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Estado de Minas

Estudante de BH supera doen�a e sonha em ser pesquisadora de neuroci�ncia nos EUA

Com diagn�stico de atrofia muscular progressiva tipo 2, Aline de Castro, de 20 anos, foi no programa federal Ci�ncia sem fronteiras e vai estudar no exterior


postado em 25/07/2014 06:00 / atualizado em 25/07/2014 16:39

Aline vence desafios e vai aos EUA, acompanhada pela mãe, Rosemary, estudar neurociência para ajudar quem sofre de doenças degenerativas(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )
Aline vence desafios e vai aos EUA, acompanhada pela m�e, Rosemary, estudar neuroci�ncia para ajudar quem sofre de doen�as degenerativas (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press )
� a vida de desafios a principal motiva��o para o estudo, bem maior que Aline de Castro Santos quer levar para o futuro. Ela, aos 20 anos, est� decidida a se tornar pesquisadora de neuroci�ncia na �rea de doen�as degenerativas. A estudante nasceu com o diagn�stico de atrofia muscular progressiva tipo 2, mesmo quadro do irm�o mais velho, Claudio Henrique, de 25. Os dois s�o a alegria do casal Nelson Santos e Rosemary Castro. Quem v� o sorriso de Aline, ao lado da m�e, n�o imagina o sufoco de todos os dias para a fam�lia. Contudo, n�o h� drama capaz de embarreirar os sonhos da garota. O salto mais alto ela d� agora, de malas prontas para o Kentucky (EUA).

Aline foi aprovada no programa federal “Ci�ncia sem fronteiras”. As �ltimas semanas foram de batalha para conseguir que a Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes) – ag�ncia governamental vinculada ao Minist�rio da Educa��o e Cultura (MEC) – reconhecesse a condi��o especial da jovem. Por fim, depois da recusa inicial, o reconhecimento e a libera��o de recursos para que Rosemary Castro possa acompanhar a bolsista. M�e e filha embarcam dia 15.

Logo depois da boa not�cia, na quarta-feira � noite, Aline escreveu nas redes sociais: “Fiquei feliz tamb�m em saber que minha hist�ria serviu para abrir portas a outros deficientes, para que a inclus�o seja efetiva! Nunca desista dos seus sonhos, pois somos fortes e suficientes para alcan��-los!”. Na mensagem, a estudante de biologia da PUC Minas agradece a mobiliza��o de amigos e estranhos, unidos em favor de sua fam�lia. “Senti que ainda h� pessoas boas neste pa�s. Houve pessoas de outros estados que se disponibilizaram a ajudar e fiquei imensamente grata."

Aline, para quem a conhece bem, � modelo de dedica��o e for�a. Mas nem s� de livros vive a cadeirante, estudiosa que s� ela. “Tamb�m gosto de balada”, revela. Conta que n�o perdeu uma s� festa na Savassi durante a Copa do Mundo. No point dos estrangeiros, em BH, ela fez amizades e se divertiu com a turma do Col�gio Santa Maria – institui��o na qual concluiu o ensino m�dio – e com os amigos da gradua��o. Peralta, j� deu at� alguns “perdidos” na m�e. “� que tem lugar que, se digo a ela que vou, ela n�o deixa”, diverte-se.

Na sala, enquanto Prince, o poodle, exige participar da conversa, m�e e filha se divertem com as traquinagens trazidas da mem�ria mais recente. Rosemary conta a vez em que Aline chegou ensopada em casa, “toda vermelha de sol”. “Ela disse que estava na casa de uns amigos. Depois, soube que estava numa festa de pr�-carnaval, na Pra�a da Esta��o. Ela ficou toda molhada e queimada, porque estava na multid�o, debaixo de sol, tomando banho de mangueira”. A m�e conta que, muito querida e enturmada, n�o falta companhia a Aline nos passeios.

Com um hist�rico de lutas pelo melhor para os dois filhos cadeirantes, Rosemary se prepara para os pr�ximos 12 meses. Diz que est� fortalecida para acompanhar a filha em mais uma etapa de conquistas. Ainda que tenha que reinventar a estrutura de casa por causa de Claudio Henrique, tamb�m dependente de seus cuidados. Entretanto, a dona de casa entende que � preciso ajudar a filha a abra�ar a oportunidade t�o sonhada. “Meu filho entende. Sabe que faria o mesmo por ele.”

Claudio Henrique � formado em ci�ncia da computa��o e faz p�s-gradua��o em jogos digitais. � tamb�m artista pl�stico de m�o cheia, com v�rias telas em cores quentes e vivas penduradas nas paredes do apartamento no Bairro Silveira, na Regi�o Nordeste de BH. O analista de sistemas trabalha fora e, determinado como a irm�, n�o deixa de fazer nada por causa da cadeira de rodas. Aline tamb�m j� se enveredou pelas artes pl�sticas, mas reconhece que seu forte � a �rea m�dica.

“Gosto muito de bioqu�mica, imunologia e gen�tica. Quero ser pesquisadora e ajudar as pessoas com descobertas, com tratamentos”, ressalta. No momento, o maior entusiasmo da estudante � com o que a espera em Kentucky, estado da regi�o Sudeste dos EUA. “A escola � em Lexington, uma cidade do interior, que tem como s�mbolo um cavalo. L�, na universidade, os cavalinhos ajudam na reabilita��o de crian�as. Isso � muito interessante.”

 

Saiba mais

Atrofia muscular espinhal proximal tipo 2

Trata-se de uma forma cr�nica infantil de atrofia muscular espinhal proximal, caracterizada por fraqueza muscular e hipotonia, resultante da degenera��o e perda dos neur�nios motores inferiores da medula espinhal e do n�cleo do tronco cerebral. A preval�ncia est� estimada em cerca de 1 para 70 mil pessoas. A doen�a � ligeiramente mais frequente nos indiv�duos de sexo masculino. A apresenta��o dos sintomas ocorre entre os 6 e 18 meses de idade (geralmente por volta dos 15 meses). As crian�as afetadas t�m dificuldade em se sentar de forma independente e s�o incapazes de se levantar e de andar. A fraqueza muscular – quase sempre sim�trica – afeta predominantemente as pernas e os m�sculos do tronco. 

 

 


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