f�cus benjamin, bauh�nia, resed� e castanheira.
O presidente da Sociedade Brasileira de Arboriza��o Urbana (Sbau), Andr� Duarte Puente, conta que o invent�rio das �rvores em Porto Alegre identificou que 10% delas, cerca de 100 mil exemplares, estavam comprometidos. “A partir disso, eles adotaram um plano de manejo, com a substitui��o das �rvores mortas”, lembra. Segundo ele, cada cidade tem uma capacidade de resposta para receber novas mudas e esse planejamento requer estudo individualizado. Mas, independentemente de onde, ele ressalta a import�ncia da arboriza��o. “T�neis verdes s�o ilhas de frescor. As �rvores trazem um conforto ambiental, efeito paisag�stico e ainda absorvem a polui��o por meio das folhas”, explica.
Amante do verde, a presidente da Associa��o dos Moradores dos Bairros S�o Lu�s e S�o Jos�, Juliana Renault, n�o tem d�vidas dos benef�cios proporcionados pelas �rvores e fez da causa uma de suas bandeiras de luta. “O que percebemos em BH � que h� um plano para o plantio, mas n�o para o cuidado frequente”, reclama. Para tentar deslanchar um projeto antigo do paisagista Burle Marx (1909-1994) e plantar esp�cies correspondentes aos nomes das ruas do Bairro S�o Lu�s, ela mesma comprou mudas de bauh�nias para embelezar a rua. “Estou molhando o quarteir�o inteiro”, conta Juliana, que n�o se conforma com a derrubada das �rvores do Mineir�o.
Saiba mais
Ecossistemas
Cada �rvore na cidade funciona como um ecossistema, formando h�bitat rico no seu entorno. Nela, moram sabi�s, almas de gato, bem-te-vis, entre outros p�ssaros importantes para o combate de insetos nocivos. Al�m disso, os esp�cimes s�o armas importantes do ponto de vista clim�tico e da qualidade do ar. Por meio da fotoss�ntese, eles ajudam na renova��o do ar e as folhas ajudam a aderir as sujeiras que ficam em suspens�o na atmosfera.