Calouro v�tima de trote violento em SP ganha direito a transfer�ncia para UFMG

Um calouro mineiro que sofreu um trote violento durante festa realizada por alunos da Faculdade de Medicina de S�o Jos� do Rio Preto (Famerp) e abandonou a institui��o em mar�o deste ano ganhou na Justi�a o direito � transfer�ncia para o curso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Luiz Fernando Alves, de 22 anos, entrou com o pedido depois de ser hostilizado e sofrer ferimentos provocados por veteranos da unidade de ensino paulista a ponto de perder a consci�ncia. O primeiro pedido de troca de escolas chegou a ser indeferido em 21 de julho, mas, ap�s recurso, foi aceito em liminar concedida pela ju�za federal Hind Ghassan Kayath.

No pedido de transfer�ncia encaminhado � Justi�a, o jovem alegou ter sido humilhado em um evento organizado fora da Famerp por estudantes veteranos do curso de medicina. Segundo o documento, Lucas foi "obrigado a servir, de joelhos, cerveja aos veteranos, colocando a garrafa na cabe�a e, se deixasse cair, recebia (...) tapas e chutes fortes a ponto de deixarem hematomas". Ainda de acordo com o relato do calouro, como muitos deixavam as garrafas ca�rem, "havia muito caco de vidro pelo ch�o, o que causou cortes nos joelhos".

Os veteranos tamb�m obrigaram os rec�m-chegados a consumir bebida alco�lica em excesso e foram atingidos por garrafas na cabe�a. Na ocasi�o, Lucas relatou que desmaiou e quando recobrou a consci�ncia, estava seminu na beira de uma piscina, com o corpo coberto por urina e v�mito. Diante do fato, o jovem, que � de Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, n�o quis mais permanecer na faculdade de S�o Jos� do Rio Preto e entrou com a a��o no intuito de estudar na UFMG e assim ficar mais pr�ximo de sua fam�lia, que o ajuda a se recuperar do trauma.

Na decis�o divulgada em 31 de julho, a ju�za federal considerou que, embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o condicione a transfer�ncia de alunos entre institui��es de ensino superior � exist�ncia de vaga e processo seletivo, o caso de Lucas deve ser tratado como uma situa��o especial"e que, por isso mesmo, merece tratamento excepcional por parte do Poder Judici�rio". Entre as raz�es para essa conclus�o est� o fato de laudos m�dicos comprovarem que o jovem – autista e portador de Transtorno do D�ficit de Aten��o com Hiperatividade (TDAH) – teve seu quadro cl�nico agravado ap�s o epis�dio.

Ainda n�o se sabe quando o jovem poder� dar in�cio aos estudos na UFMG. Procurada pelo em.com, a assessoria da institui��o informou que ainda n�o foi notificada pela Justi�a.