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Estado de Minas

Bairro de Congonhas cercado por mineradoras sofre com o excesso de poeira

Cercados por mineradoras, os moradores do Bairro Pires, em Congonhas, s�o v�timas da rodovia e da ferrovia que dividem a regi�o e sofrem com o ar e a �gua polu�dos


postado em 27/04/2014 06:00 / atualizado em 27/04/2014 08:16

Congonhas – Um observador atento que passe algumas horas no Bairro Pires, em Congonhas, a 70 quil�metros de Belo Horizonte, fica muito desconfiado ao perceber que ningu�m l� usa roupas brancas. Mais: nenhuma das quase 800 casas � pintada de branco e � raro passar um carro de cores claras pelas ruas. Se o observador, depois de algumas horas, deixar de olhar para o bairro e fitar a pr�pria roupa, certamente encontrar� a resposta para a aus�ncia do branco: a poeira, que deixa tudo imundo. Gerado pelas atividades das mineradoras que circundam o bairro (s�o seis, de diversas empresas), o p� do min�rio se junta � fuma�a dos caminh�es e ve�culos que trafegam pela BR-040 e � poeira levantada pelas locomotivas e vag�es carregados de min�rio de ferro da Ferrovia do A�o, que cortam a localidade em dois pontos. � poeira se junta o perigo de acidentes com mortes nas travessias da rodovia e da ferrovia.


 “Desde que me mudei para c�, nunca mais usei blusa branca”, afirma Talita Gon�alves, de 22 anos, que saiu de Entre Rios de Minas para viver com o marido no bairro de Congonhas. A falta do branco, entretanto, � apenas um dado est�tico diante dos imensos problemas enfrentados pelos quase 4 mil habitantes de Pires. A associa��o de moradores do bairro conta pelo menos 50 mortes, v�timas de atropelamento na rodovia nos �ltimos anos. A 040 corta o bairro desde que foi inaugurada, em 1957, quando ainda era chamada de BR-3, mas passados quase 60 anos nunca foi erguida uma passarela para travessia.

Eva Eugenia Goncalves, 54, limpa a rua em frente sua casa, devido ao pó acumulado pelas atividades de mineradoras e o tráfego intenso de caminhões carregados de minério(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Eva Eugenia Goncalves, 54, limpa a rua em frente sua casa, devido ao p� acumulado pelas atividades de mineradoras e o tr�fego intenso de caminh�es carregados de min�rio (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
A ferrovia tamb�m j� causou mortes e assusta os vizinhos da linha do trem, porque tamb�m provoca rachaduras nas paredes. Al�m disso, a locomotiva passa buzinando na madrugada e perturba o sono dos moradores. Foi constru�da uma passarela e o projeto de um viaduto e outra passarela aguarda a burocracia de desapropria��es e projetos executivos, enquanto os moradores se arriscam na travessia da linha f�rrea.

O abastecimento de �gua no bairro est� comprometido desde que uma nascente foi assoreada devido a obras de uma mineradora. Por quase dois anos, os moradores receberam �gua de caminh�es-pipa e gal�es de �gua mineral pagos pela mineradora que provocou o dano, gra�as a uma determina��o do Minist�rio P�blico. Mas o abastecimento alternativo acabou e � preciso contar com a sorte para ter �gua cristalina saindo nas torneiras, o que nem sempre ocorre.

A Copasa concluiu o estudo para tratar a �gua, o que, obviamente, implicar� pagamento de tarifa pelo servi�o. Moradores, entretanto, rejeitam a ideia. O argumento deles � que a poeira � imensa e eles precisam lavar os passeios e as casas todos os dias. Dependendo da quantidade de poeira, at� mais de uma vez ao dia. Pagar por isso, segundo o c�lculo dos moradores, ser� caro demais.


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