
Belo Horizonte enfrenta nesta ter�a-feira o desafio de driblar o caos no tr�nsito em uma das principais vias de acesso ao Mineir�o, palco do jogo Brasil x Alemanha. A interdi��o da Avenida Pedro I, causada pelo desabamento de uma al�a do Viaduto Batalha dos Guararapes, que matou duas pessoas na quinta-feira, exigiu t�ticas especiais para evitar transtornos. O com�rcio vai funcionar normalmente, mas haver� ponto facultativo nas reparti��es p�blicas estaduais e feriado municipal para amenizar a reten��o do tr�fego, al�m de rotas alternativas. A demoli��o da estrutura de concreto come�ou nessa segunda-feira, mas a inc�gnita da libera��o do tr�nsito no local permanece. A prefeitura tem expectativa de liberar o trecho ao tr�fego de ve�culos amanh�, mas fontes da Pol�cia Civil informam que a reabertura est� condicionada a uma an�lise pericial.
Quem sai da Regi�o Norte em dire��o ao Mineir�o tem como op��o as avenidas Cristiano Machado e Portugal. A BHTrans orienta ainda os torcedores de Venda Nova a usarem o metr� a partir da Esta��o Vilarinho at� a Esta��o Minas Shopping e, de l�, o Terminal Copa at� o est�dio. Haver� ainda refor�o nas linhas do Move (veja esquema especial de tr�nsito no caderno Copa). Outra preocupa��o � o bate-volta de torcedores brasileiros e estrangeiros que vir�o a BH apenas para ver o jogo, ir�o direto do aeroporto de Confins para o Mineir�o e embarcar�o de volta logo depois da partida, mas podem ficar retidos no tr�nsito.
Ontem, sem todas as medidas paliativas em execu��o, o dia foi problem�tico desde as primeiras horas da manh�. Turistas que chegaram � capital � noite tiveram de ter muita paci�ncia no trajeto entre Confins e o Centro de BH. A partir das 17h, na altura dos bairros Serra Verde e Minas Caixa, o tr�nsito na MG-010 ficou praticamente paralisado. Com a interdi��o da Pedro I, o tr�fego ficou concentrado na Cristiano Machado e at� as 19h30 os motoristas sofreram com o tr�nsito lento. Nos desvios organizados pela BHTrans pr�ximos � Pedro I, as ruas tamb�m ficaram congestionadas at� o in�cio da noite, com pontos de �nibus lotados. Pela manh�, n�o foi diferente. Por volta das 6h, hor�rio em que o tr�nsito ainda costuma fluir sem grandes reten��es, j� era grande o congestionamento em quatro vias da regi�o.
Com a Pedro I fechada, a fila invadiu a MG-010 e tamb�m houve congestionamento na Cristiano Machado. A Rua Padre Pedro Pinto e a Avenida Vilarinho sofreram com o funil natural criado pelos desvios da Pedro I e o tr�nsito se arrastou nessas vias.
Na MG-010, a fila se formou a partir das 6h30 e o tr�nsito ficou bastante lento at� as 10h. Segundo o cabo Valdinei Santos, do posto da Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), o congestionamento chegou a quatro quil�metros, ultrapassando a Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde. “Normalmente, a reten��o n�o passa de dois quil�metros. Hoje chegou a quatro por conta do viaduto que est� bloqueando a Pedro I”, informou o militar.
A escolta da Sele��o Alem� teve dificuldades para vencer o entroncamento na MG-010 das avenidas Cristiano Machado e Pedro I. Foram cerca de cinco minutos no local at� conseguir alcan�ar a Cristiano Machado e depois seguir pelo Anel Rodovi�rio para o Bairro Belvedere, Centro-Sul de BH.
Demoli��o acelerada
Quatro dias depois de desabar e causar a morte de duas pessoas, parte do Viaduto dos Guararapes come�ou a ser demolida na manh� de ontem. �s 7h30, j� era intenso o movimento de m�quinas pesadas em frente � al�a que caiu. Com a autoriza��o para a demoli��o parcial assinada pelo desembargador Adilson Lamounier, do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), a primeira martelada no concreto foi dada �s 9h34. Pela manh�, dois rompedores hidr�ulicos foram usados no servi�o, um de cada lado do viaduto. Eles foram auxiliados por um caminh�o pipa, que jogou �gua no elevado para evitar a poeira e permitir o trabalho dos oper�rios. � tarde, outro rompedor hidr�ulico foi usado no trabalho.
Caminh�es e escavadeiras tamb�m foram usados para retirada dos entulhos, que ser�o levados para bota-fora licenciado posteriormente. Segundo acordo feito com a popula��o do entorno, os trabalhos dos cerca de 110 funcion�rios da empresa Solum – contratada pela Cowan para a demoli��o – se restringem ao hor�rio das 8h �s 22h, ou seja, 14 horas di�rias. Seundo a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a estimativa para concluir a demoli��o � de 24 horas de trabalho. Sem imprevistos, a previs�o da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) � que a Pedro I seja liberada para o tr�fego amanh�.
“A princ�pio, o planejamento � para horas corridas (mas respeitado o hor�rio das 8h �s 22h). � uma previs�o, mas a per�cia est� acompanhando e caso haja necessidade de recolher alguma prova, o trabalho vai parar”, informou o coordenador de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas.
Segundo ele, o servi�o fica suspenso tamb�m caso seja detectada alguma movimenta��o da al�a que permaneceu ou dos im�veis. “A nossa prioridade � sempre a seguran�a, em segundo lugar produ��o da prova e em terceiro, remo��o”, disse. Paralelamente � destrui��o do concreto, t�cnicos e funcion�rios da Comdec fazem an�lises do solo para verificar poss�veis deslocamentos de terra no entorno. Uma esta��o total, equipamento de monitoramento topogr�fico, foi montada para atuar exclusivamente na al�a norte do viaduto, que permanece de p�, e nos im�veis do entorno. A cada meia hora, a quebradeira � interrompida por cinco minutos para as medi��es.
A �rea no entorno do pilar que afundou seis metros, foco dos peritos que investigam as causas do acidente, foi fechada com tapumes e trancada com cadeado. S� a equipe da Pol�cia Civil tem acesso. “Sempre teremos um perito para acompanhar os trabalhos e garantir que est� tudo correndo de forma a preservar o local delimitado para a per�cia”, afirma o coronel Lucas.
Por seguran�a, houve necessidade de aumentar o per�metro de isolamento da �rea do Parque Lagoa do Nado e tamb�m aumentando a ponta virada para a Rua �lvaro Camargos. No parque, foi preciso proteger pedestres de poss�veis pedradas. E do outro lado, houve a amplia��o por conta de um poss�vel escorregamento do viaduto.
“� uma opera��o de risco e delicada, por isso a amplitude do isolamento e a necessidade de fiscaliza��o rigoros�ssima de seguran�a de trabalho. A Defesa Civil est� atenta � seguran�a de trabalho. N�o pode ocorrer acidente nesta �rea”, afirmou Lucas, referindo � preven��o de desastres secund�rios.
