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Estado de Minas QUEDA DE VIADUTO NA AV.PEDRO I

Emocionados, parentes e amigos se despedem da motorista de �nibus morta na trag�dia

Corpo foi enterrado na tarde de sexta-feira, no Cemit�rio Bosque da Esperan�a, Regi�o Norte da capital


postado em 05/07/2014 06:00 / atualizado em 05/07/2014 07:24

O pai de Hanna Cristina, José Antônio dos Santos, é consolado pelo filho, Tiago, durante velório no Cemitério Bosque da Esperança(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O pai de Hanna Cristina, Jos� Ant�nio dos Santos, � consolado pelo filho, Tiago, durante vel�rio no Cemit�rio Bosque da Esperan�a (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


H� cinco anos, Jos� Ant�nio dos Santos, de 61 anos, venceu um c�ncer na garganta e decidiu morar em Florestal, na Zona da Mata de Minas Gerais. Pai de tr�s filhos, dedicado � fam�lia e com 40 anos de experi�ncia como motorista de �nibus em Belo Horizonte, Jos�, ontem, viveu a maior derrota da sua vida: enterrar a filha ca�ula, Hanna Cristina dos Santos, de 25.

V�tima do desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, na tarde de quinta-feira, Hanna havia telefonado, poucos minutos antes do acidente, para pedir a b�n��o ao pai. “Eu disse: ‘Deus te aben�oe, minha filha’. Ali, nos despedimos”, lamentou Jos� Ant�nio durante o vel�rio da motorista, cujo corpo foi enterro ontem � tarde no Cemit�rio Bosque da Esperan�a, na Regi�o Norte da capital. No momento do telefonema, ele estava em Florestal.

Jos� � exemplo para todos os filhos. Mesmo contra a sua vontade, eles decidiram seguir a carreira de motorista. Desde 2001, o pai dirigia o suplementar que ficou sob o viaduto, mas teve de abandonar a profiss�o, h� cinco anos, por causa de um c�ncer na garganta. Hanna dividia com o irm�o, Tiago, de 28, o volante do micro-�nibus pertencente � fam�lia. “Era excelente motorista, elogiada por todos”, orgulha-se Jos� Ant�nio, convicto de que sua “menina”, como a chama, n�o bateu no viaduto. “Tiraram a vida da minha filha”, desabafou ele.

Com base no que ouviu de testemunhas, Jos� diz que Hanna havia dado prefer�ncia ao BRT/Move que seguia pela pista mista da Pedro I e, por alguns segundos, escapou do acidente. “Al�m de salvar a vida da minha esposa, D�bora Nunes, cobradora do suplementar, ela salvou a vida de muita gente, inclusive da pr�pria filha, que estava no cap� do ve�culo. Em um reflexo, a m�e a afastou da cabine. Hanna � a nossa hero�na”, afirmou Tiago. De acordo com ele, a trag�dia foi algo “encomendado para acontecer”.

Ana Clara

Durante o vel�rio, o clima era de revolta e tristeza. A filha da motorista, Ana Clara, de 5, foi levada ao cemit�rio por parentes. A Secretaria de Estado de Sa�de informou que a menina deu entrada no Hospital Risoleta Neves apresentando um hematoma no lado esquerdo da cabe�a, cefaleia e perda de consci�ncia. Depois de passar por exames, permaneceu em observa��o e recebeu alta na manh� de ontem.

Uma psic�loga do hospital deu a not�cia � menina. Ela acha que a m�e virou uma estrelinha no c�u. A crian�a contou a familiares que, na hora do acidente, Hanna a mandou correr para a parte de tr�s do micro-�nibus.

Quando chegou ao Bosque da Esperan�a, Ana Clara foi para o colo do av�, que lhe perguntou se queria “ver a mam�e”. Ela concordou, mas, ao se aproximar do caix�o, evitou observar o corpo e pediu para sair. “Hanna e a minha neta eram muito ligadas, esse vai ser o nosso maior problema agora”, desabafou Jos�.

Um cl�ssico de Roberto Carlos marcou a despedida de Hanna. Enquanto o enterro seguia pelo Bosque da Esperan�a, familiares e amigos cantavam “Eu tenho tanto/ pra lhe falar/ Mas com palavras/ N�o sei dizer/ Como � grande o meu amor/ por voc�”. �s 17h15, o caix�o deixou o vel�rio 2, acompanhado por muitas pessoas. O clima era de desola��o total.

A irm� de Hanna, Priscila dos Santos, se sentiu mal no momento da despedida e foi carregada para o gramado. “Liguei para o Samu e pedi um suporte. Eles me disseram que tinha de esperar passar mal primeiro. Veja se tem cabimento isso”, reclamou Jos� Raimundo Rocha, parente da motorista. Os pais de Hanna acompanharam o sepultamento � dist�ncia. Ana Clara permaneceu no cemit�rio at� o fim da cerim�nia. (Com Carolina Braga)

Alegre e amiga

Amigos e parentes dizem que Hanna Cristina era guerreira, festeira, vaidosa, alegre e amiga. Ela chegou a combinar com amigos ir ontem � Fan Fest da Copa, no Expominas. A festa foi cancelada por causa da trag�dia da Pedro I. Na adolesc�ncia, ela e amigas faziam parte de uma banda de ax�, que chegou a se apresentar no interior. Com a gravidez, ela se dedicou integralmente ao trabalho como motorista.

“Apaixonada pela vida, ela gostava de dan�ar e viajar. Era muito alegre e trabalhadora, deixava de sair para cumprir seus compromissos com o transporte”, comentou, emocionada, Mariane Vilar dos Reis, de 24, amiga da motorista. Cl�udio Andr� dos Santos, tio de Hanna, contou que um dos sonhos da sobrinha era comprar m�veis para o quarto da filha. “Ela estava juntando dinheiro para isso”, revelou. (LE)


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