Junia Oliveira
Apenas cinco dias de Copa do Mundo e tempo suficiente para turistas estrangeiros sentirem na pele problemas t�picos enfrentados pelos mineiros no dia a dia. Desde o in�cio do Mundial, foram pelo menos 21 v�timas de brigas, furto ou extravios de documentos, celulares, cart�es de cr�dito e ingressos. Houve registro de ocorr�ncia at� contra os Correios.
A dor de cabe�a do mexicano Jos� Ramon Obregon Trejo, de 62 anos, da cidade de Obrera, come�ou no s�bado, quando o vidro do carro que a fam�lia alugou para passear na capital foi estourado. O ve�culo foi deixado na esquina das ruas Major Lopes e Lavras, no Bairro S�o Pedro, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte e, 15 minutos depois, quando pai, m�e e filhos voltaram, duas malas e uma sacola, com roupas e documentos pessoais, incluindo os passaportes com visto norte-americano, haviam sido levadas.
O al�vio veio ontem, de maneira inesperada. A advogada Luciana Atheniense, que ajudou a fam�lia, procurou a Pol�cia Federal para saber os procedimentos a serem tomados, quando foi informada pelo delegado de que, por coincid�ncia, os passaportes acabavam de ser entregues na PF pela Pol�cia Militar. Luciana, especialista em legisla��o tur�stica, cobra regras que podem facilitar a vida de turistas em situa��o parecida. “A Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) tem de se manifestar, pois os brasileiros podem embarcar com o boletim de ocorr�ncia, mas quando a v�tima � de outro pa�s isso n�o est� definido. Alguns aeroportos aceitam, mas as companhias a�reas n�o”.
Para um australiano de 40 anos, o sonho de assistir �s partidas do Mundial tamb�m terminou em frustra��o. Ele comprou ingressos para cinco jogos em BH e pagou servi�os especiais dos Correios para garantir a entrega no local onde est� hospedado, no Bairro Santo Ant�nio, tamb�m na Regi�o Centro-Sul. Os mais de US$ 1 mil gastos foram, literalmente, perdidos. Ningu�m sabe explicar onde as entradas para o Mineir�o foram parar.
Ontem, o boletim de ocorr�ncia foi registrado na Delegacia Sul, na Rua Carangola, no Bairro Santo Ant�nio. Os Correios informaram que o ressarcimento ser� feito em um per�odo que varia de seis dias a dois meses. Na delegacia, o turista foi orientado a procurar o �rg�o de defesa do consumidor, o Procon, e o Juizado de Pequenas Causas. “Ele disse que est� triste n�o pelo dinheiro, mas por ter que assistir aos jogos pela televis�o”, disse uma policial. Na mesma delegacia, um colombiano registrou ocorr�ncia depois de perder o passaporte.