Um m�dico acusado de praticar ao menos tr�s abortos em Campo Belo, na Regi�o Centro-Oeste de Minas Gerais, vai a j�ri popular. O julgamento, que � considerado um dos primeiros casos contra profissionais de sa�de acusados deste tipo de crime, ser� realizado na pr�xima ter�a-feira. William Salume Maia responde o processo em liberdade e tamb�m conseguiu, na Justi�a, o direito de continuar exercendo as atividades. Caso seja condenado, poder� pegar at� 12 anos de pris�o.
Os abortos aconteciam na cl�nica do m�dico. “O procedimento de curetagem era feito em um outro hospital de Campo Belo”, comenta o promotor. Nas investiga��es, tr�s mulheres foram identificadas e duas delas confessaram. “Elas narram com riqueza de detalhes como foi o procedimento, como ocorreu e qual foi a conduta dele (o m�dico). Uma delas, mesmo dizendo que n�o se lembrava muito, disse que pagou entre R$ 800 e mil reais”, explica o promotor.
O m�dico William Maia e as tr�s gr�vidas foram denunciadas pelo MP. Por�m, apenas o profissional de sa�de vai a j�ri popular, pois as mulheres foram exclu�das do processo, uma vez que houve a prescri��o do crime, reconhecida pela Justi�a.
O m�dico nega o crime. Ele chegou a ser suspenso do exerc�cio da medicina, mas conseguiu na Justi�a o direito de voltar a trabalhar. Um dos argumentos, conforme o promotor, � que os fatos ocorreram em 2005 e 2006 e n�o havia informa��es de que ele continuava a praticar os crimes at� este ano.
O promotor Carlos Almeida afirma que este tipo de juri popular com acusa��es de aborto contra m�dicos � raro. “Tanto quem faz o aborto e quem se submete tentam esconder os fato. Ent�o � dif�cil descobrir quem realizou e quem passou por um aborto. No aborto todo mundo quer ocultar. Isso dificulta, por isso essa situa��o � rar�ssima”, disse.
O julgamento est� marcado para a pr�xima ter�a-feira, a partir das 9h, no F�rum Rafael Magalh�es, em Campo Belo.