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Estado de Minas

Equipamento de dessaliniza��o p�e fim a drama da falta d��gua em munic�pio alagoano

Concentra��o de sal no len�ol fre�tico de Cacimbinhas � alta. Equipamento torna pot�veis 5 mil litros por dia


postado em 18/07/2014 06:00 / atualizado em 18/07/2014 07:28

A água dessalinizada chega aos moradores por meio de chafarizes(foto: Mateus Parreiras/EM/D.A/PRESS )
A �gua dessalinizada chega aos moradores por meio de chafarizes (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A/PRESS )
Cacimbinhas (AL) – Mesmo com �gua no fundo do solo arenoso do sert�o, a sede sempre assolou os pouco mais de 600 habitantes da comunidade de Timba�ba, no munic�pio alagoano de Cacimbinhas, a 177 quil�metros de Macei�. A concentra��o de sal no len�ol fre�tico � t�o alta que ningu�m bebe o l�quido que verte dos po�os perfurados. Mas a situa��o de desabastecimento come�ou a mudar com a instala��o, na comunidade, de um equipamento de dessaliniza��o doado pelo Programa �gua Doce, do Minist�rio do Meio Ambiente (MMA), que permite tornar pot�veis 5 mil litros por dia. O projeto, que usa a �gua salgada que sobra do processo para outros fins, como cria��o de peixes e irriga��o de vegetais para pastagem de caprinos, ser� implantado at� o fim do ano em 69 comunidades do semi�rido de Minas Gerais.

Acordo entre a Copasa, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Pol�tica Urbana e Gest�o Metropolitana (Sedru) e o MMA, no valor de R$ 15 milh�es, vai trazer a iniciativa a 20 munic�pios mineiros. Os primeiros dessalinizadores est�o previstos para comunidades de Ara�ua�, Divisa Alegre, Espinosa, Francisco Badar�, Itinga, Jacinto, Jord�nia, Mamonas, Manga, Mato Verde, Monte Azul, Ninheira, Pai Pedro, Porteirinha, Rubelita, Rubim, Salinas, Santa Cruz de Salinas, S�o Jo�o do Para�so e Serran�polis de Minas.
O dessalinizador funciona por uma t�cnica chamada osmose inversa, na qual membranas separam a quantidade indesejada de sal e deixa a �gua boa para o consumo. Para o processo ser vi�vel, o po�o precisa ter vaz�o m�nima de 3 mil litros di�rios. O l�quido que sobra, com alta concentra��o de sal, � reraproveitado. Uma das formas � lev�-lo para tanques de cria��o de peixes, como til�pias, com toler�ncia ao ambiente salino.

A �gua removida dos tanques serve ainda para irrigar um vegetal conhecido como erva-sal, planta que tamb�m se desenvolve absorvendo sal. Mo�da com milho, sorgo e capim, pode ser estocada para alimentar cabras na �poca de seca. “Nosso principal objetivo � garantir �gua aos sertanejos. O aproveitamento dos rejeitos � o recurso que garante sustentabilidade no processo, de forma a garantir outras op��es de renda e alimenta��o �s comunidades”, disse o coordenador nacional do Programa �gua Doce, Renato Ferreira.

FILTROS A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi � inaugura��o do projeto em Timba�ba e n�o escondeu o entusiasmo. “Com um investimento de US$ 200 por pessoa conseguimos criar essa estrutura e garantir �gua de qualidade. A previs�o do MMA � que 1,2 mil po�os com filtros sejam instaladas em todo o semi�rido brasileiro at� 2019, beneficiando 2,5 milh�es de pessoas. Segundo a Sedru, as licita��es nas 69 comunidades mineiras est�o previstas para ocorrer em breve. O crit�rio em Minas para as parcerias foi priorizar comunidades em munic�pios com menor �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), baixo �ndice de chuvas, aus�ncia ou dificuldade de acesso a outras fontes de abastecimento de �gua pot�vel, grande �ndice de mortalidade infantil e maior concentra��o de cloretos na �gua.

Onde o sistema funciona, os relatos dos sertanejos s�o de al�vio. Cada vez que a seca castigava os alagoanos de Timba�ba era um drama. “Primeiro, a gente buscava �gua nos c�rregos. Depois, t�nhamos de ir �s barragens. S� que elas iam secando e a gente andava mais um quil�metro, mais outro  e outro com o pote na cabe�a”, diz a lavradora Irani Maria Terezinha da Silva, de 52. Para ter �gua pot�vel para os cinco filhos e dois netos, ela fazia v�rias viagens ao dia.

Nas secas mais rigorosas, a fam�lia arriscava at� a seguran�a. “A gente sa�a de madrugada e ia at� a tubula��o de �gua do Rio S�o Francisco (usada para abastecer a cidade de Cacimbinhas) e fazia um furo nela. Era perigoso, porque a pol�cia prendia quem furasse o cano”, lembra Terezinha. A �gua agora sai o ano inteiro das torneiras instaladas num chafariz montado perto dos tanques de til�pias. “A gente n�o se preocupa mais com a sede.” O agricultor Reginaldo de Amorim Dias, de 26, conta que as coisas melhoraram muito para a fam�lia. “Tenho tr�s filhos e mulher e n�o podia deix�-los morrer sede. Agora, temos peixes para comer e pasto para engordar as cabras.

*O rep�rter viajou a convite do Minist�rio do Meio Ambiente

 


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