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Estado de Minas

Avenida Ant�nio Carlos vira corredor do medo durante a Copa

Garantias dadas pela PM n�o tranquilizam comerciantes e �ltimos estabelecimentos ainda sem blindagem na Avenida Ant�nio Carlos tamb�m come�aram a se fechar atr�s de muralhas antivandalismo. Hotel � um dos poucos com fachada livre, mas funcion�rios est�o em p�nico


postado em 09/06/2014 06:00 / atualizado em 09/06/2014 06:58

Sandra Kiefer

Vista de um posto de combustíveis já preparado para fechamento, uma das últimas fachadas de concessionárias ainda livres deve ganhar portas blindadas hoje. Hotel será o último a permanecer com área envidraçada livre (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press.)
Vista de um posto de combust�veis j� preparado para fechamento, uma das �ltimas fachadas de concession�rias ainda livres deve ganhar portas blindadas hoje. Hotel ser� o �ltimo a permanecer com �rea envidra�ada livre (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press.)

As garantias da Pol�cia Militar de Minas de que n�o vai tolerar atos de vandalismo durante a Copa do Mundo n�o parecem ter sido suficientes para tranquilizar comerciantes de Belo Horizonte, especialmente os da Avenida Ant�nio Carlos, onde foram maiores os preju�zos com manifesta��es no ano passado. Tanto que, mesmo depois da anunciada mudan�a de postura, que se seguiu � troca da chefia do Comando de Policiamento Especializado da corpora��o, os pontos comerciais que ainda n�o haviam se protegido atr�s de tapumes, portas de a�o e at� cont�ineres come�aram a tomar provid�ncias nos �ltimos dias. Com o fechamento da concession�ria Hyundai, uma das patrocinadoras oficiais da Sele��o Brasileira, que come�a hoje a instalar portas de a�o, a Ant�nio Carlos estar� quase que 100% blindada, transformando-se em uma esp�cie de corredor do medo.


No principal acesso ao est�dio do Mineir�o, que foi palco das mais violentas manifesta��es durante a Copa das Confedera��es, apenas dois dos tr�s postos de gasolina e um hotel permaneciam de “cara limpa”, a cinco dias do primeiro jogo do Mundial em BH. Inaugurado especialmente para hospedar estrangeiros que vir�o para o evento, um hotel de uma rede internacional localizado quase na esquina com a Avenida Jos� Dias Bicalho ainda n�o informou aos funcion�rios se haver� esquema refor�ado de seguran�a. A fachada, inteiramente de vidro, estava intocada at� ontem.

“Meu sentimento � de vergonha, ao ver a cidade preparada para uma guerra. Os visitantes v�o pensar que BH n�o tem concession�rias de ve�culos, bancos nem grandes lojas”, diz a s�cia-propriet�ria do restaurante instalado no hotel. A empres�ria, que prefere n�o se identificar, est� apreensiva. “N�o sei o que vai ser de n�s. Nem estou dormindo � noite”, confessa ela, que bancou a inaugura��o do espa�o, funcionando em regime de loca��o.

Sem autoriza��o da rede hoteleira para dar entrevistas, funcion�rios tamb�m revelam preocupa��o com a aproxima��o da Copa. Uma delas confessa estar “morrendo de medo” de trabalhar nos dias de jogos. Outro afirma esperar refor�o na seguran�a, embora compreenda a dificuldade do estabelecimento, que n�o pode tampar a pr�pria fachada se quiser continuar recebendo os turistas. “Eu estava aqui no ano passado e acompanhei de perto as manifesta��es. O estrago foi grande”, afirma.

Pela movimenta��o de oper�rios observada no fim de semana na entrada da concession�ria da Hyundai, uma das mais atingidas nas manifesta��es, percebia-se que a loja se preparava para dar in�cio hoje �s obras de conten��o. Em 2013, o estabelecimento foi invadido e depredado por manifestantes. A loja ao lado, que era da bandeira Kia, amargou a perda de seis ve�culos novos e de quatro usados, al�m de computadores e do PABX. Este ano, para se precaver, o propriet�rio lacrou a fachada com uma muralha de cont�ineres, refor�ada por rolos de arame farpado.

Dupla barreira de contêineres foi reforçada com rolos de arame em uma das lojas mais depredadas na Copa das Confederações (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.)
Dupla barreira de cont�ineres foi refor�ada com rolos de arame em uma das lojas mais depredadas na Copa das Confedera��es (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.)


‘� prova de invasores’


Diney Fernandes, fabricante de portas autom�ticas � prova de balas, que atende principalmente bancos e shopping centers, fez trabalhos de prote��o para diversas concession�rias de ve�culos. “N�o estou me concentrando em est�tica nem em praticidade. Estou preocupado com a seguran�a. Minha blindagem vai funcionar”, garante ele, que afirma ter desenvolvido uma tecnologia de portas de a�o autom�ticas “� prova de invasores”, submetidas a testes de resist�ncia. Abarrotado de encomendas, chegou a recusar propostas para refor�ar a estrutura de lojas em S�o Paulo. “N�o � um ou dois trabalhos a mais que deixam a gente mais ou menos rico. Preferia que nada disso estivesse acontecendo”, diz.

 

R$ 16 milh�es
� o preju�zo estimado pelo Sindicato dos Concession�rios e Distribuidores de Ve�culos de Minas Gerais com os atos de vandalismo contra estabelecimentos do setor em BH, no ano passado.


“Em copas anteriores, eu costumava torcer para o Brasil. Nesta, estou t�o decepcionado que preferia que a Sele��o nem passasse da primeira fase”, desabafa o funcion�rio de uma das revendas atingidas no ano passado, um dos poucos que restaram na loja depois da quebradeira, devido � dr�stica redu��o nas comiss�es dos vendedores. Ele explica que a empresa adiou ao m�ximo a instala��o dos tapumes, como forma de minimizar as perdas nas vendas durante a Copa do Mundo.
Procurada pelo Estado de Minas para se posicionar a respeito do clima de medo entre comerciantes, especialmente na Avenida Ant�nio Carlos, apesar das garantias dadas pelas for�as de seguran�a de que haver� prote��o contra atos de vandalismo, a Pol�cia Militar n�o se manifestou.


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