
Um assalto � m�o armada com ref�ns quebrou o clima de tranquilidade no c�mpus da PUC Minas do Bairro Cora��o Eucar�stico, na Regi�o Nordeste de Belo Horizonte. �s 8h41 dessa quarta-feira, dois homens armados invadiram a sala da Sociedade Beneficente de Economia e Cr�dito dos Servidores, localizada no pr�dio 8, renderam e amarraram o seguran�a e duas funcion�rias e fugiram numa moto Titan preta, levando R$ 80 mil. A comunidade discente est� assustada, pois teme que a viol�ncia que tanto a preocupa do lado de fora possa se instalar dentro da universidade.
“N�o h� controle de quem entra no c�mpus e a viol�ncia de fora pode migrar para dentro da universidade. Assaltos � m�o armada ocorrem a todo momento nas ruas pr�ximas. Os ladr�es mandam a pessoa descer e levam o carro. J� houve at� de sequestro-rel�mpago com alunos que deixavam a universidade”, relata a estudante de direito Lu�za Gambogi, de 30 anos. Aluno do curso de hist�ria, Thiago Tadeu Mendes, de 29, tem a mesma preocupa��o. “Fiquei chocado com o assalto. Acredito que deve ser um caso isolado, mas me assusta perceber que h� uma brecha para a viol�ncia se instalar aqui dentro. Medidas de seguran�a devem ser adotadas”, disse Thiago.
A cooperativa assaltada funciona desde 2003 em um espa�o cedido pela PUC Minas. S�o 3 mil associados e nessa quarta-feira era dia de liberar empr�stimos financeiros. Dois homens de boa apar�ncia chegaram ao local, um deles usando camisa social rosa e o outro agasalho preto, e anunciaram o assalto. Eram discretos, falavam baixo e agiram acima de qualquer suspeita, sem alterar o ritmo da universidade.
A sala foi revirada e o cofre, esvaziado. Uma das mulheres disse em seu depoimento � pol�cia que os ladr�es eram “conhecidos”, que provavelmente eles j� estiveram no local antes, segundo ela. N�o h� c�mara de vigil�ncia nas imedia��es do local do crime e as imagens das 10 portarias da universidade v�o ser analisadas pela pol�cia, com apoio das v�timas, para tentar identificar a dupla. Eles tamb�m v�o olhar um cadastro fotogr�fico de funcion�rios e ex-funcion�rios da PUC-Minas.
VIOL�NCIA EM S�RIE H� dois anos, uma lanchonete que fica ao lado do pr�dio 8, onde houve o assalto, tamb�m foi invadida por dois homens armados. O escrit�rio do estabelecimento fica na parte de tr�s e um funcion�rio atendeu o interfone, abrindo a porta para um suposto candidato a emprego. O dono da lanchonete conseguiu fechar a porta e come�ou a gritar. Os ladr�es fugiram e um deles deixou a m�scara na fuga. H� seis anos, outra lanchonete da PUC, que funcionava ao lado do pr�dio 14, pr�ximo � reitoria, foi assaltada. Os ladr�es levaram o dinheiro do bolso do dono.
Em novembro de 2005, os estudantes fizeram um protesto contra a viol�ncia dentro e nas imedia��es da universidade. Na �poca, segundo eles, havia furto e roubos de carro, celulares e sequestro-rel�mpago. Em setembro do ano passado, os alunos se mobilizaram novamente contra os roubos de notebooks e celulares. A universidade, em parceria com a Pol�cia Militar, elaborou uma cartilha de seguran�a e a distribuiu na �poca.
Para PUC, assalto � caso isolado
O chefe de gabinete da reitoria da PUC Minas, professor Paulo Roberto de Sousa, nega que haja viol�ncia dentro do c�mpus. Segundo ele, h� apenas casos corriqueiros, como aluno que esquece a carteira na lanchonete e registra boletim de ocorr�ncia, ou sumi�o de calculadora. “Esse assalto � o primeiro fato isolado que acontece em muitas d�cadas. Mas o fato � grave e deve nos levar a reflex�es. Vamos repensar o processo de seguran�a”, disse Sousa.
Por dia, s�o 30 mil pessoas circulando pela universidade, que tem 10 portarias e 25 c�meras de vigil�ncia espalhadas. Devido ao grande volume de pessoas, fica dif�cil identific�-las nas portarias, de acordo com Sousa, e esse trabalho � feito apenas nos departamentos.
Quem mora ou trabalha nas imedia��es da PUC Minas est� mais assustado ainda. “Temos muitos furtos e roubos de carro. Fico at� preocupado em sair da minha casa de carro. Muitos estudantes estacionam seus ve�culos nas ruas pr�ximas � universidade e isso atrai os ladr�es”, disse o vizinho Vin�cius Silva, de 22 anos.
Carlos Hebert de Souza, de 51, � dono de lanchonete no mesmo pr�dio onde h� uma ag�ncia banc�ria, na Avenida Dom Jos� Gaspar, bem em frente � portaria principal da universidade. Ele diz j� ter presenciado duas saidinhas de banco. O �ltimo crime foi segunda-feira passada, segundo ele. “A v�tima foi atacada por dois homens numa moto quando sa�a do banco com uma bolsa de dinheiro. No ano passado, eu estava dentro da lanchonete e s� escutei o barulho do ladr�o engatilhando a sua arma, na rampa de acesso ao banco. Depois, escutei o ladr�o dizer: ‘S� quero a bolsa’, contou o comerciante.
POLICIAMENTO Os ladr�es fugiram numa moto, comemorando o assalto, segundo o comerciante. “O maior �ndice de furto e roubo de carro acontece na Avenida 31 de Mar�o, que contorna a PUC. Os ladr�es atacam at� durante o dia”, disse Carlos. O comandante da 9ª Companhia do Batalh�o da PM, capit�o Waldemiro Almeida, respons�vel pelo policiamento na regi�o, n�o foi encontrado ontem e a informa��o foi que somente hoje ele poderia comentar sobre o assunto. (PF)