Sandra Kiefer

Os torcedores da Col�mbia n�o ficaram restritos � Regi�o da Savassi, onde se concentraram em maior n�mero. A onda amarela invadiu todos os cantos de Belo Horizonte. Todos mesmos. “Ei, mo�a. Com todo respecto (respeito). Estou morando no Morro do Papagaio. Devo dizer �s outras pessoas que vivo em uma favela ou em uma comunidade?”, perguntou, simp�tico, o colombiano Jhonny Tangarife, de 25 anos. O jovem, na verdade, tentava puxar assunto, com a real inten��o de vender duas pulseiras a R$ 5, tran�adas nas cores da bandeira do seu pa�s: amarelo, azul e vermelho.
Em Belo Horizonte desde maio, Jhonny mostra que j� aprendeu a usar o jeitinho brasileiro para sobreviver. “Vendo minha artesan�a (artesanato) e conto com o cora��o das pessoas que nos ajudam”, diz. Ele e uma turma de cerca de 40 seguidores da torcida organizada do Atl�tico Nacional, de Medell�n, vieram assistir � partida hist�rica no est�dio do Independ�ncia, contra o Atl�tico Mineiro. Mesmo sem dinheiro, decidiram ficar at� a Copa do Mundo, depois que o time de Medell�n derrotou o Galo nas quartas de final da Ta�a Libertadores. “Los Col�mbias”, grita um morador em portunhol, brincando com a turma de colombianos reunida em frente ao barrac�o localizado na Rua Principal, 1.008.
PECHINCHA
Com o passar do tempo, os colombianos ganharam fama de pechincheiros no Morro. “A gente fica com d� e ajuda. Serve um prato de comida, empresta uma panela. Dois colch�es meus est�o com eles”, conta uma moradora. Na companhia da namorada Mel�nie Ortega, o torcedor Luis Enrique Castilho, de 28, conta que “como aqui, existem favelas na Col�mbia. Embora digam que h� viol�ncia e roubos, sabemos que � o contr�rio, h� pessoas bondosas e comida boa”, diz.

Jersson Ordo�es, de 24, exibe o ingresso para o jogo entre Col�mbia e Jap�o, no dia 24, em Cuiab�, mas n�o sabe como vai chegar l�. No entanto, a turma ainda n�o conseguiu arranjar as entradas para a pr�xima partida, depois de amanh�, em Bras�lia. “Voc� pode me ajudar a conseguir uma van para Bras�lia? Pagamos 95 pilas (sic) por pessoa. Na rodovi�ria, a passagem sai a R$ 125 cada”, implora Ordo�es, sem perder o jeito. Se quiser chegar a tempo para o jogo na capital federal, precisa partir hoje. Ele e os outros ainda cogitavam ir de carona, com caminhoneiros. Estavam preocupados com a possibilidade de perder a partida, o que seria imperdo�vel para la hinchada (a torcida) de Medell�n, que segue sua torcida por onde ela v�.