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Estado de Minas

Bicicleta el�trica e metr� viram alternativa contra o estresse do tr�nsito de BH

Congestionamentos e estresse no tr�nsito fazem belo-horizontinos mudar os h�bitos e, cada vez mais, cruzarem a cidade usando ve�culos como a bicicleta el�trica e o metr�


postado em 09/06/2014 06:00 / atualizado em 09/06/2014 07:01

Gustavo Werneck

"Estava ficando muito cansado no tr�nsito, gastando tempo demais para encontrar clientes ou chegar � faculdade. Como j� andava de bicicleta desde os 15 anos e tinha preocupa��es com a quest�o ambiental, resolvi encarar o desafio, e est� dando certo" Warlen Librelon, empres�rio (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Andar n�o custa nada – faz bem � sa�de e ao bolso. Ir � padaria, que fica a apenas dois quarteir�es, sem ligar o carro, melhor ainda. E que tal, pelo menos uma vez por semana, seguir para o batente de bicicleta? Tem gente que j� pratica essas boas a��es e recomenda outras a fim de melhorar a qualidade do ar nas cidades, reduzir o caos no tr�nsito e atenuar o estresse urbano. Nesse mundo em que o ser humano se transformou em “cabe�a, corpo e rodas”, � preciso colaborar e mudar o comportamento, acredita o qu�mico e professor do Centro Universit�rio Newton Paiva, em Belo Horizonte, Luciano Faria. “Consci�ncia � tudo”, garante.

Morador do Bairro Ouro Preto, na Regi�o da Pampulha, e trabalhando no Buritis, na Regi�o Oeste, Luciano enfrenta o tr�nsito quatro vezes por dia e, nessas idas e vindas, fez uma constata��o. “Quando olho para o carro ao lado, vejo sempre uma pessoa s�: o motorista. Para mudar esta cena, o ideal � fortalecermos a carona solid�ria”, acredita o qu�mico, que j� pensou em comprar uma moto e anda mais propenso a adquirir uma bicicleta el�trica. “Meu grande sonho mesmo � ter � disposi��o um transporte p�blico de qualidade. O problema � a demora. Se for ao trabalho de �nibus, como aconteceu recentemente, posso ficar preso no tr�nsito por at� duas horas e meia”, lamenta.

Al�m do tempo perdido, motoristas e passageiros est�o expostos a uma carga enorme de poluentes, estando na linha de frente os di�xidos de enxofre (SO2, SO3 etc.) e o mon�xido de carbono (CO). “A gasolina brasileira � rica em enxofre e os gases s�o lan�ados diretamente na atmosfera e causam chuva �cida. O mon�xido de carbono tamb�m resulta da queima da gasolina pelos ve�culos. Nesses dias de inverno, pode-se ver, no horizonte, uma camada de poluentes. Se juntarmos o material particulado lan�ado pelos �nibus, movidos a �leo diesel, vamos obter um bom peda�o de carv�o”, explica. Medidas simples – e essenciais –, a exemplo da calibragem correta dos pneus, revis�o peri�dica dos ve�culos e motor regulado (ver o quadro) servem para aliviar a barra pesada do ar das metr�poles.

Por tudo isso e mais um pouco, o empres�rio e formando em engenharia ambiental, Warlen Librelon, de 47 anos, mudou os h�bitos e est� satisfeito com o resultado. Residente no Bairro Milion�rios, na Regi�o do Barreiro, ele decidiu aposentar o carro e s� circular de bicicleta el�trica. Na manh� de ontem, participou de uma reuni�o e foi com sua bike, como faz desde o in�cio do ano. “Agora percebo at� mais educa��o no tr�nsito e respeito aos ciclistas por parte dos motoristas. N�o passo tanto aperto, embora j� tenha pegado mais mal�cia”, afirma Warlen, pai de um casal de filhos com idade de 15 e 18 anos.

Tudo come�ou com o estresse e os atrasos. “Estava ficando muito cansado no tr�nsito, gastando tempo demais para encontrar clientes ou chegar � faculdade. Como j� andava de bicicleta desde os 15 anos e tinha preocupa��es com a quest�o ambiental, resolvi encarar o desafio, e est� dando certo. De fevereiro at� hoje, rodei mais de 1,3 mil quil�metros, m�dia de 350 quil�metros por m�s. Quero atingir 600 quil�metros por m�s”, anima-se o futuro engenheiro ambiental, que contabiliza ganhos econ�micos e tamb�m para o corpo e a mente.

Sem demora

H� cinco anos, o pesquisador da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) Cristiano Lara Massara, morador do Bairro Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste, resolveu deixar o carro na garagem e ir ao trabalho de metr�. Estava ficando esgotado com os congestionamentos, a demora e outros atropelos do cotidiano. “Fa�o uma caminhada matinal at� a Esta��o Calafate e des�o na pr�xima, a Carlos Prates. Da porta de casa ao trabalho, s�o 15 minutos. Se fosse pegar tr�nsito, gastaria no m�nimo 40 minutos. Dou minha parcela de colabora��o � natureza. � uma pena que nem todo mundo possa agir da mesma forma. Muitos colegas dizem que fariam esta troca se fosse poss�vel”, conta o pesquisador. Carro s� mesmo no fim de semana. “At� ao cinema vou de metr�, desde, claro, que haja uma esta��o perto”, afirma Cristiano.

Fa�a a diferen�a

Dicas para ajudar o meio ambiente e reduzir o estresse urbano

» Se o objetivo � s� andar de carro, pelo menos fa�a revis�es peri�dica no ve�culo para evitar o consumo excessivo de combust�vel

»Calibragem dos pneus � fundamental para evitar o consumo de gasolina ou �lcool. N�o deixe passar a data de troca do �leo e, quando for poss�vel, desligue o ar-condicionado

»Carona solid�ria sempre ajuda e podem ser combinadas com os amigos, colegas de faculdade ou do trabalho

» Para quem mora perto de esta��es do metr� ou do BRT/Move, uma ideia � trocar o carro por esses servi�os

» A bicicleta � outra op��o para o tr�nsito. Mas � preciso ter seguran�a para enfrentar as ruas e avenidas sem perigo. Numa cidade cheia de morros como BH, a el�trica � uma boa sugest�o

 
A polui��o e os perigos � sa�de
Respirar o ar das grandes cidades pode ser um perigo. Conforme dados da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), referentes a 2012, cerca de 7 milh�es de pessoas morreram – uma em cada oito mortes no mundo – como resultado da exposi��o � polui��o. Os dados duplicaram as estimativas anteriores e confirmaram que a contamina��o do ar � atualmente o maior risco mundial de sa�de ambiental. E mais: revelaram forte liga��o entre a exposi��o � contamina��o do ar, tanto em ambientes fechados como ao ar livre, e doen�as cardiovasculares, entre elas, acidentes vasculares cerebrais isqu�micos ou doen�as card�acas.

A pesquisa tamb�m apontou conex�es entre polui��o e c�ncer, al�m de mostrar o papel do ar contaminado no desenvolvimento de doen�as respirat�rias (infec��es respirat�rias agudas e doen�as pulmonares obstrutivas cr�nicas).

Atento � situa��o no planeta, o empres�rio Warlen Librelon conta que, na Fran�a, h� um incentivo a quem vai trabalhar de bicicleta, dentro da filosofia de transporte sustent�vel e saud�vel. E h� ganhos para os funcion�rios por quil�metro rodado. A investida integra os esfor�os de est�mulo do pa�s � “magrela” previstos no Plano Nacional da Bicicleta, que inclui ainda a expans�o dos servi�os de aluguel de bikes e a permiss�o para pedalar na contram�o em algumas vias.

A mobilidade est� na ordem do dia e, segundo Warlen, a bicicleta el�trica � um ve�culo interessante para uma cidade com topografia acidentada como BH e regi�o. No seu caso espec�fico, nem precisa suar a camisa. Como a sua bike � acionada pelo pedal, � preciso um certo esfor�o para coloc�-la em funcionamento, mas nada que complique o visual. Da manh� � noite, o empres�rio atende clientes na Cidade Industrial, percorrendo seis quil�metros, vai � faculdade, cruzando a Via do Min�rio e trechos perigosos como o Anel Rodovi�rio. Mesmo com tanta correria, consegue chegar com a roupa impec�vel aos compromissos.

Para que mais gente possa aproveitar essa ideia, diz Warlen, seria necess�rio a constru��o de mais ciclovias e interliga��o de uma com as outras. “Fiquei decepcionado com as obras nas avenidas Ant�nio Carlos e Cristiano Machado para o sistema BRT/Move. Houve tanta destrui��o e n�o fizeram ciclovias. As duas vias p�blicas s�o ideais, pois s�o mais planas e longas”, afirma com a experi�ncia de quem v�, bem de perto, os problemas de BH. Outra sugest�o � que as empresas criem estrutura para os ciclistas, oferecendo banheiros com chuveiro. Afinal, nem todo mundo tem bicicleta el�trica.


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