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Estado de Minas

Laudo servir� de base para pol�cia apontar culpados por queda de viaduto

Dois meses ap�s incidente, conclus�es de peritos est�o nas m�os do delegado Hugo e Silva, que investiga o colapso de estrutura. Pedido de prazo a tribunal do j�ri d� ind�cio de den�ncia por homic�dio com dolo eventual


postado em 04/09/2014 06:00 / atualizado em 04/09/2014 07:33

Alça norte, que permanece de pé, está escorada por segurança e deve ser implodida no dia 14. Marcações para distribuição de explosivos que farão pilares virem abaixo começaram a ser feitas por operários ontem(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Al�a norte, que permanece de p�, est� escorada por seguran�a e deve ser implodida no dia 14. Marca��es para distribui��o de explosivos que far�o pilares virem abaixo come�aram a ser feitas por oper�rios ontem (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 

Com o laudo do Instituto de Criminal�stica (IC) em m�os, o delegado Hugo e Silva j� tem bases t�cnicas para a tarefa de apontar os respons�veis pela queda da al�a sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, Norte de Belo Horizonte. O inqu�rito policial sobre o acidente, em que duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas, j� est� adiantado e aguarda despacho do juiz do 1º Tribunal do J�ri, do F�rum Lafayette – o que indica que as investiga��es apontam para duplo homic�dio, possivelmente por dolo eventual (quando o respons�vel, mesmo sem inten��o, assume o risco de matar).

Nessa quarta-feira, dia em que o laudo era entregue ao delegado, o acidente completou dois meses. A estrutura da al�a sul caiu na tarde de 3 de julho, sobre as pistas da Avenida Pedro I, atingindo um micro-�nibus e um carro, al�m de dois caminh�es da empreiteira que executava a obra. Conforme adiantou o Estado de Minas na semana passada, o laudo do Instituto de Criminal�stica aponta entre as causas da trag�dia erros de c�lculos no projeto e redu��o do volume de a�o na base de sustenta��o do pilar, que tamb�m foi constru�da em dimens�o fora do padr�o. A soma de problemas levou ao afundamento do pilar 3 e � queda de toda a estrutura. Apenas a al�a norte do elevado, constru�do em forma de Y, permaneceu de p�, mas a estrutura tamb�m est� condenada e deve ser implodida no dia 14.

O prazo de conclus�o inicial do inqu�rito era de 30 dias. Mas, como se passaram dois meses � espera da finaliza��o do laudo pericial, o documento foi enviado � Justi�a – no caso ao 1º Tribunal do J�ri, que trata de crimes de homic�dios –, com pedido de prorroga��o do prazo. Oper�rios, t�cnicos e engenheiros das empresas respons�veis pelo projeto e execu��o da obra, al�m de testemunhas, j� foram ouvidos na primeira fase das apura��es.

Com os dados t�cnicos apontados pelo laudo da per�cia, Hugo e Silva vai confrontar as declara��es dos envolvidos e, se necess�rio, solicitar esclarecimentos e dados complementares para concluir a investiga��o. “O laudo, necessariamente, n�o define respons�veis. Os peritos identificam e analisam causas para emitir pareceres t�cnicos. O laudo d� base para as investiga��es e aponta ind�cios criminais. Mas n�o serve ao delegado para fazer ju�zo de valores”, explicou o engenheiro Frederico Correia Lima Coelho, presidente do Instituto Brasileiro de Avalia��es e Per�cias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape).

Al�m de confrontar as declara��es anteriores com as informa��es da per�cia, novos depoimentos devem ser colhidos para complementar informa��es sobre os pontos falhos revelados no laudo do Instituto de Criminal�stica. O documento aponta v�rios itens que contribu�ram para a trag�dia, como os erros de c�lculo que levaram � redu��o da quantidade de material usada na estrutura. A an�lise do terreno no entorno do pilar que cedeu n�o mostrou problemas geol�gicos que justificassem a queda.

Em 22 de julho, a Construtora Cowan, que executou a obra, apresentou estudo assinado pelo consultor Cat�o Francisco Ribeiro, em que j� apontava erros de c�lculo no projeto de constru��o do bloco de sustenta��o do pilar 3. As an�lises preliminares aparentemente s�o compat�veis com o que foi avaliado pela Pol�cia Civil, ao comentar em parte as conclus�es do laudo t�cnico. Desde a divulga��o do estudo, a Cowan n�o mais se manifestou sobre o caso, sob argumento de que vai aguardar o fim das investiga��es.

A dire��o da Consol Engenheiros e Consultores, respons�vel pelo projeto e pelos c�lculos, contra-atacou: “A superestrutura (tabuleiro) do viaduto n�o � o projeto da Consol. Projetamos duas aberturas na parte inferior para acesso, e n�o a quantidade que se percebe pelas imagens. Somente na al�a norte contamos 42 janelas.” O engenheiro Maur�cio Lana, presidente da empresa, atribui a um enfraquecimento da estrutura superior, devido �s aberturas provis�rias, a responsabilidade pela ruptura do tabuleiro entre os pilares 3 e 4. Segundo ele, a partir de ent�o o pilar 3 foi submetido a uma carga superior � sua capacidade e afundou.

Lana lembrou ainda que, desde que terminou o contrato de sua empresa, em 31 de mar�o de 2013, com a Prefeitura de BH, a verifica��o da execu��o da obra, que era realizada por pelo menos quatro engenheiros da equipe da empresa, ficou a cargo de um supervisor da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Maur�cio Lana n�o demonstrou receio de que o laudo da Pol�cia Civil apresente conclus�es semelhantes aos estudos da Cowan. “Embora, como projetistas, n�o tenhamos sido chamados a discutir as causas do acidente, encaminhamos documentos �s autoridades que apuram os motivos da queda, com an�lises que apontam para erros de execu��o do projeto.” A Sudecap informou que s� vai se manifestar depois de conclu�do o inqu�rito.

IMPLOS�O

Funcion�rios da empresa F�bio Bruno Constru��es iniciaram ontem as marca��es dos pontos que ser�o perfurados nos pilares que ser�o implodidos. Come�aram a ser feitas tamb�m marcas em estruturas de pr�dios vizinhos, que poder�o demonstrar se as constru��es sofreram algum abalo causado pela detona��o. A partir de hoje o sil�ncio na �rea volta a ser quebrado, com a a��o das m�quinas que v�o fazer os buracos em que ser�o distribu�dos 125 quilos de explosivos em tr�s pilares.

 

O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS...

 

A Cowan
A construtora, em estudo divulgado em julho, sustenta que o projeto executivo estrutural da funda��o e do bloco do pilar 3 foi equivocado e n�o atendia aos esfor�os previstos para a obra. O projeto n�o previu armadura (a�o) suficiente para esses esfor�os.

A prefeitura

O prefeito Marcio Lacerda atribuiu � empresa projetista a responsabilidade principal pela queda do viaduto, mas disse que a empresa executora tamb�m deve responder e que a PBH tem responsabilidade subsidi�ria. Lacerda afirmou ser imposs�vel para a prefeitura checar todas as informa��es do projeto.

A Consol

O engenheiro Maur�cio Lana, presidente da empresa, destacou em nota que o projeto t�cnico elaborado por sua empresa n�o foi executado conforme a proposta. Ele contesta estudo da Cowan e garante que o afundamento do pilar foi consequ�ncia e n�o causa do colapso.


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