A Pol�cia Civil est� investigando os pais e tios do menino Keven Gomes Sobral, de 2 anos, encontrado dentro de um sof� na casa dos tios, no Bairro Sol Nascente, em Ibirit�, na Grande BH. A crian�a estava desaparecida desde 24 de julho, segundo boletim de ocorr�ncia registrado pela m�e, Mar�lia Cristiane Gomes, de 19 anos. Ela prestou depoimento no in�cio da manh� desta segunda-feira, mas o delegado David Batista, respons�vel pela investiga��o, pediu para ouvi-la novamente no fim da manh�.
Os tios do garoto, Ailton Silva Sobral e Lucimeire de Souza Antunes, ambos de 21, tamb�m j� foram ouvidos pelo delegado, assim como o pai Cl�udio Ribeiro Sobral, de 31. Depois de prestar depoimento, o pai se encaminhou ao Instituto M�dico Legal, onde o corpo do filho passava por necropsia, para proceder com a libera��o. Cl�udio � repositor de sacol�o e foi ao IML acompanhado do patr�o. O chefe atestou que o funcion�rio estava trabalhando no dia 24 de julho, quando recebeu a liga��o da mulher, informando sobre o desaparecimento de Keven. Cl�udio foi chamado �s pressas, no fim desta manh�, para prestar novos esclarecimentos na delegacia ap�s o segundo depoimento de Mar�lia.
No fim da noite desse domingo, a pol�cia foi acionada pela m�e que, desesperada, disse ter encontrado o corpo do menino dentro do m�vel. Os policiais foram ao local, mas n�o conseguiram determinar se Keven apresentava sinais de viol�ncia. Ele tinha apenas sangue no nariz e o corpo estava em estado de decomposi��o. Uma po�a de sangue tamb�m foi vista debaixo do sof�. Somente um laudo de peritos da Pol�cia Civil vai determinar se o menino foi v�tima de algum crime, portanto, a PM ainda registra o caso como encontro de cad�ver.
Quem encontrou o corpo no fim da noite de ontem foram os tios do menino, Ailton e Lucimeire, que chegaram de uma viagem ao Norte de Minas Gerais. Desde quinta-feira a casa deles estava fechada. Ailton contou aos policiais que soube do desaparecimento de Keven, por telefone, na cidade onde estava hospedado com a mulher. Ningu�m imaginava que o menino sumido estaria ao lado de todos, dentro do sof�.
Quinta-feira
No dia 24, por volta de 16h, Mar�lia chamou a pol�cia dizendo que o filho havia desaparecido de casa. Ela contou que estava lavando roupas enquanto o menino dormia. Quando Keven acordou, a m�e o alimentou e o deixou brincando no quarto para continuar o servi�o dom�stico. A mulher estranhou o sil�ncio da crian�a e, quando foi v�-lo no quarto, n�o o encontrou. A porta da sala, que d� sa�da para o lote, antes trancada, estava aberta.
A m�e disse aos policiais que procurou pelo garoto por todo o terreno, inclusive em uma das casas alugadas, por�m n�o o encontrou. O �nico lugar que n�o p�de ser revistado por Mar�lia foi a casa do cunhado Ailton, que estava viajando. No dia seguinte, em andamento aos trabalhos policiais, o Corpo de Bombeiros foi at� a resid�ncia trancada, arrombou a porta e procurou por Keven. Os militares nada encontraram. O dono do im�vel, Jos� Sebasti�o, acompanhou os trabalhos e providenciou a troca da chave da porta arrombada naquele dia. Por esse motivo, os inquilinos n�o teriam como entrar em casa quando voltassem de viagem.
Domingo
No dia 27, angustiada com o sumi�o do filho, Marilia foi at� a Delegacia de Desaparecidos de Belo Horizonte para buscar panfletos impressos com a foto do menino. Os investigadores j� estavam envolvidos na procura e prepararam o material para a m�e. Quando retornou, muito abalada, ela passou pelo Hospital Municipal de Ibirit� para tomar uma medica��o, porque n�o estava se sentido bem. Em seguida, voltou para casa.
Por volta de 22h, a m�e dormia com o companheiro Cl�udio, quando foram acordados por Ailton e Lucimeire, que haviam chegado de viagem naquele momento e encontrado a fechadura trocada. Ailton teve a ideia de arrombar uma outra porta dos fundos para entrar em casa sem precisar chamar o dono Jos� Sebasti�o, �quela hora da noite. Ailton e a mulhar estavam ansiosos para guardar as malas da viagem.
Quando entraram na resid�ncia, foram surpreendidos por um cheiro estranho e uma po�a de sangue perto do sof�. Quando arrastaram o m�vel, viram o corpo do sobrinho. O estofado estava rasgado, conforme consta no boletim de ocorr�ncia. Eles chamaram Mar�lia e Cl�udio para reconhecer as roupas do garoto. A pol�cia foi acionada para os trabalhos de per�cia. O dono do im�vel, Jos� Sebasti�o, esteve no local quando viu as viaturas policiais. De acordo com a PM, todos os familiares e o propriet�rio da casa contaram a mesma vers�o para os fatos, sem qualquer diverg�ncia.
Busca dos bombeiros
O Corpo de Bombeiros informou que foi solicitado no dia 25, pela fam�lia, para fazer as buscas pelo menino por volta de 12h50. Os parentes chegaram a citar a exist�ncia de uma mata na regi�o, onde o menino poderia estar. Passaram aos militares uma refer�ncia sobre a roupa que o garoto usava: camisa xadrez de bot�o e cal�a azul de moleton.
Os militares foram at� a casa e verificaram que n�o havia mata ao redor. Assim, fizeram as buscas no lote onde vive a fam�lia, que � cercado de vegeta��o e entulho, conforme consta no boletim de ocorr�ncia dos bombeiros. A m�e relatou � equipe que o garoto poderia estar dentro da casa do tio Ailton. Os militares fizeram contato por telefone com o tio, que autorizou o arrombamento para buscas.
De acordo com a corpora��o, nada foi encontrado no im�vel. Os bombeiros ainda procuraram em terrenos vizinhos, questionaram as pessoas que passaram pelas ruas da regi�o, mas nem sinal de Keven.