Andr�a Silva
Dois policiais civis foram v�timas de criminosos ontem na Grande BH. Pela manh�, a investigadora Maria Regina de Almeida, de 48 anos, se preparava para dar in�cio a mais uma semana de trabalho. Levantou cedo, se arrumou, tomou caf� na companhia dos dois filhos, um adolescente de 15 anos e um rapaz de 21, e saiu. Mas ela n�o conseguiu ir muito longe. Assim que atravessou com seu carro, um Hyundai HB20 cinza, o port�o da garagem do pr�dio onde morava, na Rua Monte Simplon, Bairro Nova Su�ssa, Regi�o Oeste de BH, foi rendida por criminosos armados. Maria Regina foi baleada no peito e no ombro. Ela chegou a ser socorrida, mas j� deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste com quadro de parada cardiorrespirat�ria e morreu minutos depois. N�o se sabe se a policial civil, com mais de 24 anos de profiss�o e a um de se aposentar, reagiu. Pelo menos tr�s suspeitos do crime j� teriam sido identificados pela pol�cia.
Os filhos da investigadora foram os primeiros a encontr�-la baleada, ca�da na rua. Quando eles ouviram os disparos correram para ver o que havia ocorrido. Assim que chegaram na entrada do pr�dio, eles encontraram a m�e sangrando, j� inconsciente, ca�da ao lado da arma dela. Uma viatura do 5º BPM chegou no local em seguida e socorreu a mulher.
Usando a tecnologia como ferramenta de trabalho, a foto e o hist�rico criminal de um dos supostos autores – Cl�udio Cordeiro dos Santos, de 35, o Piui – foi passada rapidamente para os celulares de todos os policiais (investigadores, subinspetores, inspetores e delegados, soldados, cabos, sargentos, subtenentes, tenentes e capit�o) envolvidos na miss�o de localizar e prender os respons�veis pela morte da investigadora. Helic�pteros das duas corpora��es sobrevoaram o aglomerado, principalmente a mata que fica em um dos extremos da Ventosa, mas at� o fechamento desta edi��o nenhum suspeito havia sido preso.
O carro da v�tima foi periciado ainda no local, onde foi abandonado. Peritos recolheram digitais encontradas no Hyundai HB20 para poss�vel identifica��o do criminoso que roubou e conduziu o ve�culo. O delegado Jeferson Botelho Pereira, Superintendente de Investiga��o e Pol�cia Judici�ria, disse que pris�o dos autores � uma quest�o de tempo, que todos os colegas est�o empenhados e que ningu�m vai descansar enquanto n�o prenderem os respons�veis. “J� est� sendo investigado como foi a din�mica do crime, se a Maria Regina reagiu. As informa��es prim�rias � de que havia um ve�culo na cobertura e apenas um rendeu e baleou a investigadora. O estado nesse caso tamb�m � v�tima. Por isso, a necessidade de termos uma resposta imediata”, disse o policial.
CONTAGEM Enquanto ocorriam as buscas no aglomerado do Ventosa, em Contagem, na Grande BH, um outro policial civil foi alvo de criminosos. O subinspetor Paulo C�sar Oliveira Mendes, de 47, o Paul�o, do Departamento de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DIHPP), tomou um tiro no rosto, durante o cumprimento de mandado de pris�o de Peterson Mateus Silva Bastos, de 19, morador da Rua Maria Bitencourt, no Bairro Tijuca. Paul�o refor�ava a equipe do Delegado Delmes Rodrigues, da Homic�dios Nordeste. Ele e os colegas foram recebidos a tiros por Silva e o comparsa Wagner J�nior Pereira Batista, de 20, o Gamb�, tamb�m foragido da Justi�a.
Houve uma intensa troca de tiros no endere�o. Al�m de Paul�o, Peterson Silva Bastos tamb�m foi baleado, tomou um tiro no pesco�o e no bra�o e foi socorrido pelo helic�ptero do Corpo de Bombeiros, para o HPS da capital. Gamb� foi preso e, na casa onde ele estava com o comparsa, os investigadores encontraram uma barra de crack.
O delegado Wagner Pinto, chefe do DIHPP, disse ontem � tarde, que Silva � acusado da morte de Yago Ribeiro dos Santos, cometida em 2013, al�m de atuar no tr�fico de drogas, assim como Gamb�. “Trata-se de criminosos de alta periculosidade. O Peterson tem, inclusive, uma tatuagem acima do olho esquerdo, com o n�mero 121, que � referente ao c�digo penal para o crime de homic�dio, e tem o desenho grande de um de palha�o no bra�o, o que, no mundo do crime, se refere a matadores de policiais”, informou o delegado.
Para o delegado Wagner Pinto a viol�ncia est� exorbitante e h� uma necessidade emergencial na mudan�a da leis que tratam os crimes no pa�s. Ele defendeu penas mais r�gidas e revis�o do estatuto do armamento.