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Estado de Minas

Moradores do Mangabeiras cobram a��es preventivas da PM para impedir tumultos em festas

Depois do vandalismo e den�ncias de arrast�o em evento na Pra�a do Papa, pol�cia promete megaopera��o para evitar viol�ncia em outro encontro do tipo marcado para domingo


postado em 16/09/2014 06:00 / atualizado em 16/09/2014 06:59

Ação preventiva da PM feita no fim de 2013 no Mangabeiras: operação no domingo terá blitzes e participação de MP e PBH(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press 13/12/13)
A��o preventiva da PM feita no fim de 2013 no Mangabeiras: opera��o no domingo ter� blitzes e participa��o de MP e PBH (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press 13/12/13)

A Pol�cia Militar (PM) anunciou uma megaopera��o na Pra�a do Papa no domingo, data em que pode ocorrer evento semelhante ao realizado anteontem no Bairro Mangabeiras, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, que reuniu 10 mil pessoas e terminou com den�ncias de arrast�o, vandalismo, tentativa de arrombamento de uma casa e uso de balas de borracha e g�s lacrimog�neo por parte das for�as de seguran�a. Diante do tumulto ocorrido domingo e de uma nova convoca��o de encontro feita por meio de rede social para esta semana, a PM resolveu montar uma estrat�gia conjunta para evitar atos violentos, com participa��o do Minist�rio P�blico (MP) e da Prefeitura de Belo Horizonte. Ontem, a Associa��o dos Moradores do Bairro Mangabeiras (AMBM) cobrou da pol�cia o uso do servi�o de intelig�ncia para prevenir problemas em eventos do tipo e pediu ao MP que identifique e responsabilize organizadores do encontro.

O encontro que terminou em tumulto anteontem, chamado “Festival of colors”, foi marcado pelo Facebook e surpreendeu a PM e moradores ao reunir cerca de 10 mil pessoas, a maioria adolescentes. A corpora��o afirma que o evento n�o tinha autoriza��o do poder p�blico e que, �s 15h15, o 22 º Batalh�o foi informado sobre uma grupo grande de pessoas que se dirigiam � pra�a. Uma confus�o come�ou por volta das 18h, de acordo com a pol�cia, depois que um grupo tentou arrombar uma casa que estava para alugar. “Um grupo de jovens tentou arrombar uma casa e os policiais tiveram que agir”, disse o major Olimpio Garcia, comandante do 22º Batalh�o da PM, respons�vel pela �rea. Segundo ele, quando os policiais se aproximaram, outras pessoas tentaram impedir as pris�es dos jovens, por isso foi necess�rio o uso de armamento n�o letal.

Testemunhas disseram � reportagem do Estado de Minas que houve correria e arrast�o, com furtos de celulares e outros objetos. “Recebemos nove chamados de furtos durante o evento, mas nenhum boletim de ocorr�ncia foi feito por parte das v�timas”, afirmou o comandante do 22º Batalh�o. Tamb�m houve vandalismo na pra�a: segundo a Regional Centro-Sul, foram encontradas picha��es feitas em bancos no domingo, que ser�o removidas esta semana. Uma a��o de limpeza, hoje, vai tentar retirar uma subst�ncia n�o identificada lan�ada no cal�amento da pra�a, que a lava��o rotineira n�o conseguiu resolver. A Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) informa que far� uma vistoria para avaliar quantas lixeiras foram danificadas, para que sejam reparadas ou substitu�das. Cada equipamento custa R$ 220,92, segundo o �rg�o.

A opera��o preparada para o domingo inclui realiza��o de blitzes e refor�o no policiamento na regi�o, mas toda a estrat�gia s� ser� detalhada na quinta-feira. “Posso adiantar que teremos fiscaliza��o na �rea para n�o deixar entrar carros irregulares, por exemplo, e que ser� coibido o uso de bebidas alco�licas por parte de adolescentes. Pelo que vimos, j� h� mais de 6 mil pessoas confirmadas”, afirmou o major Olimpio Garcia.

Responsabilidades

O presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Mangabeiras (AMBM), Alberto D�vila, cobrou ontem da PM e do Minist�rio P�blico puni��o para respons�veis pelo tumulto na Pra�a do Papa. “Entendemos que as pessoas que iniciaram a convoca��o pelas redes sociais devem ser responsabilizadas pela desordem e danos materiais causados. A Pol�cia Militar, por meio de seu setor de intelig�ncia, est� capacitada a rastrear essas convoca��es e agir com anteced�ncia. N�o entendemos a raz�o pela qual n�o o fez”, criticou.

O major Olimpio Garcia sustenta que a PM j� faz monitoramento das redes sociais e que sabia do encontro na Pra�a do Papa, mas lembrou que a corpora��o precisou garantir seguran�a em outros eventos no domingo – houve shows do festival Natura Musical nas pra�as da Esta��o e JK. “Sempre fazemos este tipo de varredura para organizar as a��es previamente”, comentou o major. A reportagem do EM tentou contato com respons�veis pela p�gina do evento no Facebook, mas n�o houve retorno. Colaborou Luana Cruz

Moradores recolhem lixo e relatam medo
No dia seguinte ao tumulto na Pra�a do Papa, moradores do entorno limparam a sujeira deixada em suas portas e jardins por participantes do evento. Eles contam que tiveram medo de sair de casa no domingo, quando milhares de jovens se reuniram no local e foram dispersados pela Pol�cia Militar, que deu tiros de borracha e usou bombas de efeito moral. A aposentada M., de 60 anos, passou a manh� de ontem recolhendo o lixo deixado no passeio e nos canteiros em frente � resid�ncia onde vive com o marido e uma filha, no entorno da pra�a. “Quando cheguei em casa, �s 16h, j� tinha muita gente e a quantidade s� foi aumentando”, lembrou. A princ�pio, ela n�o conseguiu entrar com o carro em sua garagem, porque havia um ve�culo estacionado na rampa de acesso. Outro estava parado sobre o gramado do canteiro, que teve removido parte do gradil de prote��o. “Pedi para tirarem os carros, mas ficaram rindo da minha cara, debochados. S� me atenderam quando falei que meu filho � delegado”, contou.

No jardim, al�m do gradil, plantas foram arrancadas. “Muitos jovens fumando maconha, cheirando coca�na, muita bebida. O som estava muito alto. Alguns andaram de moto s� sobre a roda traseira. Vi algumas brigas. Um rapazinho apanhou muito, chegou a ficar ca�do no ch�o. A situa��o s� se normalizou �s 20h, depois que a pol�cia botou todo mundo para correr”, relatou a aposentada. Ela mora no endere�o h� mais de 10 anos e diz que nunca viu nada semelhante ocorrer na pra�a. “Aqui j� houve muitos problemas, como festas com som alto de madrugada, mo�as dan�ando funk e tirando a roupa, consumo de drogas, mas nada como o que aconteceu ontem. A pol�cia deveria ter impedido esse encontro”, acrescentou.

A comerciante S., de 37 anos, tamb�m se impressionou com a quantidade de lixo deixada em frente � sua casa. “Urinaram no jardim, est� com um cheiro muito forte. Teve bagun�a o dia inteiro. De manh� come�ou a ter som muito alto. Teve muita gritaria. Minha filha ia sair de casa, mas ficou com medo e preferiu n�o se arriscar”, contou. Ela diz que o tumulto de anteontem foi in�dito no local, mas transtornos s�o frequentes. “De sexta a domingo � terr�vel. Fazem festa, usam drogas, botam som muito alto, n�o consigo dormir direito. A gente acorda assustada com gritaria no meio da noite”, relatou.

 


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