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Estado de Minas

BHTrans espera implantar 85% do BRT Move at� a Copa; veja quando sistema � mais lento

Com a implanta��o do novo sistema perto do fim, passageiros fazem as contas para saber qual foi o impacto em suas viagens. Projeto prev� que 60% dos usu�rios tenham economia de tempo


postado em 04/06/2014 06:00 / atualizado em 04/06/2014 09:40

(foto: Paulo Filgueiras/em/d.a press)
(foto: Paulo Filgueiras/em/d.a press)

At� o in�cio da Copa do Mundo, a BHTrans espera que 85% do novo sistema de transporte de massa de Belo Horizonte, o BRT/Move, esteja instalado e em funcionamento, substituindo linhas antigas do sistema BHBus. Mas, com cerca de 75% do projeto j� em opera��o, passageiros ouvidos pelo Estado de Minas relatam que os novos �nibus t�m se mostrado vantajosos sobretudo para quem faz poucas baldea��es ou tem acesso f�cil �s esta��es. Os corredores exclusivos e as integra��es possibilitadas pelo projeto foram programados para reduzir o tempo de deslocamento de tr�s em cada cinco passageiros. Ou seja, 40% dos usu�rios continuar�o gastando o mesmo tempo para ir ao trabalho, escola, m�dico e alguns podem at� ter esse intervalo ampliado. De acordo com a BHTrans, o planejamento do Move previa que 420 mil das 700 mil pessoas transportadas diariamente tivessem ganhos de tempo, deixando 280 mil em situa��o igual ou pior em rela��o ao quadro anterior.


Em meio a esse �ltimo contingente est�o passageiros como a faxineira Eunice Roberta Valentim Gomes, de 37 anos, que reclama que a vida se tornou muito mais dif�cil depois que os �nibus que faziam o trajeto de casa para o trabalho foram integrados ao Move. Ela e o marido tiveram de antecipar em nada menos que quatro horas – das 7h para as 3h – sua sa�da de casa, no Bairro Piratininga, em Venda Nova, para n�o chegar atrasados. Isso, por causa da necessidade de baldea��es e do grande n�mero de paradas da linha 51 (Esta��o Pampulha/Centro/Hospitais), com 20 pontos desde a Esta��o Pampulha. Antes das 6h, o casal relata que, mesmo com a esta��o lotada, os �nibus t�m intervalos longos, que chegam a 40 minutos. “Nossa vida virou um inferno. Levantar no meio da madrugada n�o faz bem para a nossa sa�de e nos deixa esgotados no fim do dia. Faltam mais �nibus para atender a todo mundo que precisa”, disse a faxineira.

Antes, usando o �nibus da linha 2210C, o trajeto do Bairro Piratininga aos Hospitais levava 50 minutos. Com a implanta��o do Move, Eunice gasta 25 minutos na alimentadora 617 (Esta��o Pampulha/Piratininga) e mais uma hora no troncal 51 – um aumento de 70%. “Isso, quando consigo pegar os primeiros �nibus da esta��o. L� fica tudo lotado, todo mundo junto, que nem uma boiada quando abre a porteira. Tem idoso sendo empurrado, mulheres pisadas: um desrespeito”, reclama. O marido de Eunice tem ainda mais desgastes. Antes, tomava um �nibus do bairro at� o Centro e embarcava em outro com destino ao Bairro Paulo VI, na Regi�o Nordeste. “Agora, meu marido precisa de quatro �nibus. O tempo de viagem dobrou, passou para tr�s horas”, calcula.

Por outro lado, muita gente passou a se deslocar mais r�pido com o Move. O aposentado Lauro Pinto de Almeida, de 81, n�o sentir� mais saudades do tempo em que chegou a gastar tr�s horas entre o embarque e o desembarque no hor�rio de pico na Avenida Ant�nio Carlos. A vida melhorou com a extin��o da linha 2211 (Planalto) e sua substitui��o pela alimentadora 718 (Esta��o Pampulha/Planalto) e a troncal 50. “Entrar no �nibus era um supl�cio. Mas o pior era ficar parado horas entre os carros no engarrafamento. J� conhecia cada passeio da Ant�nio Carlos, de tanto ficar olhando da janela. Pior era quem ficava em p� e nem janela tinha para olhar, naquele aperto todo dos �nibus lotados”, conta. Outra grande vantagem percebida pelo passageiro � o embarque mais organizado e seguro dentro das esta��es. “Se a pessoa mora perto ou consegue pegar o �nibus da alimentadora com tranquilidade, � mais f�cil ainda. Na esta��o tem seguran�a, tem espa�o, n�o chove e n�o faz frio”.

Na avalia��o do especialista em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade Puty Filho, � normal que haja pessoas prejudicadas, mas o Move tem tido mais beneficiados. No caso das queixas da demora por excesso de pontos, o especialista considera ser isso um reflexo dos ganhos experimentados com as linhas diretas ou expressas. “Ao verem as linhas que circulam pelo corredor sem parar, com dire��o ao Centro, os passageiros passaram a exigir desempenho semelhante. O que � justo, mas � preciso saber se h� demanda para viabilizar isso”, disse. Os problemas enfrentados em demandas regionais, de um bairro a outro, segundo Filho, podem ser sanadas com a amplia��o do n�mero de viagens das linhas alimentadoras. “Nesse caso, contudo, houve melhora especialmente com a redu��o da tarifa para quem roda sem chegar �s esta��es de integra��o”, observa.

A expectativa dos t�cnicos da BHTrans com o Move era de redu��o m�dia de 57% nos tempos de viagem na Avenida Cristiano Machado e de 48% na Avenida Ant�nio Carlos, nos hor�rios de pico. Nesse planejamento a empresa considera que “a grande maioria dos usu�rios experimentou ganho de tempo”.
A caixa Beatriz Nascimento aprova sem restrição as modificações(foto: Paulo Filgueiras/em/d.a press)
A caixa Beatriz Nascimento aprova sem restri��o as modifica��es (foto: Paulo Filgueiras/em/d.a press)


Demanda � o desafio

Quando anunciada, a substitui��o do sistema BHBus pelo BRT/Move surgia com a promessa de n�o apenas encurtar o tempo das viagens, mas tamb�m de proporcionar mais conforto, por usar �nibus modernos e esta��es organizadas. Por�m, os ganhos com estabilidade, ar-condicionado e esta��es novas ainda n�o superaram a confus�o diante da grande demanda. A extin��o da linha 1505 fez com que a entrevistadora Roberta Moreira, de 24 anos, passasse a usar as linhas 716 (alimentadora), at� a Esta��o S�o Gabriel, e a 53 D, sem paradas at� o Centro. “Em termos de tempo, est� praticamente a mesma coisa. S� que as filas na esta��o s�o muito desorganizadas. Quem chega muito cedo passa sufoco. Tem de viajar em p� no meio do tumulto”, critica.

A vendedora Roseana Maria de Jesus, de 53 anos, diz que o Move tornou sua vida um caos. “Os �nibus s� rodam cheios, com gente em p�. Nas esta��es s� acumula gente, as escadas rolantes n�o funcionam. Detestei esse neg�cio de ter de pegar um �nibus at� uma esta��o distante para s� depois ir para onde quero”, disse ela, que tamb�m reclama da demora da linha 51 (Esta��o Pampulha/Centro/Hospitais).

BENEF�CIOS Por outro lado, com o tempo que economizou com o Move, a caixa Beatriz Nascimento pode acordar um pouco mais tarde ou aproveitar para organizar suas atividades, pagar contas e resolver outras pend�ncias antes de ir ao trabalho. Antes, ela gastava uma hora e 15 minutos no �nibus 1502 da Esta��o S�o Gabriel at� o Centro. Hoje, usando apenas a linha troncal 83D, ela faz o mesmo trajeto em 17 minutos. “Para mim, o Move foi uma maravilha. Minha vida melhorou demais, foi um peso que tiraram das minhas costas. Deixei de acordar antes das 7h para levantar �s 9h. Antes, s� chegava atrasada. Agora, chego cedinho”, afirma.

A funcion�ria de servi�os gerais Geralda Aparecida de Souza, de 46, tamb�m teve sua linha costumeira integrada ao Move e com isso ganhou tempo no deslocamento. Antes, para ir ao Centro, Geralda embarcava no �nibus 2210 (Piratininga), na Avenida Jo�o Samaha, e desembarcava 20 minutos depois. Hoje, o primeiro deslocamento � feito pela linha alimentadora 617 (Esta��o Pampulha/Piratininga) e o segundo, pela troncal 50 (Esta��o Pampulha/Centro - direta), que somadas levam cerca de 13 minutos no mesmo trajeto, uma economia de tempo de 35%. “O �nibus � mais cheio, mas tem ar condicionado e � mais novo. Para uma viagem curta assim compensa ficar de p� um pouco. S� est� um pouco confuso ainda, porque est� no come�o, mas vai melhorar”, acredita.

De acordo com o diretor-presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, a maior parte dos passageiros com linhas integradas ao BRT/Move experimentar� ganho de tempo nos deslocamentos. “A parte que ter� as viagens ampliadas ser� �nfima. E esses far�o viagens em ve�culos com ar-condicionado e padr�o Move de mec�nica, que n�o d� solavancos e circula com mais suavidade”, disse. Ele evitou projetar qual a parcela de usu�rios gastar� mais tempo nos coletivos com o Move. “Quando a bilhetagem eletr�nica estiver totalmente implantada nas esta��es, vamos poder mensurar finalmente quantas pessoas ganharam tempo”, afirmou.



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