O rel�gio marcava 15h05 quando os moradores dos bairros Planalto (Norte) e S�o Jo�o Batista (Venda Nova) imaginaram que Belo Horizonte estava sendo sacudida por um terremoto. Foram cerca de oito segundos de um estrondo que, na verdade, era o desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, estrutura constru�da em formato de Y e que faz parte das obras de alargamento e duplica��o da Avenida Dom Pedro I para receber os �nibus do Move. Dois ve�culos passavam pelo local no momento do desastre e foram atingidos pelo concreto que desmoronou, sendo um �nibus da linha 70 (Conjunto Felicidade/Shopping Del Rey) e um Fiat Uno de Lagoa Santa, na Grande BH. Outros dois caminh�es envolvidos na obra estavam parados e tamb�m ficaram sob escombros, por�m, ningu�m ocupava estes ve�culos de carga. Pelo menos duas pessoas morreram: a motorista do �nibus e o condutor do carro de passeio. N�o se sabe se havia outros passageiros dentro do Fiat Uno. Outras 22 ficaram feridas, de acordo com balan�o oficial da Prefeitura de Belo Horizonte.
Pessoas que trabalham na regi�o comentaram que uma das raz�es para a avaria foi a retirada das in�meras estacas que faziam o escoramento da estrutura, trabalho que teria come�ado na segunda-feira. Segundo um folheto informativo t�cnico da Cowan, empresa respons�vel pelo empreendimento, a parte conjunta dos dois viadutos tem 40 metros de comprimento e 17,65m de largura. As duas al�as que seguem cada uma para uma rua t�m 77,5 metros de extens�o cada uma. O Corpo de Bombeiros informou que toda a estrutura pesa 2,5 mil toneladas e estava a uma dist�ncia de 5,5m do ch�o. Alguns especialistas falaram que a estrutura completa pesa em torno de 1,8 mil toneladas. A pista que ser� destinada aos carros no sentido Centro ainda estava sendo constru�da. J� as faixas exclusivas � circula��o do transporte r�pido por �nibus (BRT, da sigla em ingl�s) est�o praticamente prontas e, por isso, recebiam o tr�nsito de ve�culos de passeio. Foi nessas faixas que o Fiat Uno e o �nibus da linha 70 foram atingidos. Os dois caminh�es estavam no canteiro de obras das pistas mistas.
VENTO E TREMOR Andr� Dias Souza, de 33 anos, � funcion�rio de uma empresa terceirizada da obra e dirigia um desses caminh�es. “Estava tirando a terra para fazer a base do asfalto novo”, detalhou. No momento da queda, ele e os outros funcion�rios estavam em p� conversando perto do caminh�o. “Senti um vento e sai correndo”, contou. Perguntado sobre como ele conseguiu escapar, Andr� disse: “Voc� tem que perguntar para Deus”. Rafael Rocha Teixeira, de 29, dirigia outro caminh�o e havia acabado de passar por debaixo do viaduto. “Escutei um estalo e em um segundo desmoronou tudo. Foi muito r�pido.”
Funcion�rio de uma loja que comercializa empilhadeiras bem perto do local do acidente, o vendedor Fabr�cio Soares Martins, de 32, se assustou com a intensidade do estrondo. A loja fica embaixo de um edif�cio com outros empreendimentos. “Tremeu o pr�dio inteiro e subiu uma poeira que tampou a vis�o de tudo. Somos 12 funcion�rios que sa�mos ao mesmo tempo para ver o que tinha acontecido. Depois de cinco minutos, conseguimos ver a cena dos ve�culos embaixo do concreto.”