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Estado de Minas EM CR�NICA: EM COPA N�O!

L�grimas e aplausos para alem�es


postado em 09/07/2014 07:35

Quarenta e quatro anos depois de assistir � final da Copa de 1970 – Brasil contra It�lia, vencemos por 4 a 1, jogo que j� virou lenda) –, em frente � escadaria da Igreja S�o Jos�, onde a prefeitura instalou uma televis�o em preto e branco, volto novamente ao Centro de Belo Horizonte em dia de Mundial. Dessa vez, vou aos bares da Avenida Amazonas, no quarteir�o entre as ruas da Bahia e Esp�rito Santo. Nas TVs coloridas e tel�es, jogam Brasil e Alemanha.

O pa�s mudou muito. N�o somos 90 milh�es, mas 200 milh�es de habitantes. N�o vivemos mais nos anos de chumbo da ditadura militar, mas em plena democracia. Nem somos mais t�o pobres, pois a situa��o melhorou muito. Basta andar por a� e observar. Nem sou aquele adolescente cheio de espinhas e sonhos, mas um homem de cabelos brancos, chamado de senhor por muitos.

S� uma coisa, podem acreditar, continua a mesma: a paix�o do nosso povo pelo futebol. Perplexo e sem querer acreditar, vi a Sele��o Brasileira ser vergonhosamente derrotada pela Alemanha por 7 a 1. Testemunhei – como prova de civilidade e de que nosso povo amadureceu – dezenas de pessoas se levantarem, muitas com l�grimas no rosto, para aplaudir os alem�es.

Quarenta e quatro anos depois, junto �quela gente an�nima, assistindo ao jogo de que jamais iremos nos esquecer – as derrotas costumam pesar mais do que as vit�rias –, voltei a ser, pelo menos por alguns momentos, o adolescente que teve o privil�gio de ver a Sele��o Canarinho massacrar os italianos, como agora ocorreu conosco. Ca�mos sem nenhuma gl�ria frente aos alem�es.

Tamb�m torci e ro� as unhas, fiquei tenso, despistei l�grimas que insistiram em cair, consolei e fui consolado por estranhos. Uma adolescente vestida de verde-amarelo, ao ver minha desola��o, estendeu-me a m�o, sorriu timidamente e disse: “Em Copa n�o, veio. Em Copa isso jamais pode acontecer”. Depois, atendendo ao chamado de uma mulher, que talvez fosse sua m�e, ela se despediu. As duas desceram a avenida e foram embora. Afinal de contas, a vida precisa continuar.


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