
Enquanto n�o consegue retirar as cerca de 250 capivaras da orla da Lagoa da Pampulha, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu instalar chamativas placas em tom laranja, com o desenho estilizado de um carrapato, de 50 metros em 50 metros no interior do Parque Ecol�gico Promotor Francisco Jos� Lins do Rego, mais conhecido como parque da Pampulha. Os roedores podem servir de reservat�rios da bact�ria causadora da febre maculosa ou febre do carrapato, transmitida ao homem pelo carrapato-estrela.
No pr�ximo fim de semana, os cerca de 5 mil visitantes do parque v�o se deparar com o alerta de que a “�rea � sujeita � ocorr�ncia de carrapatos”, conforme a placa alaranjada. Para se prevenir, ao chegar em casa as pessoas devem verificar as pr�prias roupas e o corpo, a cada tr�s horas. Em caso de poss�vel picada do carrapato, � melhor procurar um m�dico, avisam os dizeres das placas.
O parque ficou fechado para visitantes ontem. Sem saber das placas, a cabeleireira L�dia e o vendedor Ronald Pereira tiraram a tarde de folga para passear com a filha Sara, de 2 anos. “Capivala!”, disse a menina, apontando para os cerca de 50 animais que transitavam do lado de fora do parque, �s margens da �gua empo�ada. Informados do risco, o casal ficou alarmado. “Venho aqui trazer o nen�m de tr�s a quatro vezes no m�s e nunca ouvi falar disso. N�o gosto nem de imaginar o que poderia acontecer com minha filha”, protestou a m�e. “N�o vamos chegar mais perto dos bichos”, afirmou o pai, assumindo que j� tentou at� fazer carinho nas capivaras.
Dentro do parque, os cartazes est�o bem posicionados para alertar os visitantes. J� na entrada, os visitantes s�o orientados sobre os riscos, bem como em toda a pista de terra bastante usada para corrida e at� na �rea de equipamentos de gin�stica e brinquedos de madeira. Mais no fundo, chegando mais perto da �rea de isolamento das capivaras, os visitantes recebem novos avisos, tais como: “N�o alimente as capivaras”. “J� sabemos do risco. Em Carangola, ocorreu um caso de morte, depois que um menino de 15 anos foi acampar em um lugar onde havia muitos carrapatos. L�, virou praga, as capivaras andam no meio da rua”, informou Rafael Monteiro, de 21 anos, aut�nomo, em companhia de Luma Sales, de 18. Eles est�o de mudan�a para BH.

SURPRESA O vice-prefeito D�lio Malheiros, que acumula o cargo de secret�rio municipal de Defesa do Meio Ambiente, garante ter sido pego de surpresa ao ser informado sobre as placas do parque. “Voc� ter certeza? N�o � s� um folheto?”, disse. Ele considera um exagero a coloca��o de placas de alerta. “� excesso de zelo. Mas voc� tem de perguntar � Sa�de”, completou.
J� a Secretaria Municipal de Sa�de informou, por meio da assessoria de imprensa, que a atribui��o seria da Funda��o Zoo-Bot�nica, respons�vel pela administra��o do parque. A funda��o, por sua vez, j� havia dito por telefone que “assuntos envolvendo capivara estariam centralizados em D�lio Malheiros”.
O vice informou que far� uma visita ao parque ecol�gico na sexta-feira para conferir as placas. De in�cio, ele considera que a medida poder� criar alarde na popula��o, j� que n�o h� nenhum caso comprovado de contamina��o na capital.
“Se tem risco, � prefer�vel pecar por excesso do que por falta. � semelhante �s placas alertando sobre risco de tubar�o nas praias do Recife. Os tubar�es pegaram cinco pessoas em 10 anos, a chance � pequena demais, mas existe”, compara ele. “Sempre fiquei absolutamente tranquilo. Nunca cheguei em casa e examinei minhas roupas para ver se tinha carrapato”, garantiu.
A hip�tese de fechar temporariamente o parque at� a remo��o das capivaras foi descartada por Malheiros. “N�o tem jeito. Vamos cercar a Lagoa da Pampulha inteira? Os roedores est�o por todo lado e inclusive voltaram a atacar os jardins de Burle Marx“, afirmou ele, lembrando do in�cio da pol�mica, em julho do ano passado, com a descoberta da prolifera��o das capivaras nas imedia��es do Museu de Arte da Pampulha (MAP).
Segundo o vice-prefeito, o alarde criado em torno da quest�o das capivaras teria gerado problema para encontrar um lugar que receba os animais. “Nenhum prefeito quer as capivaras na cidade dele”, afirmou.
Em 31 de mar�o, a prefeitura assinou contrato dando prazo de 180 dias para uma empresa vencedora de licita��o remover as cerca de 250 capivaras da Pampulha, ao custo de R$ 182 mil. O servi�o inclui apreens�o, retirada, manejo e exames para verificar se os animais est�o infectados. Segundo os �ltimos resultados de exames, n�o foi encontrada nenhuma capivara contaminada.
Saiba mais
n�o h� vacina
contra a doen�a
A febre maculosa � transmitida ao homem pelo carrapato-estrela depois que ele se alimenta de sangue contaminado de animais como capivaras, cavalos, c�es e aves dom�sticas. Os sintomas come�am repentinamente e se confundem com os de outras infec��es: febre alta, dor no corpo, dor de cabe�a, falta de apetite e des�nimo, seguidos de surgimento de manchas avermelhadas na pele, que crescem e tornam-se salientes. N�o h� vacina. O tratamento, com antibi�ticos, precisa ser administrado no per�odo inicial da doen�a.
n�o h� vacina
contra a doen�a
A febre maculosa � transmitida ao homem pelo carrapato-estrela depois que ele se alimenta de sangue contaminado de animais como capivaras, cavalos, c�es e aves dom�sticas. Os sintomas come�am repentinamente e se confundem com os de outras infec��es: febre alta, dor no corpo, dor de cabe�a, falta de apetite e des�nimo, seguidos de surgimento de manchas avermelhadas na pele, que crescem e tornam-se salientes. N�o h� vacina. O tratamento, com antibi�ticos, precisa ser administrado no per�odo inicial da doen�a.