
A um m�s da Copa do Mundo, cerca de 250 manifestantes do Movimento Tarifa Zero BH conseguiram parar completamente o tr�nsito na Regi�o Centro-Sul e no Centro da capital, causando reten��o at� na Regi�o Noroeste. O protesto foi contra o aumento de 7,5% das passagens de �nibus, que passou a vigorar no �ltimo s�bado. Por volta das 17h50, quando muita gente voltava do trabalho, os manifestantes – a maioria jovens – fecharam as duas pistas da Nossa Senhora do Carmo sentido BH Shopping, na Savassi. Depois, fecharam as outras duas pistas no sentido Avenida do Contorno, usando faixas e pulando uma catraca em chamas.
Desta vez, a Nossa Senhora do Carmo foi escolhida por ser a principal via de acesso a condom�nios de luxo de Nova Lima, na Grande BH, onde moram grande parte dos empres�rios do transporte p�blico e o prefeito Marcio Lacerda, segundo manifestantes. Policiais militares do Batalh�o de Choque, fortemente armados e protegidos com escudos e capacetes, acompanharam o protesto de longe, mas n�o houve tumulto. “Se a tarifa n�o abaixar, a cidade vai parar”, gritavam os manifestantes, que prometem um ato ainda maior �s 17h de quinta-feira, na Pra�a Raul Soares, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul.
O protesto de ontem acabou �s 20h30, na Pra�a da Liberdade, Centro-Sul, onde os jovens usaram caixas de papel e caixotes de madeira, recolhidos ao longo da Avenida Crist�v�o Colombo, para mais uma vez incendiar uma catraca em frente ao rel�gio que marca os dias para a Copa do Mundo. A PM protegeu o monumento.

A taxista Luciana Fortes, de 40, ficou tanto tempo parada na Nossa Senhora do Carmo que desligou o motor do carro e desceu para “esticar as pernas”, segundo ela. “D� para ficar irritada, principalmente depois de 10 horas de trabalho sem parar. Estou cansada e quero muito chegar em casa. A manifesta��o deles � leg�tima, mas a popula��o tem o direito de ir e vir”, reclamou.
At� mesmo quem paga passagem de �nibus e que n�o concorda com o pre�o da passagem teve de ter paci�ncia. � o caso da vendedora Fernanda Gabriela dos Santos, de 21, que esperou mais de uma hora em um ponto de embarque da Get�lio Vargas com Crist�v�o Colombo. “Por um lado, acho bom o protesto. Se ningu�m reclamar, daqui a pouco vamos estar pagando R$ 4 de passagem. O lado ruim � que atrapalha a vida de muita gente”, disse a vendedora.
TURISTAS Uma van com turistas chineses ficou parada pr�xima aos manifestantes, na Nossa Senhora do Carmo, e muitos passageiros ficaram nervosos. O motorista, �nico brasileiro do ve�culo, se irritou com as pessoas que se aproximavam.
Um motorista tentou passar por cima do passeio lateral e foi impedido. Ele gritava que precisava pegar o filho na escola e recebeu apoio de outros motoristas, que o mandavam “passar por cima”. Na Savassi, outro motorista tentou furar o bloqueio e discutiu com quem protestava. “Estamos aqui tamb�m para proteger os manifestantes”, disse o tenente do Batalh�o de Tr�nsito, Nagib Magela.
Novo recurso
Mais um cap�tulo na briga contra o reajuste no valor das tarifas do transporte coletivo de Belo Horizonte, que entrou em vigor no s�bado. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) impetrou ontem recurso para suspender o aumento de 7,5%. A medida foi tomada depois que a Justi�a rejeitou, na quinta-feira passada, a a��o civil p�blica do MP pedindo a suspens�o definitiva do reajuste. Com o aumento, a passagem de R$ 2,65 passou para R$ 2,85.
Um dos pontos questionados pelo Minist�rio P�blico foi o estudo feito pela Ernst & Young que deu respaldo para definir o percentual de reajuste. Segundo os promotores, no relat�rio n�o h� dados cont�beis das empresas e cons�rcios que possibilitem a apura��o das receitas e dos custos. Foi destacado que os dados hist�ricos apresentados “foram fornecidos pelo Setra-BH e testados segundo as metodologias explicitadas no Relat�rio de Levantamento de Receitas e Custos”.
Na senten�a que negou provimento � a��o do MP, o juiz afirmou que, segundo a prefeitura, foram analisados documentos oficiais como acordos coletivos de trabalho, notas fiscais, al�m de relat�rios e controles operacionais, considerando o per�odo de 2011 a 2013.
O magistrado afirma que houve um descontentamento por parte do Minist�rio P�blico, que n�o teve acesso ao estudo feito pela empresa que justificou o aumento. “O que se denota � que h� um cabo de for�a, sendo que o inconformismo do Minist�rio P�blico se situa especialmente no fato de que n�o houve a pr�via remessa do relat�rio para an�lise para aplicar o reajuste tarif�rio no munic�pio de Belo Horizonte”, afirma Dresch em sua decis�o.
No recurso encaminhado ontem, o MP afirma que os fundamentos usados pelo juiz para negar a medida liminar “tiveram car�ter merit�rio, ou seja, foi apreciada a mat�ria jur�dica como se estivesse sentenciando a lide, quando, na verdade, tratava-se de julgamento preliminar de car�ter cautelar”. O �rg�o volta a dizer que a Ernst & Young n�o teve acesso � contabilidade das concession�rias para fazer a verifica��o de custo. “Os dados apurados no estudo n�o se mostraram reais, situa��o, inclusive, admitida implicitamente pelo MM.Juiz de Direito, na fundamenta��o de sua decis�o”.
O MP afirma ainda que “a aus�ncia de contabilidade e do acesso ao fluxo de caixa constituiu, em verdade, em claro descumprimento da legisla��o e do contrato de concess�o.
Garis fecham BR-040
Servidores da Superintend�ncia de Limpeza Urbana fecharam o tr�nsito de ve�culos nos dois sentidos da BR-040, no Bairro Jardim Filad�lfia, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, em frente ao Aterro Sanit�rio da pr�pria SLU, por volta das 9h de ontem.
Os garis est�o em greve desde a semana passada, quando aderiram � paralisa��o geral dos servidores municipais. Cerca de 50 manifestantes participaram do protesto, que impediu a circula��o dos ve�culos e trouxe transtornos para o tr�fego no Anel Rodovi�rio e em outras vias da capital.
O servi�o de coleta de lixo na capital chegou a ser interrompido por dois dias na semana passada, depois que os funcion�rios das empresas que fazem a coleta de lixo e a limpeza urbana em Belo Horizonte tamb�m paralisaram os trabalhos. A situa��o dos terceirizados foi resolvida ap�s negocia��o na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), quando as empresas concederam reajuste de 18% para os grevistas. No caso dos funcion�rios efetivos da SLU, eles reivindicam reajuste de 15% e aumento do vale-refei��o para R$ 28. A PBH, por sua vez, oferece reajuste de 5,56% e R$ 1 a mais no vale-refei��o.
NO CENTRO No fim da manh�, em outro protesto dos servidores da PBH, cerca de 200 funcion�rios da �rea de sa�de fizeram passeata na Regi�o Central da capital. Eles come�aram a manifesta��o na Avenida Ant�nio Carlos, pr�ximo ao Hospital Odilon Behrens, e caminharam at� a Avenida Afonso Pena, na Regi�o Central de BH. As vias n�o chegaram a ser fechadas, mas a manifesta��o causou reten��o no tr�nsito.